a) Dominar princípios gerais e fundamentos da Física, estando familiarizado com
suas áreas clássicas e modernas.
b) Dominar princípios gerais e fundamentais das Ciências, da didática e das
respectivas metodologias, sendo capaz de relacionar o conhecimento científico e
a realidade social, conduzir e aprimorar suas práticas educativas e propiciar aos
seus alunos a percepção da abrangência dessas relações.
c) Descrever e explicar fenômenos naturais, processos e equipamentos
tecnológicos em termos de conceitos, teorias e princípios científicos gerais.
d) Diagnosticar, formular e encaminhar a solução de problemas físicos e de
problemas científicos em um sentido mais amplo, experimentais ou teóricos,
práticos ou abstratos, fazendo uso dos instrumentos laboratoriais ou matemáticos
apropriados.
e) Manter atualizada sua cultura científica geral e sua cultura técnica profissional
específica.
f) Desenvolver uma ética de atuação profissional e a consequente
responsabilidade social, compreendendo a Ciência como conhecimento histórico,
desenvolvido em diferentes contextos sociopolíticos, culturais e econômicos.
g) Refletir criticamente sobre sua própria prática pedagógica e assumir funções,
enquanto professor, que propiciem a construção do conhecimento de seus alunos.
Associadas a essas competências, podem ser apontadas as seguintes habilidades
que fazem parte do perfil dos licenciados:
1) Atuar como Físico-Educador nos espaços da educação escolar na Educação
Básica (Física no Ensino Médio e Ciências no Ensino Fundamental) ou em
espaços de educação não escolar de formação, articulando os conhecimentos
necessários a cada contexto.
2) Utilizar os conhecimentos da Física básica e aplicada, das Ciências da
Natureza e suas tecnologias e das ciências humanas e sociais como referências e
instrumentos para o ensino formal e para a condução de situações educativas em
geral.
3) Planejar e desenvolver diferentes experiências didáticas em Física e em
Ciências, reconhecendo os elementos relevantes às estratégias adequadas.
4) Elaborar e adaptar materiais didáticos de diferente natureza, identificando
seus objetivos formativos, de aprendizagem e educacionais.
5) Planejar, desenvolver e avaliar criticamente projetos científicos e de extensão
no campo investigativo em Ciência e Tecnologia, Sociedade, Ambiente e
Educação, em instituições públicas, privadas e de organização civil.
6) Utilizar a matemática como uma linguagem para a expressão dos fenômenos
naturais.
7) Resolver problemas experimentais, desde seu reconhecimento e a realização
de medições, até a análise de resultados.
8) Propor, elaborar e utilizar modelos físicos, reconhecendo seus domínios de
validade.
9) Concentrar esforços e persistir na busca de soluções para problemas de
solução elaborada e demorada.
10) Utilizar a linguagem adequada na expressão de conceitos científicos, na
descrição de procedimentos de trabalhos científicos e na divulgação de seus
resultados.
11) Utilizar os diversos recursos da informática, dispondo de noções de
linguagem computacional.
12) Conhecer e absorver novas técnicas, métodos ou uso de instrumentos, seja
em medições, seja em análise de dados (teóricos ou experimentais).
13) Apresentar resultados científicos em distintas formas de expressão, tais
como relatórios, trabalhos para publicação, seminários e palestras.
Destaca-se, ainda, que o profissional formado pelo Curso de Física -
Licenciatura do Campus de Cerro Largo da UFFS atuará como educador com sólida
formação científica e humanística, cujo perfil é identificado nas Diretrizes Curriculares
para os Cursos de Física, aprovadas por meio do Parecer CNE/CES – 1304/2001, na
categoria do Físico-Educador: “dedica-se preferencialmente à formação e à
disseminação do saber científico em diferentes instâncias sociais, seja através da
atuação no ensino escolar formal, seja através de novas formas de educação científica,
como vídeos, software, ou outros meios de comunicação” (BRASIL, 2001, p. 3).
O mesmo documento, ao orientar a estrutura modular dos cursos, propõe, como
possíveis sequenciais na formação do Físico-Educador, a inserção de elementos que
permitam, por exemplo, “(i) instrumentalização de professores de Ciências do ensino
fundamental; (ii) aperfeiçoamento de professores de Física do ensino médio; (iii)
produção de material instrucional” (BRASIL, 2001, p. 7). Tal direcionamento privilegia
a flexibilidade na atuação profissional dos egressos, ao mesmo tempo em que valoriza a
interação entre a Física e as ciências afins, apontando possibilidades de ampliação do
perfil profissional.
O Físico-Educador dedica-se predominantemente a processos envolvendo o
ensino e a aprendizagem, formal e não formal, não excluindo a possibilidade de
envolvimento com outras tarefas que solicitem traços dos demais perfis delineados nas
DCN: pesquisador, tecnólogo e interdisciplinar. Isto se justifica em função da
dinamicidade das transformações sociais contemporâneas, que cria novas demandas e
coloca em questão os paradigmas profissionais tradicionais, com perfis já bem
estabelecidos. Neste sentido, e em sintonia com as DCN, destacamos que este
profissional “deve ser capaz de abordar e tratar problemas novos e tradicionais e deve
estar sempre preocupado em buscar novas formas do saber e do fazer científico ou
tecnológico.
Dessa forma, o desafio é propor uma formação, ao mesmo tempo ampla e
flexível, que desenvolva habilidades e conhecimentos necessários às expectativas atuais
e capacidade de adequação a diferentes perspectivas de atuação futura” (BRASIL, 2001,
p.3).
De maneira distribuída e integrada, horizontal e verticalmente, serão oferecidas
condições para a aquisição das características citadas acima que sustentam a formação
do perfil com seus indicadores característicos. O Capítulo 8 apresenta em detalhes a
sequência aconselhada para a integralização do curso.