Instituições regionais do oeste catarinense conhecem projeto de usina de biogás da UFFS

Publicado em: 04 de abril de 2011 08h04min / Atualizado em: 21 de março de 2017 09h03min

A assessora do Reitor, Iara Dreger, fez a apresentação técnica do projeto da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) para uma usina de biogás na quinta-feira (31), em Chapecó.

O projeto, que será desenvolvido no período de 2011 a 2013, tem como propósito a aplicação de uma tecnologia de conversão de biomassa em energias renováveis elétrica e térmica em grande escala já consolidada em países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá.

O reitor da UFFS, Jaime Giolo, presente à apresentação, explicou que o projeto da usina é considerado importantíssimo para a instituição, contribuindo com a pesquisa, e também para as necessidades regionais, já que há grande produção agropecuária no Oeste catarinense. “Queremos que a institução abrace a busca de alternativas viáveis para o desenvolvimento”, ressaltou.

Conforme Giolo, a intenção é de que a usina produza energia suficiente para atender à necessidade de uma comunidade de 10 mil pessoas, corrrespondente ao consumo de energia do novo campus da UFFS em Chapecó. O investimento previsto é de R$ 12 milhões. Nesse sentido, já iniciaram as tratativas para a captação de recurso. “Mas é preciso ter um projeto forte e com respaldo de instituições”, afirmou o reitor, já convidando os representantes das instituições presentes para que se envolvam no projeto.

O projeto prevê o uso dos dejetos provenientes da pecuária e do lixo orgânico urbano para a produção de energia. A supervisão da usina será automatizada, podendo ser acompanhada pelos alunos em sala de aula, em tempo real, e pelos futuros parceiros participantes do projeto.
De acordo com o projeto, pretende-se transformar a UFFS em um centro de referência para o desenvolvimento de tecnologias apropriadas às biomassas excedentes nas atividades econômicas da região, e de tecnologias de inovação de modo geral, de modo a contribuir para o desenvolvimento social, tecnológico e econômico da região do Alto Rio Uruguai, da mesorregião da Grande Fronteira do Mercosul e, por conseguinte, do Brasil.

Segundo Iara, a tecnologia utilizada é a mais inteligente para converter biomassa em energia. Na Alemanha, conforme a pesquisadora, a previsão é de que 40 mil unidades estejam implantadas até 2020, gerando energia equivalente à produção da Usina de Itaipu.

Para a implantação do projeto da UFFS, seis etapas foram estabelecidas: 1) metodologia; 2) levantamento, consultas e parcerias; 3) busca de empresas para a realização dos estudos; 4) avaliação do estudo preliminar e formatação do texto para licitação do projeto executivo e projeto ambiental; licitação do projeto executivo e projeto ambiental; 5) contratação e desenvolvimento dos projetos; 6) execução dos projetos complementares; licitação de obra; contratação da obra e compra de equipamentos; colocação da usina em funcionamento.

Participaram da reunião secretários, presidentes e gerentes regionais de instituições que podem ser parceiras do projeto: Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), secretaria de Agricultura de Chapecó, prefeitura e secretaria de Agricultura de Guatambu, Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), sindicato Rural, Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), colegiados dos secretários de Agricultura do Oeste, Associção dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (Amosc) e secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR).

O projeto já tem o termo de compromisso assinado com a prefeitura de Guatambu. Pelo termo, fica estabelecido que o município irá alimentar a usina com o excedente da produção pecuária e resíduos urbanos do município (aproximadamente 19 mil toneladas a cama de aviários; 70 mil toneladas de dejetos de suínos; mil toneladas de carcaças; e mil toneladas de orgânicos urbanos), livre de custos. Em contrapartida, o biofertilizante (biomassa processada na usina) será devolvido pela UFFS ao município, também sem custos. Pelo cronograma estabelecido no termo, até maio de 2011 deve ser assinado o Termo de Cooperação Técnica para a implantação do projeto e  construção da usina que deve entrar em funcionamento no segundo semestre de 2013.