UFFS recebe consultores externos para qualificar projetos de mestrados e doutorados

Publicado em: 16 de março de 2011 10h03min / Atualizado em: 20 de março de 2017 16h03min

Com sete Grupos de Trabalho (GTs) formados – Agroecologia; Ambiente e Sociedade; Ciência de Alimentos; Educação; Estudos Linguísticos; Inovação e Desenvolvimento Tecnológico; História e Memória Regional -, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) prepara seus primeiros projetos de programas de pós-graduação stricto sensu (mestrados e doutorados). Para tornar o processo ainda mais produtivo, com propostas mais maduras e consistentes, pessoas altamente qualificadas em suas áreas foram chamadas a contribuir como consultores externos.

A expectativa é que ainda em 2011 sejam submetidos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pelo menos dois projetos. Com esse panorama e diante das expectativas regionais da abertura de mestrados e doutorados na área de abrangência da UFFS, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFFS, Joviles Trevisol, relata como está acontecendo o trabalho de elaboração dos projetos de programas.

UFFS - Por que a UFFS optou pelas consultorias externas aos Grupos de Trabalho da Pós-Graduação?

Trevisol - A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, por meio de sua Diretoria de Pós-Graduação, em conjunto com os Grupos de Trabalho da Pós-Graduação previu as consultorias externas desde o início dos trabalhos de elaboração dos projetos dos programas de pós-graduação. Entendemos que as consultorias são fundamentais ao processo de amadurecimento das propostas. O consultor é alguém externo ao programa e à instituição, em condições de fazer uma análise criteriosa de toda a proposta. Buscamos consultores que acumulam ampla experiência em programas de pós-graduação, alguns dos quais com presença ativa nas comissões de áreas da Capes.

A primeira consultoria foi realizada pela Profª Drª Maria Lúcia Camargo, Pró-Reitora de Pós-Graduação da UFSC, ao GT Estudos Linguísticos, em 07 de janeiro de 2011. Esse GT também contou com a consultoria da Profª Drª Amanda Scherer, do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFSM, em fevereiro último. A consultora esteve na UFFS durante os dias 24 e 25. Além de trabalhar com a comissão do GT, ministrou uma palestra aos estudantes de graduação do Curso de Letras. Outro momento importante da presença da consultora na UFFS foi a reunião realizada na Reitoria, com a presença do Reitor, Vice-Reitor, Pró-Reitor de PPG, Diretor de PG e membros da Comissão do GT. O terceiro consultor a estar na UFFS foi o Prof. Dr. Luiz Carlos Soares, da Comissão da Área de História da Capes e professor do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense. A consultoria foi realizada nos dias 02 a 04 de março ao GT de História. Além das discussões no âmbito do GT, foi realizada uma palestra aos estudantes do Curso de Graduação em História da UFFS – Campus Chapecó, e uma reunião de trabalho com os dirigentes da instituição na Reitoria. A quarta consultoria será feita pela Profª Drª Maria Beatriz Abreu Glória, atual presidente da Comissão da Área de Ciência de Alimentos da Capes, e professora da UFMG. A visita acontecerá em maio próximo, com data em fase de definição, ao GT Ciência de Alimentos. A quinta consultoria em execução está sendo realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC ao Grupo de Trabalho da UFFS responsável pela elaboração do projeto de mestrado e doutorado em educação. Um conjunto de tratativas iniciado em dezembro de 2010 entre as Pró-Reitorias de Pós-Graduação da UFSC e UFFS e os programas de pós-graduação em educação envolvidos redundou numa parceria de cooperação acadêmica, no âmbito da qual o PPGE/UFSC exerce o papel da nucleador do PPGE em implantação na UFFS.

UFFS - Como são escolhidos os consultores de cada grupo?

Trevisol - A escolha dos consultores é feita pelo próprio Grupo de Trabalho e definida em conjunto com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. Em regra recai sobre pessoa vinculada a Instituições de Ensino Superior e com vasta experiência no âmbito da Pós-graduação stricto sensu e em especial com experiência nas comissões de área e com o processo de tramitação dos Projetos de Programas junto à Capes.  O GT, em regra, também indica como consultor pessoas que possuem alguma relação, acadêmica ou científica, com algum componente do Grupo.

UFFS - Como as consultorias estão funcionando nos sete GTs?

Trevisol - Cada GT tem um ritmo de trabalho bastante particular, que é determinado por uma série de fatores, entre os quais o nível de amadurecimento na elaboração do Projeto de Programa e o tempo de maturação para produzir afinidade e articulação entre a área de concentração e as linhas de pesquisa propostas em cada Programa. Diante disso, a partir do momento em que o GT produz uma versão preliminar do Projeto que entenda coerente, a mesma é enviada ao consultor que procede a análise. Em momento posterior promove-se encontro entre a consultoria e a comissão que coordena o GT ou com o próprio Grupo de Trabalho, momento que as apreciações quanto ao mérito e nível de amadurecimento do projeto são expostas e debatidas, em encontros, geralmente de dois dias de trabalho. Isso permite amplo debate que contribui sobremaneira na promoção dos ajustes necessários em cada projeto.

