Publicado em: 17 de junho de 2013 08h06min / Atualizado em: 28 de março de 2017 10h03min
A Segunda Audiência Pública da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), realizada no último sábado (15), no Campus Erechim, reuniu representantes de diversas organizações da Mesorregião da Fronteira Mercosul, além de estudantes e servidores da Universidade. A audiência foi organizada pelo Conselho Estratégico Social (CES) da instituição, órgão consultivo da UFFS formado por membros da comunidade acadêmica e representantes da comunidade externa da região de abrangência dos cinco campi da Universidade.
Com o tema “Que Universidade? Para qual desenvolvimento?”, a atividade teve como objetivo reunir contribuições de diferentes organismos da comunidade acadêmica e externa, as quais irão colaborar com a prospecção das ações institucionais nos próximos anos. Cerca de 250 pessoas, de diferentes municípios, movimentos sociais, organizações sindicais, órgãos públicos e privados, estudantes, professores e técnicos-administrativos da UFFS estiveram presentes, além da reitoria e de representantes das direções dos campi de Laranjeiras do Sul e Realeza (PR), Erechim e Cerro Largo (RS) e Chapecó (SC).
Para o presidente do Conselho Estratégico Social, Elemar do Nascimento Cezimbra, o evento atingiu os objetivos propostos. “Inclusive extrapolou a nossa expectativa em número de participantes comparando com a primeira Audiência Pública, realizada em 2011. A comunidade interna se envolveu bastante, ajudou a organizar, a mobilizar e a comunidade externa atendeu a esse chamado e participou”, disse.
Segundo ele, esse momento marca um fortalecimento das relações da UFFS com os movimentos que lutaram pela sua implantação. “Eu acho que tivemos um primeiro momento de refluxo do movimento pró-universidade depois da conquista.Isso é normal, usando a metáfora da onda do mar, ela arrebentou na conquista da Universidade, recuou e agora volta de novo. Esse é o processo, e nós estamos de novo em um crescente. Eu acho que o fato de concluir as primeiras obras, começar a mudar para as estruturas definitivas dá uma dimensão mais visível do tamanho de cada campus, do tamanho da Universidade. Essa audiência pública veio reforçar isso, esse compromisso firmado com essa região, com os movimentos sociais dessa região, de fazer uma Universidade diferente, com participação social, olhando a mudança, a transformação de uma região”, destacou.
De acordo com Cezimbra, a partir de agora o desafio é sistematizar as contribuições trazidas pela comunidade na Audiência Pública em um documento que orientará ações institucionais. “Agora nós vamos sistematizar todas essas contribuições que vieram, fazer esse diálogo com a comunidade acadêmica interna, com os órgãos deliberativos da Universidade, dar uma polida nesse diamante bruto, transformando em planos, em projetos”, disse. Uma das ações sugeridas durante a audiência já tem período para acontecer. No final de julho ou início de agosto o CES promoverá uma reunião ampliada envolvendo representantes de toda a Mesorregião Fronteira Mercosul, inclusive aquelas localidades que ainda buscam a expansão da Universidade.
Percepções
O reitor pro tempore da UFFS, Jaime Giolo, também destacou a mobilização da sociedade em torno da Audiência Pública. “Nós estávamos avaliando, inclusive, quando começou a mobilização para esta Audiência, como a comunidade está voltando, porque nós tínhamos feito outras audiências com participação pequena da comunidade, e agora sentimos que a sociedade se mobilizou. Ficamos muito felizes com isso porque nós queremos um diálogo muito forte, muito permanente, muito intenso com a comunidade regional, especialmente com a sociedade civil organizada, com esses grupos que lutaram para a implantação da Universidade. Hoje tivemos uma participação importante aqui, reflexões, movimentos que só fazem bem para a UFFS calibrar suas novas ações, renovar, inclusive, os seus compromissos, os seus princípios”, destacou.
Para o reitor, o tópico central dos debates girou em torno da expansão, o que reflete um contexto nacional. “O tópico central foi expansão, nós sabíamos inclusive que esse seria um tema forte, porque a sociedade está aproveitando uma oportunidade de expansão da educação superior brasileira, e portanto, se entusiasma com a possibilidade de ter uma Universidade, no caso já temos, mas uma universidade que se expanda, que se fortaleça, que cresça. Isso ficou evidente”, finalizou.
Ponto similar foi destacado pelo diretor do Campus Erechim, Ilton Benoni da Silva, que em sua fala final destacou a qualidade dos debates gerados na Audiência. “O Campus Erechim se sente honrado por ter dado a sua contribuição para a organização de um evento que têm essa relevância”, avaliou.
Para muitos participantes, ainda, a audiência deve ser um marco para a continuidade de debates que precisam ser feitos. Conforme o estudante Kaliton Prestes, um dos participantes do encontro, ainda há lacunas que precisam do envolvimento da comunidade acadêmica e externa. “A minha expectativa enquanto estudante da Universidade era de debater a proposta de desenvolvimento regional que a Universidade tem hoje, aqui se priorizou a expansão, e muito pouco o que se propõe hoje para desenvolvimento regional”, afirmou. O estudante do curso de Agronomia do Campus Cerro Largo diz que novos espaços para tratar desse tema deverão ser criados. “Há espaço para contribuirmos nessa questão”, avalia.
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