Ânsia Eterna

Ânsia Eterna

Ânsia Eterna

 

“[...] o que eu quero é criar todo o meu livro, pensamento e forma, fazê-lo fora desta arte de escrever já tão banalizada, onde me embaraço com a raiva de não saber fazer nada de melhor." 

(Personagem principal do conto Ânsia eterna)

                                                                       

Organizadoras:  Nilcéia Valdati e Rita Lenira de Freitas Bittencourt

       

 


Apresentação

Em domínio público, o livro "Ânsia eterna", de Júlia Lopes de Almeida, nesta edição publicada pela Editora UFFS, foi organizado pelas docentes e pesquisadoras Nilcéia Valdati, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), e Rita Lenira de Freitas Bittencourt, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Na apresentação, as organizadoras afirmam que "a recorrência ao onírico e a elaboração de situações evanescentes parece ser o lugar onde a escritora aloca sua escrita, assumindo uma condição dupla: por um lado, recupera uma tradição das mentalidades a respeito das imagens do feminino construídas pela autoria masculina; por outro, transforma-as em alegorias, a fim de tratar de temas caros às mulheres daquela época e ainda para as de hoje".

Os contos abordam temas como o aborto, o abuso sexual, a violência, a falta de condições de saúde, o analfabetismo, o poder da religião, o racismo, a exploração do trabalho, o abandono paterno, a loucura, o envelhecimento, entre outros. 

Trata-se do quarto volume da Coleção Literatura Brasileira: identidades em movimento, organizada pelos pesquisadores Evanir Pavloski (UEPG) , Silvana Oliveira (UEPG) e Valdir Prigol (UFFS). 


Sobre a autora

Júlia Lopes de Almeida, escritora brasileira, nasceu em 24 de setembro de 1862, no Rio de Janeiro. Ainda criança, mudou-se com a família para Campinas. Recebeu uma educação liberal e, com o apoio do pai, aos 19 anos de idade, já escrevia para A Gazeta de Campinas, atividade intelectual incomum para as mulheres da época. Alguns anos depois, em 1886, Júlia Lopes de Almeida mudou-se para Lisboa, em Portugal, e publicou, em coautoria com a irmã — a escritora Adelina Lopes Vieira (1850-1923) —, o livro Contos infantis. Por isso, é considerada uma das pioneiras da literatura infantil brasileira. Ali conheceu e se casou com o poeta português Filinto de Almeida e publicou seu primeiro livro para adultos — Traços e iluminuras —, que foi escrito quando a autora tinha 24 anos.

É considerada uma escritora com ideias avançadas para a sua época, já que defendia a abolição da escravatura, a república, o divórcio, a educação formal de mulheres e os direitos civis, Júlia Lopes de Almeida é associada ao realismo e ao naturalismo. Sua obra mais conhecida — A falência (1901) — é marcada pela objetividade, crítica à sociedade brasileira, temática do adultério e determinismo. Assim, a contista, romancista, cronista e dramaturga teve relativo sucesso em sua época, antes de falecer em 30 de maio de 1934, no Rio de Janeiro.


Sobre as organizadoras

Nilcéia Valdati

Mestra e doutora em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora Adjunta de Literatura Brasileira no Departamento de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Pesquisadora dos grupos Interfaces entre língua e literatura e Estudos de Poéticas do Presente: Literatura Comparada na América Latina, no CNPQ. 

Rita Lenira de Freitas Bittencourt

Mestra e doutora em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora Titular de Teoria da Literatura e de Literatura Comparada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).  É pesquisadora e líder do Grupo de Pesquisa Estudos de Poéticas do Presente: Literatura Comparada na América Latina, no CNPQ.