Publicado em: 06 de fevereiro de 2013 07h02min / Atualizado em: 27 de março de 2017 09h03min
A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) recebeu na noite de terça-feira (05/02) no Campus Erechim e na quarta-feira (06/02) no Campus Chapecó o intelectual e teólogo Leonardo Boff. O evento faz parte das comemorações alusivas aos três anos da instituição, e contou com a presença da comunidade acadêmica e externa e também teve a participação dos estudantes da UFFS do Campus Cerro Largo (RS) e Laranjeiras do Sul e Realeza (PR).
Boff abordou o tema ecologia em quatro pilastras, segundo ele, as principais e que devem estar presentes nos novos processos pedagógicos. "É possível e de suma importância tratar esse assunto em uma instituição como a UFFS, que está em formação e consolidação. O meio ambiente e os cuidados que ele exige devem ser pauta da sala de aula. Esse ambiente deve pretender criar um novo olhar sobre o mundo que vivemos. Hoje não basta termos a educação clássica, precisamos incorporar", ressalta Boff.
De acordo com o pensamento do teólogo, as quatro vertentes nas quais a ecologia se organiza são: ecologia mental, ecologia social, ecologia integral e ecologia ambiental. Todas essas ecologias devem ser oportunizadas aos nossos estudantes, precisamos de novas mentes para termos novos corações, mais preocupados com a mãe terra, preocupados com a cooperação, com o sufocante monopólio e consumismo. Segundo Boff é preciso introduzir na pedagogia conceitos como a necessidade de preservação da terra, que, para ser compreendida, deve ser entendida como mãe; ética como elemento fundamental da nova educação; conceitos de sustentabilidade e responsabilidade. Precisamos ser responsáveis a ponto de nos dar conta das consequências que nossos atos podem propiciar ao outro, ao mundo. E um último e forte elemento que deve estar presente nessa nova didática é a espiritualidade. Precisamos deixar de lado o consumismo extremo, irracional e temos que ter um momento a sós com nosso interior. Talvez esse seja o mal do mundo moderno: nunca fazer a viagem longa e tormentosa para dentro de seu próprio coração, avalia Boff.
O vice-reitor da UFFS, Antônio Inácio Andrioli, lembrou do compromisso da UFFS com esse novo modelo educacional. "Temos como compromisso ser inovadores e inovar é estar diretamente ligado à questão ambiental, tanto que temos cursos voltados para essa linha pois acreditamos também que é pela educação que promoveremos a sustentabilidade", diz. Ainda segundo Andrioli a UFFS busca, cada vez mais, promover diálogos que promovam o conhecimento crítico, úteis no processo de consolidação da instituição. Sobre isso, o Diretor do Campus Erechim, Ilton Benoni, pontua que as experiências de uma universidade se moldam à luz de debates e reflexões. Leonardo Boff com certeza marca a história da UFFS quando vem até nós dialogar sobre um assunto tão relevante e constante nos desafios da instituição, é o momento de colocarmos em ebulição o pensamento crítico, ressaltou.
De acordo com o Pró-reitor de Extensão e Cultura da UFFS, Geraldo Ceni Coelho, o momento é histórico. Trazer um pesquisador e pensador da importância de Boff para dois momentos de diálogo é sem dúvida um privilégio. "Boff será um alimento para a chama que liga a UFFS ao desafio de uma educação mais ambiental", pontua.
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