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Professor do Campus Cerro Largo integra INCT - Agricultura de Baixa Emissão de Carbono

Renan Costa Beber Vieira pesquisa emissões de gases de efeito estufa resultantes do uso de fertilizantes nitrogenados na cultura do milho

Diretoria de Comunicação Social — 17 de Junho de 2025 — Atualizado em 17/06/2025

Professor do Campus Cerro Largo integra INCT - Agricultura de Baixa Emissão de Carbono

Estudantes da UFFS - Campus Cerro Largo em momento de coleta em cultura de milho

O desenvolvimento de pesquisas que promovam uma agricultura de baixa emissão de carbono é o foco de um projeto de longa duração, iniciado em 2022, do qual faz parte o professor Renan Costa Beber Vieira, da UFFS – Campus Cerro Largo. Aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), o projeto é coordenado pelo professor Cimélio Bayer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e conta com a participação de pesquisadores de todo o Brasil e apoio da Yara Internacional.

Conforme Vieira, o projeto INCT – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono tem como objetivo gerar avanços científicos na mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE), no sequestro de carbono no solo e na adaptação da agricultura às mudanças climáticas em ecossistemas tropicais e subtropicais. Além disso, busca aumentar a produtividade animal e vegetal, incentivando práticas agrícolas “climaticamente inteligentes” e promovendo a transição para uma agricultura “net zero” (ponto em que as emissões de GEE liberadas por atividade humana são equilibradas com a remoção desses gases da atmosfera) e sustentável.

Vieira conta que tem desenvolvido pesquisas focadas nas emissões de gases de efeito estufa, especialmente na emissão de óxido nitroso (N₂O) decorrente do uso de diferentes fertilizantes nitrogenados em cultivos de milho. Ele atua em uma rede de experimentos conduzida durante três safras de milho (2022/23, 2023/24 e 2024/25), abrangendo 18 locais no Brasil, sendo 9 no Rio Grande do Sul, 3 em Santa Catarina, 5 no Paraná e 1 no Mato Grosso do Sul.  

“O objetivo é identificar quais fertilizantes nitrogenados apresentam maior eficiência no uso do nitrogênio, conciliando altas produtividades agrícolas com menores emissões de N₂O. Além disso, a pesquisa visa determinar os fatores de emissão regionais de N₂O, ou seja, a porcentagem de nitrogênio aplicado que é perdida na forma de N₂O, e comparar esses valores com o fator de emissão de 1,6%, recomendado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para regiões úmidas”, destaca.  

De acordo com o professor, na rede de pesquisa cada pesquisador conduz um experimento em sua região ou instituição. “Embora os experimentos sejam realizados em diferentes locais, eles seguem tratamentos e delineamentos experimentais semelhantes, com ajustes para as condições específicas de solo e clima de cada área. Isso permite gerar resultados comparáveis e avaliar a eficiência do uso de nitrogênio em diferentes ambientes agrícolas”, destaca.

“No meu caso, sou responsável pelo experimento conduzido em Cerro Largo (RS). A coleta dos gases é feita utilizando câmaras estáticas fechadas, acopladas sobre bases metálicas previamente instaladas no solo. As amostras de gases são retiradas do interior da câmara com uma seringa, nos tempos de 0, 15, 30 e 45 minutos após o fechamento da câmara. As coletas são realizadas com maior frequência nos períodos imediatamente após a aplicação de fertilizantes nitrogenados e seguem durante todo o ciclo da cultura, até a colheita”, explica Vieira.

Detalhe de câmara de coleta utilizada na pesquisa (esquerda). Detalhe da câmara de avaliação de volatilização de NH3 (direita).

O professor comenta que “além da quantificação das emissões de óxido nitroso, ao longo dos três anos de experimento com milho também foram avaliadas as perdas de nitrogênio por volatilização de amônia. Esse trabalho só foi possível graças à parceria com o INCT e ao apoio de diversos estudantes de Iniciação Científica do curso de Agronomia da UFFS – campus Cerro Largo, que dedicaram centenas de horas extracurriculares à condução dos experimentos, coletas e análises laboratoriais”.

Vieira explica que nem todos os pesquisadores vinculados ao INCT participam especificamente dessa rede de pesquisa, pois o Instituto engloba diferentes projetos e linhas de atuação. Ele afirma que a rede de experimentos da qual participa será concluída em 2025. “Na sequência, iniciaremos uma nova rede de pesquisas, agora voltada aos cereais de inverno, com foco na quantificação dos fatores de emissão de N₂O em ambientes subtropicais”, comenta.

O INCT

“O INCT tem papel fundamental na coordenação da rede de pesquisa e no suporte técnico para o desenvolvimento dos experimentos. Em especial, contribui com a realização das análises de gases de efeito estufa por meio de cromatografia gasosa, processadas nos laboratórios da Faculdade de Agronomia da UFRGS, em Porto Alegre. Porém, nem todas as amostras são enviadas para análise na UFRGS, já que algumas instituições participantes possuem cromatógrafos gasosos próprios para análise dos gases. Além disso, o INCT oferece suporte na formação de recursos humanos, disponibilizando bolsas de iniciação científica, de acordo com a demanda dos projetos e os objetivos do Instituto”, afirma Vieira. 

Mais informações sobre o INCT – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono podem ser encontradas no site do Instituto: https://www.inctabc.com/

Grupo de pesquisadores participantes do segundo Workshop - Emissões de Óxido Nitroso de Fertilizantes Nitrogenados na Cultura do Milho no Subtrópico Brasileiro, realizado em 2024 em Lages (SC)

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