Publicado em: 12 de março de 2024 16h03min / Atualizado em: 14 de março de 2024 10h03min
A UFFS esteve entre as instituições organizadoras do IV Seminário Regional de Implementação do Currículo do Ensino Fundamental: Avaliação Formativa da Aprendizagem, realizado nos dias 7 e 8 de março, em Chapecó, com a presença de docentes de toda a região. Na programação, coube ao professor Willian Simões, da UFFS, atuar como mediador da conferência “Avaliação em larga escala no Brasil: perspectivas e desafios”, ministrada pela coordenadora-geral do Sistema de Avaliação da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), Clara Machado da Silva Alarcão.
De acordo com Simões, “o evento oportunizou qualificar muito o debate sobre avaliação escolar na educação básica, envolvendo professores e gestores das redes estaduais e municipais da região da AMOSC (Associação de Municípios do Oeste de Santa Catarina). Contribuiu para estreitar ainda mais o diálogo com nossa comunidade regional e reiterar o compromisso social da UFFS com o desenvolvimento regional, com as escolas públicas de gestão pública". Ele ressalta que o seminário contou com apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por meio de edital específico para fomento a eventos no país.
Avaliação
O debate sobre a avaliação no Ensino Fundamental foi amplo ao longo dos dois dias de seminário. Foi das especificidades do trabalho avaliativo em sala de aula até as grandes avaliações nacionais, realizadas pelo INEP. A distância entre esses cenários foi um dos aspectos abordados pela conferencista Clara, questionada por participantes do evento a respeito da forma e conteúdo das avaliações da educação básica, que servem como base para a distribuição de recursos pelo governo federal, mas que, segundo elas, muitas vezes não refletem a realidade. Clara disse que o Instituto não se limita a avaliar números, pois também são coletados dados contextuais, que são levados em consideração nas análises realizadas.
Sobre a questão da disputa entre escolas, que são colocadas em rankings de melhores ou piores, Clara enfatizou que esta não é a finalidades das avaliações. Ela ressaltou que o INEP não divulga os dados dessa forma, mas, como eles são públicos, o uso é feito de acordo com os interesses dos envolvidos. Clara destacou que o interesse do Instituto é fazer o diagnóstico da educação para poder auxiliar na busca de soluções para as fragilidades das unidades de ensino em cada uma de suas fases. “A avaliação não é termômetro, é remédio”, pontuou.
Alfabetização
Clara comentou que em 2019 foi realizada a primeira avaliação com foco na alfabetização e, dois anos depois, quando foi feita uma nova avaliação, constatou-se que essa foi a etapa que mais sofreu as consequências negativas da pandemia de coronavírus. Esses resultados auxiliaram para que fosse lançado o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada em 2023. Por meio dele, estabeleceu-se o objetivo de assegurar que 100% das crianças estejam alfabetizadas até o 2° ano do Ensino Fundamental, além da recomposição das aprendizagens, com foco na alfabetização de 100% das crianças matriculadas no 3°, 4° e 5° ano afetadas pela pandemia. Para Clara, esse é um bom exemplo de como as avaliações podem ser eficazes.
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