Projetos de pesquisa
|
Reestruturação urbana e diferenciações socioespaciais em cidades latino-americanas
As crises de acumulação, geradas no âmbito do próprio desenvolvimento capitalista, em diferentes momentos históricos, costumam ser enfrentadas por iniciativas econômicas conectadas com mudanças espaciais, que geram inflexões, rupturas e transformações nas tendências consolidadas, denominadas na literatura de reestruturação. Ela ocorre tanto no âmbito produtivo quanto na configuração espacial regional e na divisão territorial do trabalho de forma a podermos dizer que há também uma reestruturação urbana. Desde os anos 1970, temos visto diversas crises e reestruturações alternantes e estas têm afetado as cidades, seja internamente, seja nas suas relações no âmbito da rede urbana. Córdoba, na Argentina, e Chapecó, no Brasil, são cidades que, embora diferentes em papéis e funções urbanas, também têm experimentado mudanças espaciais vinculadas aos processos de reestruturação. Nesse sentido, propomos, como objetivo geral deste projeto, comparar os processos de reestruturação dessas duas cidades, a fim de identificar sua expressão em termos de ampliação das diferenciações socioespaciais. Esta proposta se encaixa, na verdade, como um desdobramento de pesquisas que já estão sendo feitas sobre as duas cidades, porém de forma separada e sem um fio condutor único. Assim, propomos, pela comparação, identificar semelhanças e diferenças que possibilitem entender a produção do espaço urbano num contexto mais amplo de análise, recorrendo a uma estratégia metodológica que combina procedimentos qualitativos e quantitativos. Além de atingir o objetivo geral proposto, este projeto prevê a ampliação das relações acadêmicas entre os pesquisadores e instituições envolvidos, impactando positivamente na formação de pessoal e na produção intelectual.
Financiador(es): Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
Período: 2019 - atualmente
|
Urbanização contemporânea: reestruturação e desigualdades socioespaciais
A pesquisa tem como propósito central analisar a influência dos processos de reestruturação das cidades estudadas no agravamento das desigualdades socioespaciais. O foco incide no estudo das cidades médias, sem se restringir a estas, nem tampouco considerar seja possível compreendê-las em si. No processo de urbanização contemporâneo, as assim denominadas vêm recebendo as influências da presença de novos agentes econômicos que trazem com eles novas práticas e formas de atuação e expressam a incorporação dos territórios ao capitalismo de ponta, constituindo, pois, parte do movimento de mudança da posição na divisão territorial do trabalho. A pesquisa será desenvolvida de forma integrada, reunindo pesquisadores de diferentes instituições que compõem a Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias (ReCiMe). A proposta visa com a concretização da pesquisa o fortalecimento da rede, tornando-a um Núcleo de Excelência tendo como sede a Universidade Federal da Paraíba que se soma à Universidade Federal de Campina Grande, a instituições federais e estaduais do território brasileiro, e ainda, a instituições da Argentina, do Chile e da Espanha. Assim, dentre as metas centrais destaca-se a maior cooperação acadêmico-científica com vistas a parcerias, convênios, publicações, atividades de ensino, bem como ações diretas junto à sociedade que contribuam com o exercício da cidadania, participação efetiva no planejamento urbano. A pesquisa propõe-se a dar continuidade aos estudos desenvolvidos pela rede em cidades brasileiras, argentina e chilenas, ampliando o recorte espacial com a inclusão de mais 11 cidades, sendo dez nacionais, de diferentes unidades federativas e uma da Espanha. Tal decisão representa o resultado dos trabalhos até realizados, bem como a capacidade da ReCiMe em reunir pesquisadores de instituições consolidadas e das que estão se iniciando. Destaca-se a necessidade em dar continuidade a pesquisa que tem contribuído para o avanço do conhecimento científico. Os resultados das pesquisas empreendidas no total de 20 cidades deverão ser objeto de sistematização, análise e reflexão dos pesquisadores em quatro eixos principais de preocupações que norteiam a metodologia da pesquisa, são eles: Cidade e região; Centro, centralidade e rede urbana; Mercado imobiliário e produção da habitação em cidades médias e Estruturação da cidade, desigualdades e diferenças.
Financiador(es): Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPEPB); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
Período: 2019 – atualmente
|
Fragmentação socioespacial e urbanização brasileira: escalas, vetores, ritmos e formas (FragUrb)
A diferenciação socioespacial em cidades brasileiras vem se aprofundando e aponta para a constituição do processo de fragmentação socioespacial. A origem dele está vinculada à predominância de lógicas e subjetivações neoliberais que se antepõem à ideia de direito à cidade. Esse projeto visa compreender, no plano da cidade e do urbano, como a lógica socioespacial fragmentária altera o conteúdo da diferenciação e das desigualdades, redefinindo os sentidos do direito à cidade. Este objetivo central desdobra-se em quatro planos analíticos: i) passagem da lógica socioespacial centro-periférica para a lógica socioespacial fragmentária; ii) interpretação da fragmentação socioespacial por meio das formas contemporâneas de diferenciação e desigualdade, a partir das práticas associadas ao cotidiano urbano; iii) desdobramentos da lógica socioespacial fragmentária sobre o par espaço público/espaço privado; iv) papel das instituições políticas, dos agentes econômicos hegemônicos e dos sujeitos sociais não hegemônicos. Para conduzir a pesquisa foram eleitas cinco dimensões empíricas a partir das quais o processo de fragmentação socioespacial será analisado: habitar, trabalhar, consumir, lazer e mobilidade. Serão estudadas cidades de diferentes formações socioespaciais: Chapecó/SC, Dourados/MS, Ituiutaba/MG, Marabá/PA, Maringá/PR, Mossoró/RN, Presidente Prudente/SP, Ribeirão Preto/SP e São Paulo/SP, além de cidades pequenas vinculadas a estas e que serão identificadas no decorrer da pesquisa.
Financiador(es): Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
Período: 2018 – atualmente
|