De acordo com o professor João Paulo Peres Bezerra, a proposta do curso surgiu no período pré-pandemia, em conversa com a Coordenação Acadêmica do Campus Erechim. Uma das razões para a iniciativa foi a participação de Bezerra no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Passo Fundo, como representante da UFFS. Ele ficou na presidência da entidade por dois mandatos, a partir de 2018.
Bezerra comenta que o Rio Grande do Sul conta com 25 comitês de bacias hidrográficas e, curiosamente, o Campus Erechim está exatamente no divisor de águas dos comitês dos rios Passo Fundo e Apuaê-Inhandava. O professor ressalta que, por esta razão, a UFFS tem cadeira nos dois comitês, além disso, a Universidade também é a única instituição de ensino superior que tem campi tanto no Rio Grande do Sul quanto em Santa Catarina, na área da região hidrográfica do Rio Uruguai.
Para a construção da proposta do curso, foi reunido um grupo de docentes dos cursos de Engenharia Ambiental e Sanitária e de Geografia, além de dois professores externos, do município de Itá (SC), pelo conhecimento notório. Foi definido, então, que o curso teria uma perspectiva preservacionista, o que determinou o perfil dos egressos. “Quando a gente olha para a grade curricular desse curso, ela traz questões relacionadas a geotecnologias na preservação de recursos hídricos, restauro ecológico de nascentes, traz uma perspectiva de gestão de recursos hídricos a partir dos princípios de participação social e da descentralização da gestão de recursos hídricos. Tudo isso constrói um perfil de egresso que corrobora com a perspectiva da gestão participativa das águas na região, ou seja, reforçando a importância das instâncias deliberativas e colegiadas, como, por exemplo, o Comitê de Bacias Hidrográficas”, destaca Bezerra.
O professor Bezerra precisou licenciar-se para realizar seu pós-doutorado e, como idealizador da proposta do curso, não poderá dar sequência aos trabalhos para a abertura de uma nova turma. Porém, afirma que no retorno de sua licença pensa em retomar o projeto, com algumas adaptações, para superar alguns obstáculos observados na oferta desta primeira turma. Desta forma, a perspectiva é que o curso possa ser retomado em 2027 ou 2028.