Publicado em: 25 de março de 2021 17h03min / Atualizado em: 26 de março de 2021 15h03min
Em fevereiro de 2020, a Universidade Federal da Fronteira Sul iniciou as tratativas para construção de uma usina fotovoltaica no Campus Erechim, no Rio Grande do Sul. A iniciativa está sendo viabilizada com o aporte de R$ 1,7 milhão, proveniente de edital do Ministério da Educação (MEC) que prevê a construção de sistemas fotovoltaicos em instituições federais de ensino.
A usina deverá suprir a demanda de energia dos campi da UFFS situados em Erechim, Passo Fundo e Cerro Largo. Conforme o projeto, a potência da usina será de aproximadamente 400 quilowatts pico. O Campus Erechim receberá 22 kits de placas de 18,48 quilowatts pico cada um, sendo que o tamanho da área ocupada pela usina pode variar de 3.400 a 5.000 metros quadrados, dependendo do projeto final.
O professor da UFFS Marcelo Esposito é o responsável pela implementação do projeto no Campus Erechim. Ele fala a seguir de como se encontra a iniciativa e o que falta para entrar em funcionamento:
Em que fase está a implementação do projeto da usina fotovoltaica em instalação no Campus Erechim?
Estamos com os módulos fotovoltaicos instalados (arranjo com 1004 módulos) e fixados na estrutura metálica (213 pórticos com estrutura fixa no solo). A subestação da usina está pronta, faltando apenas a conexão com a rede elétrica interna da Universidade em 13,8kV. A solicitação de acesso de minigeração à empresa RGE está em andamento. Na próxima etapa, a subestação primária do campus Erechim passará por uma adequação.
O que falta para entrar em operação?
Em fevereiro de 2021, a empresa executora começou a instalação e a montagem da subestação da usina (parte elétrica - a parte civil ficou pronta em 2020). No dia 17 de março de 2021, a subestação foi considerada concluída. Faltam apenas pequenos ajustes que serão executados no ato da ligação com a rede interna da UFFS. As tratativas com a concessionária RGE estão em andamento. Pelo contrato, falta ainda um treinamento técnico especifico sobre a entrada em operação, a manutenção e o funcionamento da usina, de acordo com a norma ABNT NBR 16274, sistemas fotovoltaicos conectados à rede — requisitos mínimos para documentação, ensaios de comissionamento, inspeção e avaliação de desempenho.
Como está sendo a troca de experiência e conhecimento para viabilização do projeto? Como se dá a colaboração da UFFS no processo?
A equipe designada pela Portaria nº 177/PROAD/UFFS/2020 é extremamente competente e tem dado todo o suporte necessário para o bom andamento dos serviços. Todos têm se empenhado em destacar nesse projeto o objetivo didático. Vários foram os momentos em que o projeto foi modificado para que atendesse a necessidade de acesso ao conhecimento gerado com a construção da usina. A redução no gasto com energia elétrica será uma consequência da instalação. O expertise chegará à vida acadêmica de graduação e pós-graduação da UFFS.
Não há um momento da construção ou detalhe de projeto que não tenha a mão da equipe técnica da UFFS – Campus Erechim e da Secretaria Especial de Obras (SEO). Como um dos responsáveis pela usina, além de defender com os gestores da UFFS o projeto inicial para trazer o projeto para Erechim, colaborei com a escolha do edital carona quando o recurso do MEC foi direcionado à UFFS. Desde o dia em que o primeiro trator de esteira começou a fazer a terraplanagem, após inúmeras medições topográficas realizadas pela nossa equipe de técnicos e fiscais de contrato, tenho monitorado diuturnamente tudo que é feito, instalado ou modificado na usina (projeto básico, projeto executivo, recebimento de materiais e equipamentos, construção, montagem e futuramente a colocação em operação, realização de testes e pré-operação).
É possível mensurar os ganhos institucionais e acadêmicos para a UFFS e também para a sociedade da região?
De concreto e em execução têm-se ganhos no aprendizado nos seguintes componentes curriculares (CCRs) que são ministrados para o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária: GEN214 - Métodos, processos e dinâmica da geração eólica de energia e GEN217 - Geração solar de energia e GEN220 - Energia e Meio Ambiente. Para o curso de Agronomia: GCA497 - Tópicos especiais em agronomia IV - Conversão das energias solar e eólica em energia elétrica. Outra proposta de tema para cursos de graduação é o SFIE – Sistema Fotovoltaico Integrado à Edificação. Coordeno também um projeto de extensão de título: Programa de Bom Uso Energético - PROBEN UFFS/ER, que envolve energia fotovoltaica e é a base para a participação nos editais anuais do Programa de Eficiência Energética - PEE da CPFL/RGE. Em 2020 foi submetido o primeiro relatório de diagnóstico energético para proposta de projeto de eficiência energética. Esse projeto tem a colaboração da EngTech Jr. – Soluções Ambientais, a Empresa Júnior do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFFS - Campus Erechim.
Com relação à região de abrangência do Campus, fomos procurados para atuar como referencial técnico na construção de uma usina fotovoltaica com o dobro da potência instalada na UFFS. Além da solicitação de apoio técnico relacionado à geração de energia elétrica em pequenas propriedades rurais relativas à agricultura familiar. Como tudo que está acontecendo é recente e devido à pandemia de covid-19, esses convites foram deixados para um momento mais adequado.
O senhor poderia traçar um pequeno passo a passo de como foi sendo implantado o projeto?
I. Elaboração dos projetos básico e executivo. De uma forma geral, os projetos básicos incluem desde a escolha da localização da usina até o ato de elencar vantagens e desvantagens do projeto escolhido. O projeto executivo deve ser técnico e rigoroso com relação principalmente as normas que tratam de sistemas elétricos e de obra civil, por exemplo.
II. Aquisição de materiais e equipamentos, construção, montagem e colocação em operação, realização de testes, a pré-operação e todas as demais operações necessárias e suficientes para colocar em pleno funcionamento uma usina fotovoltaica. Em todas as fases, a fiscalização e o acompanhamento do andamento da execução dos serviços prestados exige profissionais proativos e com bastante experiência acumulada sobre o assunto.
Acompanhe a seguir fala do professor Marcelo Esposito sobre o projeto no Fronteira News:
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