UFFS contra a Dengue: Saiba o que é e como evitar
Gestora do SIASS e biólogo da Prefeitura de Chapecó respondem principais dúvidas sobre a doença.

Publicado em: 08 de junho de 2022 16h06min / Atualizado em: 09 de junho de 2022 10h06min

O Brasil vive um surto de dengue, e os casos da doença não param de subir em todas as regiões do país. De acordo com informações do Instituto Butantan, o número de casos em 2022 já é maior que o total de 2021.

Para falar sobre a doença, a gestora do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal (SIASS) – Unidade Chapecó e professora da UFFS, Débora Tavares de Resende e Silva, e o biólogo da Secretaria de Saúde de Chapecó, Junir Antônio Lutinski, esclareceram algumas dúvidas comuns da população. Leia a entrevista abaixo:

 

UFFS – O que é a dengue?

Débora Tavares de Resende e Silva – É uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido pelo mosquito fêmea, principalmente da espécie Aedes aegypti e, em menor proporção, da espécie Aedes albopictus. Existem quatro tipos de vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Então é possível ser infectado até quatro vezes.

 

Quais os sinais e sintomas que surgem com a contaminação por Dengue?

Débora – Pode causar sintomas como febre alta (acima de 38,5°C) e dores de cabeça e no corpo intensa, mal-estar, falta de apetite, enjoo e vômitos, manchas na pele, pois a dengue provoca, entre outras coisas, uma inflamação nos vasos sanguíneos.

 

Há pessoas em situação de risco para a Dengue?

Junir Antônio Lutinski - Toda a população está vulnerável a contrair dengue, não existe imunidade e não contamos com vacina, com população imunizada. Em relação ao risco, podemos avaliar o risco de ter a doença e o risco de ter casos graves. E, no caso de casos graves, temos um adicional que temos observado no caso dos óbitos, que estão associados a pessoas mais idosas ou pessoas com algum comprometimento imunológico, que têm sido os casos mais frequentes. Também tem tido outros fatores — como acesso, cuidado e automedicação — que têm impactado na evolução para casos graves, internação e, até mesmo, óbito. Mas, em termos de exposição, estamos todos expostos e vulneráveis.

Qual o número atual de contaminados e óbitos no município de Chapecó?

Junir – Temos, aproximadamente, 5.550 casos confirmados. Digo aproximadamente, pois tem um número grande de pessoas aguardando resultado. Temos 10 casos confirmados de óbitos.*


Por que não temos casos de chikungunya e zika, há uma diferenciação nesse contexto de contaminações?

Junir – Em relação ao zika vírus e a febre chikungunya, essas viroses têm se mostrado menos intensas que a transmissão em relação a dengue. Não é que elas não existam, elas existem e, provavelmente, a gente tem casos aqui, embora não tenhamos conseguido diagnosticar. Como são três doenças e, além dessas três, existem outras, elas acabam se confundindo. Pode estar havendo, eventualmente, um diagnóstico cruzado. Mas eu acredito que, neste momento, em Chapecó, a gente não tenha tido nada expressivo porque apareceria nos exames e não tem aparecido. Acredito que não tenha o vírus circulando neste momento, podemos ter um ou outro caso isolado, mas não como uma transmissão viral como temos tido com a dengue.


Existem formas de prevenção? Quais são?

Junir - Atualmente, as formas de prevenção à doença são formas diretas e indiretas. As diretas: uso de repelente, roupa longa, barreira física para que o mosquito não chegue até as pessoas, em ambientes internos, principalmente. Também existe o controle sobre o vetor com tratamento focal, eliminação de focos, criadouros, eliminação de qualquer recipiente que possa se tornar um criadouro tanto dentro quanto fora do imóvel, são todas condições que acabam sendo utilizadas, que são recomendadas como estratégias para o controle do vetor. Seria um controle indireto da doença.


* Os números correspondem à data em que a entrevista foi realizada.