Publicado em: 15 de setembro de 2020 08h09min / Atualizado em: 17 de setembro de 2020 10h09min
Ao completar 11 anos, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) inicia um novo ciclo de fundamental importância para o aprofundamento e consolidação de seu mandato social. Para a UFFS, assim como para toda universidade pública, seu mandato social, expresso principalmente por meio de sua missão institucional, constitui o cerne da razão de ser da Universidade. Nele, estão garantidos valores constitucionais fundamentais, como a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, o acesso e permanência à educação superior com igualdade e equidade, a inclusão, a diversidade, o desenvolvimento regional, entre outros.
Todos esses valores, caríssimos à Universidade e edificados dia a dia ao longo desses onze anos por docentes, servidores, estudantes e comunidade por meio da autonomia universitária, têm uma outra e singular razão de ser e existir: as pessoas! Com isso, quero dizer que a UFFS é feita por pessoas e para as pessoas e, em sendo assim, seu mandato social implica compromisso com as pessoas e a sociedade. Então, ao comemorarmos os onze anos da nossa Universidade, estamos reafirmando, reforçando e ratificando o compromisso social da UFFS com e para as pessoas, para o seu bem.
Diante do exposto, emergem algumas questões: em que consiste esse compromisso? Quais suas evidências? Onde se materializa? Como fortalecê-lo? É evidente que a busca por respostas a essas perguntas faz parte do trabalho cotidiano de todos e que a tarefa de respondê-las integralmente não é a intenção aqui, mas arrisco algumas aproximações, ao mesmo tempo em que convido a todos para, mediante crítica reflexiva e imparcial, repensar a UFFS, seu passado e desafios para o futuro, nossas fragilidades e potencialidades.
Entendido como um valor, o compromisso social da universidade relaciona-se intimamente com o conceito de bem público e, discuti-lo, implica se discutir a educação como direito social, que “faz parte do reconhecimento da grande responsabilidade que as Instituições de Educação Superior (IES) têm relativamente à formação ética, científica e técnica dos indivíduos no marco da construção da sociedade. Os fins da educação com sentido público estão referidos à formação de indivíduos sociais, cuja construção pessoal integral se insere no plano mais amplo da construção da sociedade e, em termos universais, da dignificação da humanidade” (DIAS SOBRINHO, 2013, p.110)*. Dito isso, umas das principais evidências nesse processo de construção do compromisso social da UFFS na seara da dignificação da humanidade perpassa pela qualidade, isto é, ao se constituir enquanto universidade, a UFFS assumiu constitucionalmente objetivos públicos que, como essência da educação, têm que expressar, fundamentalmente no ensino, na pesquisa e na extensão, a máxima qualidade. É por isso que, inicialmente, enfatizo que a UFFS, ao completar onze anos, ingressa num novo ciclo, numa nova história, que, entendo, ancora-se no desafio público e institucional de atravessar seu primeiro recredenciamento institucional no MEC. Para além de um ato regulatório e legal, o recredenciamento consiste na avaliação da qualidade, por parte do Estado e, portanto, da sociedade, do construído pela UFFS até aqui, nas seguintes dimensões e seus desdobramentos: o planejamento, a avaliação institucional, o desenvolvimento institucional, as políticas acadêmicas, as políticas de gestão e a infraestrutura. Assim, a análise dessas dimensões, suas evidências e materializações no cotidiano, o impacto delas na formação de estudantes, no trabalho docente e técnico-administrativo, bem como no desenvolvimento local, regional e nacional devem se traduzir em compreensões capazes de nos fornecer orientações para que, juntos, no exercício da autonomia universitária, consigamos olhar para o futuro em busca de novos rumos e possibilidades que visem o fortalecimento da nossa Universidade.
Ao comemorarmos os onze anos de UFFS, coloquemos a nossa UNIVERSIDADE acima e como o centro de nossas ações e, principalmente, a fortaleçamos como um meio para o desenvolvimento social, isto é, das pessoas que, nela, vêm buscar, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, melhores condições de vida, fator fundamental e que integra o conjunto de elementos edificadores da dignificação da humanidade. Parabéns à UFFS e, por extensão, aos estudantes, professores, técnicos e comunidade que, todos os dias, contribuem para sua edificação!
MARCELO RECKTENVALD
Reitor da UFFS
*DIAS SOBRINHO, José. Educação superior: bem público, equidade e democratização. Revista Avaliação (Campinas) vol. 18, n 1, Sorocaba, mar. 2013. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/aval/v18n1/07.pdf >. Acesso em: 10 set. 2020.
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