Projeto da UFFS é contemplado com R$ 6,3 milhões para equipamentos
Recurso incrementará a estrutura de laboratórios dos campi Cerro Largo, Chapecó e Erechim

Publicado em: 23 de setembro de 2024 15h09min / Atualizado em: 24 de setembro de 2024 11h09min

Quatro laboratórios, dos campi Cerro Largo, Chapecó e Erechim, receberão importantes reforços. Recentemente, foi publicado o resultado final da chamada pública Pró-infra Expansão 2023 da FINEP, na qual a UFFS foi contemplada por meio do projeto “Impacto Ambiental e Valorização de Resíduos Agroindustriais na Mesorregião da Fronteira Sul”, com um valor total de aproximadamente R$ 6,3 milhões. O recurso será utilizado para a compra de equipamentos de ponta, destinados a pesquisas na área de Ciências Ambientais.

O projeto aprovado prevê a compra de cinco equipamentos, que irão para quatro laboratórios:

- Biorreator – equipamento desenvolvido para pesquisas em duplicata e para obtenção de maior quantidade de biomassa ou bioproduto final. Será utilizado para a multiplicação de células microbianas e a produção de seus metabólitos, que poderão ser empregados como bioprodutos com diferentes propósitos. Valor estimado em aproximadamente R$ 750 mil. Destino: Laboratório de Microbiologia e Bioprocessos do Campus Erechim (LAMIBI).

- MALDI-TOF – sistema de ionização por dessorção a laser assistida por matriz por tempo de voo. Espectrometria de massas com laser em estado sólido. Valor estimado em aproximadamente R$ 1,9 milhão. Destino: Central de Análises do Campus Chapecó (LABCEN-CH).

- Difratômetro de RaiosX – difratômetro de raios-x de banca para uso em ambiente multiusuário e realização de análises pelo método do pó. Valor estimado em aproximadamente R$ 514 mil. Destino: Laboratório de Geotecnologia Ambiental do Campus Erechim (LGA).

- UPLC-MS/MS – cromatógrafo líquido triplo quadrupolo, com bomba quaternária com mistura de baixa pressão com mecanismos de duplo pistão em série, com motores independentes, com compressibilidade automática. Valor estimado em aproximadamente R$ 1,2 milhão. Destino: Central Analítica do Campus Cerro Largo.

- GC-MS/MS - sistema de cromatografia em fase gasosa com capilar split/splitless e controladores de fluxo e pressão automáticos. Valor estimado em aproximadamente R$ 800 mil. Destino: Central Analítica do Campus Cerro Largo.

Além do valor estimado para a compra de cada equipamento, o projeto prevê também todos os custos envolvidos no processo de importação e transporte.

O projeto

O professor Sérgio Luiz Alves Júnior coordenou a elaboração do projeto. Ele explica que na chamada pública do Proinfra os projetos são encaminhados institucionalmente, por essa razão é necessária um pré-seleção interna das propostas. Sendo assim, “a gente pensou numa possibilidade de evitar a disputa interna e juntar pesquisadores que, de certa forma, trabalhassem dentro de um enfoque em comum”, conta. Foi então que reuniram-se pesquisadores envolvidos com os três cursos de Engenharia Ambiental, dois cursos de Ciências Biológicas e dois programas de pós-graduação da área de Ciências Ambientais, para compor o projeto, que tem duas frentes de trabalho: análise de impactos ambientais gerados por atividades agroindustriais e aproveitamento e valorização de resíduos sólidos dessas atividades.

Alves explica que o projeto tem como intuito “verificar o que está acontecendo ao nosso redor, especialmente na zona de influência da Universidade, o que isso causa de impactos negativos ao ambiente, e o que é gerado de subprodutos dessas atividades, que a gente pode entregar como o substrato, como matéria-prima de novos bioprocessos”. Um exemplo do que pode ser feito é o estudo do impacto dos resíduos de pesticidas, resultantes das atividades agroindustriais, no ambiente natural. Assim como o aproveitamento de resíduos como nutrientes para alimentar microorganismos, que podem ser utilizados como bioherbicidas.

