No dia 29 de março de 2010, a Universidade Federal da Fronteira Sul iniciava as atividades acadêmicas. Dez anos depois, também no mês de março, a Instituição comemora a aprovação do primeiro curso de Doutorado, durante a 192ª reunião do Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES) da Fundação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior – Capes. O curso aprovado é o de Estudos Linguísticos na área de avaliação Linguística e Literatura. O anúncio foi feito na sexta-feira (13).

Conforme a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (PPGEL) da UFFS, Aline Gravina, “o curso de Doutorado possuirá a mesma área de concentração do mestrado: Estudos Linguísticos e, inicialmente, também serão mantidas as três linhas de pesquisa do Mestrado no Doutorado: Práticas Discursivas e Subjetividades; Diversidade e Mudança Linguística; Língua e Cognição: Representação e Processamento da Linguagem”.

“Institucionalmente, essa é uma grande conquista, pois além de ser um reconhecimento do mérito de todo trabalho de docentes, discentes e técnicos administrativos do Programa, representa o primeiro Doutorado da Instituição. A UFFS, para manter-se como universidade, necessita ter cursos de Doutorado, e o PPGEL traz essa primeira grande conquista, demonstrando o grande potencial de pesquisadores que a nossa Universidade possui”, comemora Gravina.

TRAJETÓRIA

O primeiro passo para a concretização do projeto de aprovação do Doutorado foi a criação de Grupo de Trabalho no ano de 2018. Esse GT teve como presidente a professora Angela Derlise Stube, coordenadora do Programa no período, e a participação de todos os demais membros do colegiado do PPGEL. Dentro desse GT foi criado um grupo menor para a elaboração da escrita do documento (APCN). Esse grupo foi composto pelos professores Angela Derlise Stube, coordenadora; Aline Peixoto Gravina, coordenadora adjunta; Cláudia Andrea Rost Snichelotto; Mary Neiva da Luz e Ubi Garcia Vieira. Durante o ano de 2019, os integrantes do GT trabalharam para finalizar a elaboração da proposta, iniciada em 2018.

Nesse período, o GT contou com a assessoria externa da professora doutora Amanda Scherer (UFSM), referência nacional na área da Linguística e com vasta experiência em avaliações acadêmicas. Em 2019, a partir da assessoria, foram realizados editais de credenciamento de novos docentes e credenciamento dos docentes no Programa. A submissão do APCN ocorreu em agosto de 2019.

De acordo com Angela Stübe, na avaliação da proposta, a CAPES destacou os seguintes pontos: o curso de Doutorado em Estudos Linguísticos se insere no esforço institucional de promover a Pós-graduação stricto sensu em áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento desta região; oferece uma infra-estrutura sólida, com salas de aula e biblioteca adequadas ao funcionamento do curso e dois laboratórios de pesquisa consolidados; a proposta do curso possibilita atender o objetivo de formação de recursos humanos que busquem pesquisa avançada no campo dos estudos da linguagem a fim de resolver problemas de diferentes segmentos da sociedade, como a educação básica e a formação superior; o Programa de Doutoramento em Estudos Linguísticos conta com um grupo de doze docentes permanentes, “com sólida e bem avaliada produção intelectual e docente, contando com orientações em diferentes níveis, produção bibliográfica plural, amadurecida  e consistente – sobretudo se considerar o diálogo e a pertinência entre o material produzido e o escopo do Programa” (Parecer CTC/CAPES).

CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

O curso de Doutorado Acadêmico em Estudos Linguísticos da UFFS tem por objetivo, segundo a presidente do GT, “a formação de recursos humanos que busquem pesquisa avançada no campo dos estudos da linguagem a fim de resolver problemas de diferentes segmentos da sociedade, como a educação básica e a formação superior. O Curso aproximará o conhecimento produzido na Universidade com as demandas da sociedade, com a inserção na sociedade e com o mercado de trabalho. O enfoque em projetos de doutoramento com prioridades para pesquisa e políticas da e na educação básica será uma das formas dessa aproximação. Além de formação especializada para a atuação dos professores, o PPGEL tem como meta uma formação gestora para políticas de língua e ensino de línguas, possibilitando os egressos atuarem em cargos de secretarias municipais e estaduais de Educação, para pensar soluções pedagógicas na área de língua e ensino”.

Angela Stübe menciona ainda que a contribuição do Doutorado em Estudos Linguísticos está na “formação consistente de pesquisadores e de recursos humanos com formação de pessoal especializado em política de línguas e ensino, que terão formação sólida na complexa realidade linguística do interior do Estado de Santa Catarina e da Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul, pelo exame das línguas, dos contatos entre línguas e dos discursos da região a partir das várias dimensões da análise linguística: as da sociolinguística, da dialetologia, da sintaxe, da lexicologia, da semântica, dos estudos cognitivos, dos estudos do discurso. Saberes esses necessários para balizar e fomentar políticas eficientes e adequadas à educação básica e superior para as políticas de línguas. As pesquisas e a formação de profissionais de alto nível gestadas pelo PPGEL gerarão sua inserção social – de modo mais localizado e imediato – na área de abrangência da UFFS”.

SOBRE O CURSO

O acesso ao PPGEL da UFFS está aberto a candidatos que concluíram curso de Mestrado reconhecido pelo MEC, no país e/ou no exterior, ou, condicionalmente, a candidatos que comprovem, mediante certidão ou declaração de Instituição de Ensino Superior, ter concluído ou estar prestes a concluir curso de Mestrado. A cada processo seletivo serão oferecidas até 12 vagas no Curso de Doutorado em Estudos Linguísticos.

O Curso de Doutorado tem a duração mínima de 24 meses e máxima de 48 meses. Para obtenção do título de doutor em Estudos Linguísticos, o estudante deve integralizar, no mínimo, 48 (quarenta e oito) créditos, distribuídos em: 28 (vinte e oito) créditos em disciplinas eletivas; 16 (dezesseis) créditos em orientação de tese; e 4 (quatro) créditos em atividades curriculares complementares.