UFFS - Em que sentido os consultores vêm contribuindo na criação e desenvolvimento dos projetos?

Trevisol - O olhar externo das consultorias se constitui em trabalho que, geralmente, dá a clareza necessária quanto à unidade que os projetos precisam e é imprescindível para o amadurecimento dos mesmos. Por se tratar de pessoas altamente qualificadas em suas áreas, as consultorias contribuem sobremaneira no sentido de apontar as limitações das propostas, bem como de evidenciar os aspectos relevantes das mesmas. Na verdade o consultor externo desempenha papel primordial por sugerir a “sintonia fina” da proposta. Geralmente são as consultorias que atentam para os detalhes muitas vezes imperceptíveis aos professores que se debruçam cotidianamente na produção do projeto. Assim, suas contribuições são de fundamental importância para a elaboração de projetos de qualidade capazes não apenas de obter êxito e de serem recomendados pela Capes, mas que venham a contribuir efetivamente na resolução dos problemas sociais.  

UFFS - Quais grupos ainda devem receber consultores e quando as reuniões devem acontecer?

Trevisol - Até o momento de submeter os projetos a Capes, qualquer GT pode receber uma ou mais vezes a contribuição de consultores, dependendo da necessidade apresentada pelo grupo. Os diferentes Grupos desenvolveram seu planejamento de trabalho do ano e fizeram tal previsão. No momento está programada a consultoria para o GT do Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos, que se reunirá com a Professora Dra. Maria Beatriz Abreu Glória, representante da área de Ciências da Vida, da Capes.


UFFS - No âmbito interno, como está o andamento dos trabalhos nos grupos?

Trevisol - Entendemos que a opção por constituir os Grupos de Trabalho com suas respectivas comissões de coordenação, a partir da afinidade de formação e de produção científica dos professores, foi acertada. No mesmo sentido salientamos o fato de cada GT estabelecer autonomamente seu plano de trabalho.  Com isso, o ritmo de produção de cada projeto é bastante distinto entre um GT e outro, pois existem áreas com maior número de professores doutores e outras que ainda não possuem um número tão significativo. Nesse sentido, o tempo de maturação de cada projeto também é diferente. Quanto à metodologia de trabalho, em geral, as comissões de coordenação dos GTs reúnem-se periodicamente e, quando necessário é convocado todo o Grupo de Trabalho.

Dependendo das peculiaridades de cada grupo a metodologia pode variar e os GTs podem ampliar as discussões de suas propostas com outras instituições de ensino ou setores da sociedade capazes de contribuir para a melhoria do projeto. É importante salientar que do bojo dos Grupos de Trabalho emergiram e foram institucionalizados na UFFS vários grupos de pesquisa, assim como foram aprovados diversos projetos, a partir dos recentes Editais. Isso permitirá uma maior produção científica dos professores e dará mais solidez aos projetos.  Assim, o andamento dos trabalhos nos GTs está dentro da expectativa e se espera que ainda em 2011 sejam submetidos a Capes ao menos dois Projetos de Programas.

UFFS - Após as discussões e a finalização dos projetos, quais serão os próximos passos?

Trevisol - Anualmente a Capes abre um período para a submissão de Projetos de Programas de Pós-Graduação stricto sensu, sendo que neste ano ocorrerá no mês de junho. Portanto, até esse mês a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação acompanhará e avaliará, em conjunto com as comissões de coordenação dos GTs, quais deles estarão em condições de serem submetidos para apreciação. Os que não apresentarem o amadurecimento necessário continuarão seu trabalho no sentido de consistência às propostas. Importante salientar que alguns dos sete GTs constituídos têm previsão de submeter seus projetos no ano de 2012 ou mesmo em 2013. Para tal cada Grupo tem uma programação preliminar de trabalho, composta por uma série de ações que vão desde atividades individuais de cada componente do grupo, reuniões das comissões ou dos GTs, realização de seminários, jornadas de estudos, encontros com consultorias, entre outros. Muitas dessas atividades são articuladas com os cursos de graduação.

 
UFFS - Há uma grande expectativa regional em relação aos mestrados e doutorados da UFFS. O que a comunidade pode esperar da instituição quanto a seus programas?

Trevisol - Somos conhecedores dessa expectativa e mais, cientes da dívida histórica que o Estado tem em relação à oferta de educação pública em toda a região de abrangência da UFFS. Trata-se de uma das regiões mais carentes do país no que tange a oferta de Programas de Pós-Graduação stricto sensu. Por isso trabalhamos com muito afinco para dar conta dessa expectativa da comunidade e para dar conta dessa dívida. O nosso esforço também se dá no sentido de que ainda neste ano seja aprovado o primeiro Programa stricto sensu da UFFS. Salientamos que não nos contentamos apenas com a aprovação e com a implantação dos programas. O intuito é o de que eles sejam capazes de impulsionar o desenvolvimento de pesquisa, promover a autonomia dos estudantes e produzir conhecimento emancipatório que contribua na resolução dos problemas que mais afligem a região de abrangência da UFFS e do Brasil. Esta é, em última análise, a perspectiva que a instituição pretende impor a todos os seus programas.