Conforme o professor, os equipamentos previstos no projeto promoverão um salto qualitativo e quantitativo nas pesquisas da UFFS, além de resultar em um reflexo muito positivo na formação dos estudantes. “Os programas de pós-graduação, por exemplo, que terão acesso a esses equipamentos, poderão formar mestres e doutores num outro padrão”, pontua. O professor destaca que com pesquisas ainda mais qualificadas, os estudantes conseguem publicar seus trabalhos em revistas de maior fator de impacto, o que é bem visto pela Capes, que pode aumentar o conceito dos programas de pós-graduação, incrementar o repasse de bolsas e, consequentemente, isso pode gerar maior interesse de novos alunos.

Para Alves, a aprovação do projeto deve ser comemorada pela UFFS. “A pesquisa alavanca todos os índices dentro da Instituição, porque, ao mesmo tempo em que nós qualificaremos as nossas pesquisas, qualificaremos os nossos processos de formação, não apenas de mestres e de doutores, mas também de alunos em fase de iniciação científica. Com esses equipamentos a gente também tem mais chances de prestar serviços à comunidade. Isso ampliaria inclusive a nossa relação com o nosso entorno”, destaca.

Equipe

Conforme previsto na chamada pública, foram indicados 10 pesquisadores da UFFS para compor o projeto, sendo seis deles bolsistas de Produtividade do CNPq, são eles: Helen Treichel (bolsista nível 1C, coordenadora da proposta geral), Sergio Luiz Alves Júnior (bolsista nível 2, coordenador deste subprojeto), Eduardo Pavan Korf (bolsista nível 2), Leandro Galon (bolsista nível 1D), Fernando Henrique Borba (bolsista nível 2), Benhur de Godoi (bolsista nível 2), Daniel Joner Daroit, Altermir José Mossi, João Paulo Bender e David Augusto Reynalte Tataje.

Conforme consta no texto do projeto, embora não estejam elencados, devido ao limite de 10 pesquisadores principais da equipe científica, outros sete professores da UFFS estão vinculados à proposta em razão das contribuições na fase de elaboração, da relação com o tema ou da parceria com a equipe científica: Liziara da Costa Cabrera, Iara D. Endruweit Battisti, Suzymeire Baroni, Paulo R. Lopes Alves, Guilherme Martinez Mibielli, Marilia Hartmann e Paulo A. Hartmann.

Primeiro projeto FINEP aprovado em 2024

Conforme o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Joviles Vitório Trevisol, a partir do final do ano passado, a FINEP lançou inúmeros editais de pesquisa e inovação, vinculados a 10 grandes programas de fomento. “Com base nesses editais, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, em conjunto com os pesquisadores, submeteu, até o momento, cinco grandes projetos, totalizando um montante de R$ 35,2 milhões. A avaliação é bastante rigorosa e organizada em diferentes etapas. O projeto IMPAC-SUL - Impacto Ambiental e Valorização de Resíduos Agroindustriais na Mesorregião da Fronteira Sul foi o primeiro projeto da UFFS aprovado nos editais FINEP em 2024.

Trevisol explica que os recursos previstos, no montante de R$ 6,3 milhões, serão geridos por meio de uma fundação de apoio (a FAPEU). “Esses recursos são de grande importância para a estruturação e o desenvolvimento da pesquisa e para a consolidação dos nossos programas de pós-graduação. Os equipamentos solicitados vão atender três campi da nossa Instituição. Como os editais FINEP são muito concorridos, a aprovação é um indicador de qualidade muito importante. A aprovação resulta de um esforço coletivo e institucional muito grande. Cabe parabenizar e agradecer a dedicação do grupo que assumiu, desde o início, o desafio de elaborar a proposta”, destaca.

A FINEP

A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública de fomento à ciência, tecnologia e inovação, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), aplicou na chamada pública Pró-infra Expansão cerca de R$ 500 milhões de recursos não reembolsáveis do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Na fase inicial, 305 subprojetos foram apresentados por 159 instituições públicas e privadas. Desse total, 106 subprojetos de 64 proponentes foram aprovados.