Publicado em: 29 de março de 2017 00h03min / Atualizado em: 29 de março de 2017 00h03min
Com apresentações culturais e manifestações de entidades ligadas ao ensino no campo, movimentos sociais, povos indígenas e escolas da rede pública, aconteceu, na manhã desta quarta-feira (29), a abertura do III Seminário Internacional de Educação do Campo e III Fórum de Educação do Campo da Região Norte do Rio Grande do Sul (SIFEDOC). O evento tem a organização da UFFS e segue até sexta-feira (31), no Parque da Associação Comercial, Cultural e Industrial de Erechim (ACCIE) e na UFFS – Campus Erechim.
Nesta terceira edição, o encontro teve cerca de 200 trabalhos registrados para apresentação e mais de mil inscritos, entre professores, pesquisadores, integrantes de movimentos sociais e interessados em Educação do Campo, de 18 estados brasileiros e de países da América Latina, como Argentina, Bolivia e México.
A Conferência de Abertura teve a presença de Gustavo Codas, economista da Fundação Perseu, e do líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, os quais falaram sobre “Atualidade da América Latina e os desafios à classe trabalhadora: trabalho, capital e campesinato”. Codas fez uma análise dos fatos que proporcionaram os progressos e retrocessos do chamado “Estado do bem-estar social”. Conforme o economista, este processo, que pode ser chamado de progressista, está passando por um momento de bloqueio. “Estamos passando por uma fase de fortíssima disputa de rumos, no Brasil e na América Latina, mas a mudança de hegemonia vai depender da mobilização e resistência das pessoas”, analisa.
Já para o líder do MST, as mudanças no campo político e social ocorridas nos últimos anos, no Brasil e em outros países da América Latina, apresentam uma motivação predominantemente econômica. Para Stedile, o bom momento econômico pelo qual viveu o Brasil na década de 2000 colaborou para a construção de um pacto social. Com a chegada da crise econômica em 2008, e agravamento em 2013, “houve uma desarrumação do pacto e as elites iniciaram uma corrida pela retomada da hegemonia social”.
Grupos de discussão
A programação prossegue até sexta-feira (31) com diversas atividades, entre elas Ato Público em Defesa da Educação Básica e abertura da II Conferência de Ensino, Pesquisa e Extensão (COEPE) da UFFS, ambos na noite de quarta-feira (29), além de discussões em 10 Grupos de Trabalho (GTs) sobre temas relacionados à Educação do Campo. Também acontecem painéis sobre práticas educativas, atualidade na Educação e outros temas, com envolvimento dos participantes. É o caso de Pablo Daniel Vain, da Via Campesina na Argentina, e de Marta Lia Grego, da Escuela Campesina Agroecología (UST), da região de Posadas, Argentina. Ambos têm a expectativa de trocar experiências e compartilhar os desafios pelos quais passa a Educação do Campo, tanto no Brasil quanto no país vizinho. “Na Argentina estão acontecendo várias mobilizações para garantir que perdas não aconteçam nas políticas educacionais nacionais”, informa Grego.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
09 de janeiro de 2025
Editora
06 de janeiro de 2025
Pós-Graduação
20 de dezembro de 2024
Passo Fundo
20 de dezembro de 2024
Pós-Graduação