Publicado em: 07 de dezembro de 2012 07h12min / Atualizado em: 24 de março de 2017 14h03min
A comissão responsável pela elaboração da Política Indígena da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) promove de terça-feira a sexta-feira (11 a 14), reuniões para discutir o Programa de Acesso e Permanência dos Povos Indígenas. O evento acontece nos cinco campi da instituição (veja cronograma das atividades abaixo).
O evento, conforme a presidente da comissão, diretora de Extensão da pró-reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), Monica Hass, é aberto a todos os interessados. Entidades ligadas ao tema e as comunidades indígenas já estão sendo mobilizadas para levantar elementos e levá-los à discussão.
Segundo Monica, a própria UFFS participou da organização do I Congresso Sul-Brasileiro de Promoção dos Direitos Indígenas (Consudi) e ouviu as políticas de outras universidades no Encontro sobre Diversidade, promovido pela instituição. Para ela, esses e outros eventos contribuem para o ganho de informações sobre o assunto em vários pontos de vista.
A comissão é composta por 12 servidores da UFFS, com pelo menos um professor de cada campus que trabalha com a temática indígena. Isso possibilitou, de acordo com ela, que as expectativas e demandas já fossem incluídas desde a discussão inicial.
Outra questão na formação da comissão, segundo a diretora, foi o envolvimento de todas as pró-reitorias acadêmicas, além da secretaria especial de Assuntos Estudantis. “Temos a preocupação não só com o ingresso de estudantes, mas também o acompanhamento e a permanência. Também pensamos não só na graduação, mas alternativas para o desenvolvimento da pesquisa e da extensão nas comunidades indígenas, além da pós-graduação”.
Ela lembra que mesmo antes de todo o movimento para a construção da minuta, a UFFS, por conta da demanda de um indígena que cursa uma especialização no Campus Cerro Largo, buscou se ajustar a essa realidade e criou uma bolsa para o Lato sensu. “Estamos avançando do que está previsto na Política de Cotas do governo federal”, relata.
No mesmo sentido, o diretor de Políticas de Graduação da pró-reitoria de Graduação (PROGRAD), Élsio Corá, que também faz parte da comissão, destaca a importância do momento, tanto para o Brasil quanto para todas as universidades e institutos federais que estão se adequando à lei de cotas. “Neste sentido, a UFFS inova na sua interpretação e pode ser tomada como referência. Também, inova, ao propor uma Política Indígena, a partir das discussões com a própria comunidade indígena. A relevância está na própria concepção do programa, uma vez que está sendo construído a partir do diálogo com as entidades e as comunidades indígenas dos três estados do Sul”.
Nas audiências serão apresentadas a política de cotas do governo federal, a forma com que a UFFS decidiu atuar perante essa política e a minuta da Política Indígena da instituição. Com as sugestões de todos os campi acrescidas à minuta, a comissão irá apreciar e levar o debate às pró-reitorias acadêmicas. Depois, a proposta irá às instâncias finais de decisão.
A previsão é de que seja criada uma comissão institucional para implantar e acompanhar o andamento da política. Além disso, comissões locais serão formadas para também implantar e acompanhar o desenvolvimento das ações em todos os campi.
Para Corá, apesar de entender que novidades exigem certo tempo para adaptação, organização e adaptação, a política deve contribuir no respeito e na quebra de determinadas diferenças culturais da sociedade. “A UFFS deverá criar uma logística capaz de acolher e possibilitar o pleno desenvolvimento deste aluno e também aprender com ele: sua cultura, seu modo de ser e estar no mundo. Esses são alguns dos desafios que esse programa exigirá, mas são desafios positivos que irão enaltecer ainda mais nossa universidade no cenário nacional”, finaliza.
Programe-se:
11/12 – Campi Realeza e Laranjeiras do Sul
12/12 – Campus Chapecó
13/12 – Campus Erechim
14/12 – Campus Cerro Largo
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