Primeiro estudante transexual, negro e Sem Terra na UFFS defende trabalho de conclusão de curso
Estudante realizou estudo sobre coletivo LGBT do Movimento Sem Terra

Publicado em: 07 de abril de 2022 14h04min / Atualizado em: 07 de abril de 2022 15h04min

Na última quinta-feira (31), na UFFS – Campus Laranjeiras do Sul, aconteceu a defesa de TCC do primeiro estudante transexual, negro e Sem Terra Thaisson Rodrigues de Campos. A pesquisa intitulada “LGBT Sem Terra: um estudo a partir do coletivo LGBT do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)”, foi defendida no curso Interdisciplinar em Educação do Campo - Ciências Sociais e Humanas e foi orientada pela professora Fernanda Marcon.

O trabalho de Thaisson aborda a formação do coletivo LGBT dentro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a partir das experiências de seus militantes, uma experiência partilhada pelo próprio estudante, enquanto pessoa transexual, negra e Sem Terra. Para ele, a importância da conclusão do trabalho do curso, vai além de pegar um diploma, mas seguir sendo um educador na luta e na resistência. “No mesmo sentido em que menciono essa importância do trabalho, também trago a importância da visibilidade trans além da Universidade, em todos os espaços de construção humana, forjando a luta, engajado nesse debate da diversidade sexual e de gênero, para entender a importância dessa luta”, afirmou.

Além disso, para o estudante, ser transexual, negro, LGBT Sem Terra é também trazer essas pautas para dentro da Universidade. “Trazer a real certeza de entender a luta pela terra, por igualdade de gênero, igualdade racial, igualdade de classes, por justiça social”, disse Thaisson.

De acordo com a orientadora, Fernanda Marcon, o trabalho representa uma grande vitória em termos de representatividade na Universidade, além de contribuir na produção de conhecimento sobre um tema tão relevante para as Ciências Sociais e Humanas. “Ao se tratar de um TCC dentro de um curso de licenciatura e da formação de professores/as que atuarão nas escolas do campo e também da cidade, é muito importante pela promoção do respeito à diversidade de gênero, de classe e étnico-racial pelos cursos de Educação do Campo, uma tarefa sempre urgente da sociedade brasileira”, concluiu.