As versões finais dos Projetos Políticos dos Cursos (PPCs) da UFFS foram entregues à equipe diretiva da universidade no início do mês. Depois de um longo processo de composição, os documentos seguem para o Ministério da Educação (MEC) e para avaliação do Conselho Universitário (Consuni) da UFFS.

As primeiras propostas de organização curricular dos cursos de graduação da UFFS foram elaboradas por professores de outras universidades, doutores nas diferentes áreas de conhecimento em torno das quais a UFFS se propunha a atuar, convidados pela então Comissão de Criação da UFFS. Em apenas algumas semanas de trabalho intenso – tendo em vista os prazos para a realização do primeiro concurso para professores e o início das aulas previsto para março de 2010.

O trabalho dentro da Comissão de Implantação da universidade foi, fundamentalmente, coordenado pela professora Bernardete Limonge, então vice-presidente da comissão. As propostas construídas naquele momento serviram de base para a construção dos PPCs. Segundo a pró-reitora de Graduação da UFFS, Solange Maria Alves, os professores da instituição foram desafiados a aprofundar, rever, propor e traduzir tudo numa proposta mais orgânica orientada por um roteiro padrão definido pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd).

Como a instituição é multicampi, o processo exigiu bastante mobilização. O trabalho foi construído coletivamente por opção da UFFS, o que, para a pró-reitora, demandou de todos, capacidade de diálogo, aprofundamento teórico e metodológico para a reflexão e a construção de procedimentos  adequados com o que se acredita ser o melhor para a formação de um dado perfil socioprofissional.

Como uma universidade nova, o processo ganhou contornos prórpios. “Foi preciso, antes de tudo, nos conhecer (éramos muitos de muitos lugares disitintos com visões e expectativas diversas, etc), colocar nossas concepções e perspectivas na mesa, dialogar com as propostas construídas na comissão de criação da UFFS, com cursos idênticos em diferentes campi com coletivos diversos e, em tempo recorde, elaborar uma versão do PPC para fins de registro no sistema e-MEC”. Depois, aprimorando as discussões, chegou-se à versão final.

O que é o PPC
É o documento orientador do processo formativo de um curso e se constitui com base nos referenciais institucionais articulados aos de cada área específica de formação - ou seja, considerando o perfil de egresso, os princípios e a missão institucional - e, em diálogo com isso, propor a formação de um perfil profissional com base em referenciais filosóficos, epistemológicos e pedagógicos da área de conhecimento.

Leia um trecho do relato da pró-reitora sobre o processo de desenvolvimento dos PPCs

“Não tenho como computar aqui as incontáveis reuniões, idas e vindas de docentes dos campi, emails e conversas online entre os muitos coletivos que se formaram para enfrentar as adversidades e contradições do processo de construção coletiva de um PPC. O desafio de pensar cursos iguais em campi diferentes com grupos distintos, ora divergentes ora convergentes e, em muitas situações, enfrentar o fato de ser a primeira experiência como docente universitário e com a feitura conjunta de um projeto pedagógico. Todos aprendemos muito, seguramente.

Foram meses de intenso trabalho, de diálogos acalorados, de avanços e recuos. Meses que  possibilitaram nos conhecer melhor e nos perceber integrados em torno dos grandes princípios da UFFS. Meses que também demarcaram nossas possibilidades e nossos limites. Seguramente hoje estamos mais amadurecidos e, como dizem muitos professores e professoras, talvez, agora sim, aptos a realizar um PPC. O que demostra a apreensão do sentido de um PPC como um instrumento político-pedagógico que nos orienta, mas que não pode nos encamisar e deve, permanentemente, ser objeto de nossa avaliação crítica e propositiva.

Mas, além dos coletivos de docentes fortemente envolvidos nessa tarefa, a quem devemos agradecer imensamente, é preciso sublinhar o importante trabalho realizado por ténicos de todos os campi e, de modo particular à equipe que compõe, juntamente com a professora Zenilde Durli, o coletivo da Diretoria de Organização Pedagógica. Sob o olhar criterioso dessa equipe, a firmeza no cumprimento dos prazos e nas solicitações feitas e atendidas por cada coordenador de curso, passaram os PPCs ora entregues para serem revisados, corrigidos, organizados em cópia digital, impressos e, finalmente, encadernados. Uma equipe pequena, mas valiosa e corajosa, que não mediu horas de trabalho para dar conta da tarefa. A cada um e a cada uma, nosso muito obrigado.

Os PPCs construídos carregam as marcas dos coletivos de pessoas dos quais foram feitos. São, pois, históricos e por isso, construtos socioculturais, feitos de gente num dado tempo e espaço igualmente históricos. Olhar o processo desse lugar histórico é importatne porque nos coloca de frente com as contradições inerentes a todos os movimentos humanos e nos informa sobre a permanente mobilidade de um PPC. Isso quer dizer que vencemos uma etapa importante e já temos condições de ver nela nossos avanços e nossos novos desafios”.