Publicado em: 16 de setembro de 2010 08h09min / Atualizado em: 17 de março de 2017 15h03min
É com grande emoção e orgulho que celebramos o primeiro ano de existência da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Gostaria de agradecer a cada um dos professores, técnico-administrativos e alunos por terem decidido fazer parte desta bela história de nossa instituição.
Agradeço ao Presidente Lula, ao Ministro Haddad e a toda a sua equipe por nos terem dado a confiança, a energia e os recursos para nos dedicarmos a esta hercúlea tarefa de construir uma nova universidade federal, em novas bases: pública e popular, pública e gratuita, pública e de qualidade, pública e democrática, em cinco campi no interior dos três estados da região Sul. Tenho que agradecer a eles especialmente por acreditarem na nossa capacidade de tornar real, em tão curto espaço de tempo, este sonho sonhado por tantos durante tantos anos.
Deixa-me especialmente feliz ver a nossa universidade, já com a sua comunidade acadêmica de professores, servidores e estudantes — todos selecionados criteriosamente entre milhares de candidatos — constituída e ativa. Isto há um ano era visto por muitos como mais um sonho de noite de verão de alguns nefelibatas, coisa de quem vive nas nuvens, um espasmo politiqueiro, uma falsa promessa, um projeto que jamais se realizaria. Graças à dedicação abnegada e diuturna de muitos, estamos hoje aqui, como universidade, fazendo ensino, pesquisa e extensão, constituindo-se a cada dia como um espaço de liberdade, como um espaço de cultura e de compromisso social, para em breve figurar entre as grandes e mais importantes instituições de educação superior dos três estados do Sul.
No dia 15 de setembro do ano passado, por ocasião da sanção da lei de criação da UFFS, eu dizia em meu discurso ao Presidente Lula e aos ministros presentes que era possível iniciarmos as aulas em março de 2010 desde que os concursos fossem autorizados imediatamente. Um mês depois, 15 de outubro, no dia da minha posse como reitor, os concursos foram autorizados, os editais foram imediatamente publicados e os concursos logo realizados. Para que pudéssemos iniciar o primeiro semestre de aula, e agora o segundo, foram, repito, meses de muito trabalho. E tenham a certeza, teremos ainda muitos anos de muito trabalho pela frente. A construção de uma universidade é um processo permanentemente inconcluso. Imaginem, então, quando ainda estamos no início de seu funcionamento. No estágio em que nos encontramos, é uma obrigação colocar em plano secundário os interesses individuais e nos perguntarmos primeiro o que podemos fazer pela UFFS para que ela possa melhor servir à sociedade que a criou. Eu dizia ao Ministro, por ocasião da minha posse como Reitor, em 15 de outubro, parodiando Dickens, que depois de tudo o que tínhamos conquistado nos primeiros oito meses de trabalho à frente da Comissão de Implantação, que aquele era o melhor dos tempos e era o pior dos tempos; tínhamos tudo diante de nós e pouco ainda solidamente estabelecido sob os nossos pés. Hoje o momento histórico é outro: já não há mais uma universidade a ser criada, pois ela já está criada; não há mais uma universidade a ser posta em funcionamento, pois ela já está funcionando, mas há uma universidade a ser consolidada nas suas regras de funcionamento, na instalação de seus conselhos, na criação de espaços colegiados, próprios de uma comunidade acadêmica que se queira democrática e respeitosa das diferenças, na concepção e implementação de programas, projetos e boas práticas que permitam que exerçamos com qualidade as nossas funções de ensino, pesquisa e extensão, na construção de nossos campi, de nossos prédios de salas de aula, de professores, de nossos laboratórios, de nossos centros de convenções, de nossas bibliotecas, de nossa reitoria e de nossas direções de campus, na preparação do adeus aos espaços provisórios que hoje ocupamos, etc. Temos, pois, uma tarefa hercúlea pela frente! E ela terá que ser capitaneada, sem receios, com muita dedicação, pela comunidade acadêmica recém-constituída. E este esforço logrará êxito porque contará com o apoio determinado do Ministério da Educação e da sociedade da região.
Diante da tarefa que nos espera, temos que sempre manter vivo o princípio de que universidades são instituições criadas pela sociedade para que a sociedade possa, assim, melhor ajudar-se a si mesma. Universidades não existem para si só, para ficarem encasteladas, isoladas em torres de marfim. Elas existem para servir à sociedade, gerando e disseminando o saber para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. A universidade precisa ser vista com um caminho para a imagem de futuro que projetamos para o país (um país soberano, avançado nas artes e nas ciências, democrático, inclusivo e promotor da emancipação social). A universidade precisa ser e sentir-se sociedade para melhor exercer a sua missão social.
Professores da UFFS já começam a ter os primeiros projetos de extensão, pesquisa e pós-gaduação apoiados por agências de fomento. Logo participaremos de descobertas científicas; de prêmios acadêmicos, do desenvolvimento de novas metodologias e técnicas. Estas conquistas virão naturalmente porque são próprias de universidades com U maiúsculo como a UFFS. Mas são, em geral, conquistas de longo prazo e exigem, além de investimento continuado, paciência e, sobretudo, a dedicação de muitos durante muitos anos. E os jovens professores e técnicos que formam a comunidade acadêmica, saberá dar à UFFS o que ela necessita. Já demos uma grande ajuda à comunidade da região ao injetarmos diariamente milhares de reais na economia da região e ao adotarmos uma política de acesso que abre oportunidades concretas especialmente aos mais carentes. Criamos uma universidade viva, um espaço a serviço de toda a sociedade, uma universidade pública e popular.
Teremos a universidade de qualidade, pública e popular, com a qual sonhamos? Só o tempo dirá! Mas, se e quando tivermos dúvidas sobre as nossas funções e a nossa missão é sempre bom seguir a chama verde e tripartite que nos orienta e que é a marca identificadora da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS):
– as três categorias que necessariamente compõem a comunidade universitária: professores, alunos e técnicos, que juntos precisam atuar de forma competente;
- o ensino, a pesquisa e a extensão;
- arte, da ciência e da justiça,
- os três estados do Sul.
A UFFS nos coloca diante de uma oportunidade histórica, maravilhosa e ímpar, de ajudar a melhorar a educação dos três estados do sul e ajudar a região a chegar a um novo patamar de desenvolvimento econômico, social, científico e cultural. Saberemos enfrentar este desafio com abnegação, agilidade e competência.
Há um ano a universidade era uma ideia, hoje é uma ação; era uma luta, hoje é uma conquista; era uma esperança, hoje é uma promessa cumprida; era uma lei, hoje é um fato; parecia uma meta impossível, hoje é um empreendimento viável; era um sonho distante, hoje é uma realidade concreta. Celebremos este dia histórico que representa para a região uma das maiores conquistas dos últimos cinqüenta anos e para todos nós o início de uma nova vida acadêmica, a oportunidade concreta de colocarmos em prática o credo que construiu esta instituição milenar chamada de Universidade: a arte e a ciência a serviço da justiça; o belo e o verdadeiro a serviço da vida com qualidade para todos. Que daqui a alguns anos possamos, com um suspiro de alívio, dizer que valeu a pena o nosso esforço!
Texto apresentado pelo reitor da UFFS, Dilvo Ristoff, no dia 13 de setembro, antes da apresentação da Família Lima, durante a semana de comemoração do primeiro ano da universidade.
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