Casa de Pensão

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Casa de Pensão

 

“A casa de pensão do título é mais do que uma simples hospedaria, mas símbolo da 'casa brasileira',  ou seja, de uma sociedade em que, na falta de dinheiro e na falta de perspectiva, é preciso agradar o cliente a todo custo, mesmo que para isso seja necessário enganá-lo, seduzi-lo ou vender a honra da própria família." 

(Organizadores - Apresentação)

                                                                    

Organizadores: Daiane Cristina Pereira e Giuliano Lellis Ito Santos

     

   


Apresentação

Em domínio público, Casa de Pensão, de Aluísio Azevedo, nesta edição publicada pela Editora UFFS, foi organizado por Daiane Cristina Pereira e Giuliano Lellis Ito Santos, docentes e estudiosos de Literatura.

Segundo os organizadores, em Casa de Pensão, além de atender aos temas caros à escola naturalista, como a submissão do indivíduo aos instintos sexuais, às questões hereditárias, à violência e à ambição, assim como a influência do meio através de uma educação brutal e ambígua, o autor também faz uma leitura detalhada do funcionamento das relações sociais na sociedade brasileira da época. Ele aborda o descompasso de uma sociedade em mudanças, principalmente urbanas, em que a questão da moradia, problema de fundo do romance, esconde a realidade das relações de poder que se baseiam em uma lógica paternalista e patriarcalista, cuja única possibilidade de ascensão é agradar aos poderosos. Retrata, de um modo geral, o Brasil do fim do século XIX.

Trata-se do sexto volume da Coleção Literatura Brasileira: identidades em movimento, organizada pelos pesquisadores Evanir Pavloski (UEPG) , Silvana Oliveira (UEPG) e Valdir Prigol (UFFS). 


Sobre o autor

Aluísio Azevedo

Nasceu em 14 de abril de 1857 em São Luís do Maranhão. Muda-se para o Rio de Janeiro, então capital federal, em 1876, com 19 anos, quando passa a contribuir com caricaturas para diversos periódicos. Posteriormente, Aluísio publica dois romances Uma lágrima de mulher, em 1879, e O mulato, em 1880, o qual foi seguido de grande polêmica, o que alavanca a venda dos exemplares. Publica ainda Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890). Ao todo, o escritor produziu 12 romances e 13 peças de teatro, além de crônicas e contos. Em 1896, Aluísio Azevedo entra para a carreira diplomática e abandona a escrita. Faleceu em 21 de janeiro de 1913, em La Plata, Argentina.


Sobre os organizadores

Daiane Cristina Pereira

Doutora e mestra em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP). Graduada em Letras – Português e Francês pela USP. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada, atuando principalmente nos seguintes temas: Literatura Portuguesa, Eça de Queirós, romance realista, mulheres e Estudos Comparados. Organizou o livro O crime do padre Amaro – texto da primeira versão e ensaios. Ministrou aulas de Língua Portuguesa e Literatura no Instituto Federal de São Paulo – Campus Pirituba (2022) e atualmente efetua estágio de pós-doutoramento na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Coordena o Grupo Eça, da USP.

Giuliano Lellis Ito Santos

Doutor em Letras na área de Literatura Portuguesa e graduado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Coordenou o Grupo Eça entre 2013 e 2019. Organizou o livro A obra de Eça de Queirós por Leitores Brasileiros: Ensaios do Grupo Eça de Queirós e Novas leituras queirosianas: O primo Basílio e outras produções. Efetuou estágio de pós-doutorado no programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da FFLCH-USP com a pesquisa "O último Eça e a história". Atualmente é Professor Temporário na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).