Publicado em: 19 de outubro de 2009 08h10min / Atualizado em: 16 de março de 2017 15h03min
Brasília – O primeiro reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Dilvo Ristoff, disse, após ser empossado, na quinta-feira, 15 de outubro, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, que a partir daquele momento havia uma universidade a ser posta em funcionamento, com tudo o que isso significa em termos acadêmicos, administrativos, operacionais e políticos. “É uma tarefa hercúlea, mas venceremos!"
No início da cerimônia de posse, no auditório do MEC, a secretária nacional de Educação Superior, Maria Paula Dallari Bucci, provocou momento de vibração entre os presentes, ao anunciar que o Ministério do Planejamento e Gestão havia autorizado, um pouco antes, a realização de concurso para a contratação de professores e servidores para a UFFS, que terá campi em Chapecó, sede da Universidade, em Erechim (RS), Cerro Largo (RS), Laranjeiras do Sul (PR) e Realeza (PR). A notícia foi comemorada por todos, porque é a garantia de que a Universidade poderá funcionar no começo de 2010.
Antes disso, a secretária destacou a atuação do professor Dilvo Ristoff ao longo de sua carreira na Educação Superior e da sua participação no aprimoramento do ensino superior no Brasil. Disse que, na criação da UFFS, ele teve importante parcela de contribuição para o êxito da tramitação desse projeto de universidade inovadora em várias dimensões. Uma delas, afirmou a secretária, é a de o novo reitor ter sabido “galvanizar a expectativa e a mobilização social, protagonizada de maneira única e muito especial por um conjunto de parlamentares que abraçou essa causa desde o seu início.” Segundo ela, há nesse trabalho, e pelos relatos, o comprometimento de prefeituras e comunidades locais para viabilizar uma instituição de primeiro nível acadêmico.
No ato, foi assinado o Termo de Posse pelo ministro da Educação, Fernando Haddad e pelo reitor, Dilvo Ristoff. Em seu discurso, Ristoff disse que só acredita em universidades que sejam voltadas para a sociedade. “Elas não existem para si só, voltadas para seu próprio umbigo. Elas existem para servir à sociedade, gerando e disseminando o saber para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, defendeu.
Diante do desafio que terá como reitor de implantar a UFFS, em cinco campi, em três estados e um projeto inovador, o reitor disse que a forma como uma universidade ajuda a sociedade vai além dos resultados na formação dos profissionais no ensino superior, na pesquisa, nos prêmios, nas novas metodologias e técnicas, que são, para ele, conquistas de longo prazo, com investimento continuado, paciência e dedicação de muitos durante muitos anos. O reitor afirmou que o impacto de instalação de uma universidade como ocorre neste momento com a UFFS, e que muitas vezes escapa aos acadêmicos, é imenso porque afeta a vida dos cidadãos do seu entorno de forma intensa. Após a criação da universidade, a região na qual ela se insere jamais será a mesma. “Os impactos econômicos, sociais e culturais, as evidências mostram, não são triviais e desprezíveis como muitas vezes imaginamos. Na verdade, estes impactos são capazes de mudar a identidade e a feição de cidades inteiras. E isto irá acontecer em Cerro Largo, em Erechim, em Realeza, em Laranjeiras do Sul e, é claro, também, na hoje pujante cidade-sede de Chapecó, garante o reitor.
Ristoff ressaltou, ainda, que a atuação da Universidade Federal da Fronteira Sul vai contribuir com a democratização no acesso da comunidade e principalmente será a oportunidade de se oferecer aos jovens uma formação profissional e cidadã de qualidade.
Também aproveitou para dizer que o aluno do ensino superior, muitas vezes visto como um fardo, como um mal necessário, um estorvo à pesquisa, à publicação, à consultoria e aos bons relatórios para a Capes e o CNPq, é o que há de mais importante na universidade, pois a ele cabe a tarefa de dar continuidade ao avanço do conhecimento e à preservação da cultura. Reafirmou que a universidade deve ser um espaço acadêmico, político, social e cultural aberto à participação de todos.
Com base nesse modelo de instituição, o reitor aproveitou para anunciar como uma das primeiras decisões a criação do Conselho Estratégico Social, que orientará a UFFS nas questões estratégicas, as quais possam aprofundar a presença e o impacto positivo na região da fronteira sul. Isso dá continuidade ao movimento da sociedade que deu origem à UFFS, disse ele.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, observou que a UFFS tem um significado todo especial para o Ensino Superior no Brasil. É a 11ª instituição criada pelo governo Lula, superando a marca de ex-presidente Juscelino Kubitschek, que implantou 10 universidades federais. “A implantação da segunda instituição federal de ensino superior em Santa Catarina é resultado de uma mobilização das forças sociais e da ação articulada das bancadas parlamentares dos três Estados do Sul”, afirmou o ministro.
Ele agradeceu à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que é a tutora da nova instituição, no ato representada pelo vice-reitor, Carlos Alberto Justo da Silva. O ministro também falou de reportagem do jornal francês Le Monde, que destacou os investimentos em educação superior do governo Lula. Segundo o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem a visão do todo na Educação.
A solenidade foi prestigiada pelos senadores Neuto de Conto e Ideli Salvati, deputados Claudio Vignatti (SC), autor do projeto que criou a UFFS, e Osmar Serraglio (PR), pelo prefeito de Laranjeiras do Sul, Berto Silva, pelo pró-reitor de Assuntos Estudantis da UFSC, Cláudio Amante, e por representantes dos municípios do Oeste de Santa Catarina, Sudoeste do Paraná e Noroeste do Rio Grande do Sul, além das equipes da UFSC e UFFS.
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