Sessão especial da Alesc homenageia professoras e estudante da UFFS
Evento proposto pela deputada estadual Luciane Carminatti homenageou as mulheres cientistas que atuam no Estado de Santa Catarina

Publicado em: 01 de novembro de 2023 09h11min / Atualizado em: 01 de novembro de 2023 15h11min

Na noite da última segunda-feira, dia 30 de outubro, foi realizada uma sessão especial na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para homenagear as mulheres cientistas que atuam no Estado, proposta pela deputada estadual Luciane Carminatti. Entre as 69 homenageadas estiveram cinco professoras da UFFS: Adiles Savoldi, Helen Treichel, Margarete Dulce Bagatini, Noeli Gemelli Reali e Solange Maria Alves, além da estudante Deise Ingrid Schneiders, mestranda em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável.

“É a primeira sessão em homenagem às mulheres cientistas. Espero que a Assembleia tenha conseguido retribuir de forma simbólica o trabalho e a esperança que vocês representam de dias melhores para o nosso estado. Estamos celebrando toda excelência feminina na pesquisa, no ensino e na produção do conhecimento, com protagonismo e valiosas contribuições”, discursou a deputada. Ela lembrou que no Brasil cerca de 40% dos pesquisadores são mulheres, mas somente 10% lideram grupos de pesquisas.

A pesquisadora Alexandra Eliza Vieira Alencar, do Departamento de Antropologia da UFSC, falou em nome das homenageadas. “Há muitos processos de invisibilidade que as mulheres cientistas passam na sua produção de conhecimento. Estamos celebrando mulheres que contribuem para o desenvolvimento da ciência, mas tais conquistas, por vezes, foram permeadas por muito sofrimento e solidão. Que a celebração de hoje não fique apenas no reconhecimento do mérito científico, mas em condições mais respeitosas e valorativas dessas mulheres dentro e fora das instituições”, disse.

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, também esteve presente na sessão, que além das mulheres, também homenageou duas instituições: o Instituto de Estudos de Gênero (IEG) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – Regional Sul (SBPC/Sul).

Homenageadas

"Para mim o significado desta homenagem é mostrar que a valorização das mulheres na ciência é essencial para garantir que recebamos o reconhecimento, o apoio e as oportunidades que merecemos pelas nossas contribuições na área. Historicamente, as mulheres têm enfrentado barreiras e discriminação, mas tem havido progresso ao longo dos anos para promover a igualdade de gênero e capacitar as mulheres em empreendimentos científicos. É importante reconhecer e celebrar as conquistas e contribuições das mulheres cientistas, garantindo o acesso equitativo ao financiamento nas pesquisas realizadas por mulheres, visto que a parcialidade na atribuição de financiamento pode afetar significativamente a capacidade das mulheres cientistas de conduzir e publicar suas pesquisas. Assim, os governos e as instituições científicas podem implementar políticas e legislação que promovam a igualdade de gênero na ciência, tais como exigir a diversidade de gênero em comitês, bem como abordar o assédio sexual e a discriminação. A valorização das mulheres na ciência não é apenas uma questão de justiça social, mas também um meio de melhorar o progresso científico e a inovação. Ao criar um ambiente inclusivo e de apoio para as mulheres, podemos explorar um conjunto mais amplo de talentos e avançar a nossa compreensão do mundo através de diversas perspectivas e experiências", declarou a professora Helen.

“A homenagem na Alesc representa o reconhecimento da pesquisa realizada com seriedade, comprometimento e responsabilidade desde a iniciação científica até a pós-graduação. Essa homenagem é um incentivo às jovens pesquisadoras e a todas as mulheres cientistas para acreditarem na ciência, pois grandes feitos somente são possíveis através da pesquisa científica. Hoje, estou representando além do meu trabalho, também o trabalho dos grupos de pesquisa e dos programas de pós-graduação que com empenho e dedicação estão projetando a pesquisa da UFFS a nível nacional e internacional, onde muitas meninas e mulheres estão inseridas”, opinou a professora Margarete

“Este é um evento da maior importância, não só para a ciência de Santa Catarina, mas, sobretudo, um evento focado em dar visibilidade ao trabalho, muitas vezes invisível, de inúmeras mulheres cientistas. Muito além, aliás, das 69 homenageadas. Se fizermos o exercício simples de observar a imagem que fazemos da pessoa por trás de um sobrenome seguido de data ao final de um texto de divulgação científica (ALVES, 2023), por exemplo, nos daremos conta de que, quase sempre, a imagem é masculina. É disso que se trata, de tornar visível o trabalho de educadoras, engenheiras, bioquímicas, físicas, antropólogas, geógrafas, linguistas, arqueólogas e tantas, tantas outras de todas as cores, etnias, idades. Um evento de resistência das mulheres na ciência em tempos em que ainda vivemos, no Brasil, os resquícios de um obscurantismo belicoso negacionista. No mundo, guerras de toda ordem que subjugam gentes, povos, territórios e que põem em perigo a humanidade e a ciência como fenômeno humano. Na condição de homenageada me sinto honrada. Mas tenho ciência de que represento uma rede de outras que somos pesquisadoras potentes nas diferentes áreas da UFFS e que, invisíveis, muitas vezes, seguem aí, autoras de uma revolução silenciosa. Um viva para as mulheres da/na ciência”, declarou a professora Solange.

Texto produzido com informações da Agência Alesc. A matéria completa, com a relação das homenageadas pode ser acessada na página da Agência Alesc.

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