Reitoria da UFFS fala sobre curso de Medicina em Chapecó

Publicado em: 19 de junho de 2013 08h06min / Atualizado em: 28 de março de 2017 10h03min

Em entrevista coletiva concedida na manhã desta quarta-feira (19), o reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Jaime Giolo, falou sobre as perspectivas para o curso de graduação em medicina na instituição e no Campus Chapecó.

De acordo com Giolo, o Ministério da Educação, através de um comunicado oficial, garante a inclusão de Chapecó no Plano de Expansão do Ensino Médico – Fase II e também a ampliação de vagas. “Seremos contemplados com mais do que esperávamos. Para Chapecó, serão 60 vagas de graduação em 2015 e mais 20 vagas para 2017, e Passo Fundo (RS), que já conta com 40 vagas, receberá ampliação de 22 novas vagas em 2016. Isso significa que, em pouco tempo, teremos 150 alunos cursando medicina. Sem dúvida, o cenário regional será modificado, pois além de alunos, teremos profissionais médicos vindo para a região para exercer a docência. Será um grande salto no atendimento e no fortalecimento da cultura médica”, destaca.

Além das novas vagas para graduação, o ofício trata da contratação de profissionais. Para o curso do Campus Chapecó está prevista a contratação de 80 docentes e 40 técnicos-administrativos. Passo Fundo, que já encaminha a contratação de 60 técnicos e 15 docentes, receberá, além dessas, mais 15 vagas para docentes e 11 para técnicos-administrativos.

Chapecó: planejamento e infraestrutura

Através da Portaria nº 2/2013, o Ministério da Educação estabelece os procedimentos e o padrão decisório para os pedidos de autorização dos cursos de graduação em medicina ofertados por Instituições de Educação Superior - IES integrantes do Sistema Federal de Ensino.

Segundo a Portaria nº 2, a análise do pedido de autorização do curso observará, necessariamente, a estrutura de equipamentos públicos e programas de saúde existentes e disponíveis no município de oferta do curso, considerando, entre outros itens:

a) número de leitos maior ou igual a cinco, disponíveis por aluno;

b) existência de pelo menos três Programas de Residência Médica nas especialidades prioritárias;

c) existência de vínculo com hospital de ensino; e

d) existência de hospital com mais de cem leitos exclusivos para o curso.

Consideram-se como especialidades prioritárias de residência médica: Clínica Médica; Cirurgia; Ginecologia-Obstetrícia; Pediatria; e Medicina de Família e Comunidade.

Sobre isso, Giolo ressalta algumas preocupações: “Criar as condições necessárias para a vinda do curso é um trabalho que precisa ser feito em parceria com a sociedade civil organizada e parlamentares Chapecoenses. Criamos a comissão de implantação do curso, que conta com 37 pessoas, representantes de vários segmentos. Esse grupo trabalhará no preparo e consolidação da estrutura externa, especialmente a UFFS, que receberá o curso que atualmente é a nossa principal preocupação. Estabelecemos Grupos de Trabalhos (GT´s) que atuarão em áreas específicas, como infraestrutura, projeto pedagógico, residências médicas e no credenciamento do Hospital Regional Oeste (HRO), como hospital de ensino”, afirma.

Atualmente, Chapecó conta com uma residência médica e o HRO trabalha na ampliação da estrutura, que passará a contar, incluindo os leitos do Hospital Materno Infantil, com 514 leitos. “A comissão está empenhada e estabeleceremos um calendário de reuniões dos GT´s para acompanhar o encaminhamento de cada questão."

Curso voltado à atenção básica

“O desafio está lançado e estamos muito confiantes. Atribuo esse aumento de vagas, também, ao excelente projeto pedagógico que apresentamos para os dois cursos. Um projeto inovador e afinado com o projeto de expansão que trabalha na perspectiva de atendimento da saúde básica pública urbana e rural”, comenta Giolo. Para ele, serão futuros profissionais médicos que atuarão na promoção da saúde pública e que agregarão mão de obra qualificada às unidades promotoras e que estarão, desde o princípio, inseridos no sistema de saúde dos municípios em que a UFFS firmar convênio.

Até o momento, para o estabelecimento do curso em Chapecó, a UFFS já firmou oito convênios e dois protocolos de intenções:

Convênios:

Hospital de Olhos de Chapecó

Município de Pinhalzinho

Hospital Beneficente de Pinhalzinho

Hospital Regional São Paulo

Município de São Miguel do Oeste

Município de Concórdia

Sociedade Hospitalar Frei Bruno

Município de Xaxim

Protocolo de Intenções:

Prefeitura Municipal de Chapecó

Associação Hospitalar Leonir Vargas Ferreira

Sistema de ingresso

Outro ponto destacado pelo reitor é o sistema de ingresso. “Em nada alteraremos nossa política de ingresso para o curso de medicina. Ele continuará sendo através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e respeitará a política de reserva de vagas instituída na UFFS. E afirmo que, mais uma vez, estaremos dando um passo à frente, pois o curso de medicina, hoje, possui um padrão, geralmente de alunos já ligados à área médica, o que é muito bom. Mas o plano de reserva de vagas da UFFS possibilitará que cerca de 90% deles sejam oriundos de escolas públicas, o que mudará significativamente o panorama do curso, tanto na fase de formação, quanto posteriormente, quando esses profissionais voltarem já formados”, finaliza Giolo.