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Pai, mãe e filho unidos (também) na vida acadêmica

Conheça um pouco sobre a família Schons, que escreve sua história junto com a da UFFS

Diretoria de Comunicação Social — 22 de Agosto de 2025 — Atualizado em 22/08/2025

Pai, mãe e filho unidos (também) na vida acadêmica

Família Schons reunida na formatura de Guilherme, em 2024

“Família unida, permanece unida”. Esta antiga frase ganha um sentido especial quando se conhece a história da família Schons. Gilmar José, Fernanda e Guilherme, pai, mãe e filho, respectivamente, escrevem sua trajetória juntos não apenas no convívio familiar, mas também na vida acadêmica. Os três, atualmente, são acadêmicos da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim. 

Em 2020 a história da família Schons cruzou-se pela primeira vez com a da UFFS. Naquele ano, Guilherme, então único filho do casal Gilmar José e Fernanda Schons, iniciou o curso de História no Campus Erechim. Apesar de um começo complicado, devido à pandemia de coronavírus, Guilherme afirma que o período da graduação foi “maravilhoso e intenso”. “Sempre busquei aproveitar todas as oportunidades que a UFFS nos oferece. Além das disciplinas, me envolvi em projetos de ensino, como o Grupo Práxis do Programa de Educa/ção Tutorial (PET), o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e o Programa de Residência Pedagógica (PRP), de pesquisa, /mediante iniciações científicas, de extensão e, além disso, fui representante discente em diversos órgãos colegiados, entre os quais o Conselho Universitário (Consuni)”, recorda. 

“Posso dizer que a graduação em História abrangeu um período muito importante na consolidação da minha postura como historiador, pesquisador e educador. Guardo excelentes lembranças e valorosos aprendizados!”, afirma Guilherme, que finalizou o curso de História em 2024 e seguiu com os estudos. Ele conta que “por entender a pesquisa como uma contingência da minha profissão de historiador e professor de História, o desejo de seguir os estudos em nível de pós-graduação me acompanhou durante todo o meu percurso na UFFS. Além disso, a participação em projetos de ensino, pesquisa e extensão fortaleceu essa vontade e me fez enxergar a viabilidade do mestrado”. 

No último semestre da graduação, Guilherme candidatou-se nos processos seletivos dos mestrados Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH), em História (PPGH) e Profissional em Educação (PPGPE), todos na UFFS. Conseguiu aprovação nos três e decidiu pelo Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas. Pouco antes disso, em 2023, mais um membro da família Schons ingressou no quadro discente da UFFS – Campus Erechim: a mãe, Fernanda, que iniciou o Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e no ano seguinte seria colega de curso do filho. 

Fernanda é graduada em Matemática e atua como professora há 30 anos, trabalhando com aulas particulares de reforço escolar. Nos últimos tempos, tem se dedicado ao mestrado com bolsa da Capes e também está cursando graduação em Letras, assim como o filho Guilherme. Ambos fazem o curso no Centro Universitário Internacional. Fernanda afirma que o filho foi um fator determinante para que tenha escolhido fazer mestrado na UFFS, pois ele cursava História em 2023, ano em que participou dos processos seletivos do PPGICH e do PPGPE. 

“Na época, fui aprovada para os dois cursos e precisei optar por um deles. Com isso, a existência de um Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e a chance de cursá-lo encantou-me, tendo em vista que minha essência como educadora e pesquisadora é de natureza interdisciplinar, o que se evidencia, também, por meio das áreas em que atuo – Matemática e Letras. Outro aspecto é que tenho grande apreço e vínculo pela educação pública e, desse modo, ser mestranda em uma universidade federal, gratuita e de qualidade significa uma possibilidade para ajudar a construir um projeto com o qual me identifico”, comenta Fernanda. 

Neste segundo semestre de 2025, a UFFS – Campus Erechim recebe entre seus novos estudantes da pós-graduação mais um membro da família Schons. Gilmar faz parte da nova turma do Mestrado em Geografia, que iniciou as aulas em 11 de agosto. Ele é graduado em Matemática e graduando em Geografia, pelo Centro Universitário Internacional. Gilmar tem atuado como professor particular de reforço escolar, mas afirma que com a aprovação no mestrado seu foco tem sido a dedicação à pesquisa.

Gilmar fala que sempre teve o sonho de estudar e pesquisar na área da Geografia. “Tendo esposa e filho, ambos mestrandos na UFFS, passei a perceber esse desejo como uma possibilidade tangível. Lendo a respeito do funcionamento, do escopo e da proposta do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFFS, fiquei muito animado mediante as ideias, objetivos e organização do curso, especialmente em relação à estrutura multicampi e ao modo de oferta das disciplinas”, comenta. Ele participou como aluno especial de duas disciplinas no primeiro semestre de 2025 e agora tornou-se aluno regular do curso. “Tive a felicidade de ser aprovado em 1º lugar”, destaca.

Fernanda e Guilherme em apresentação feita nesta sexta-feira, dia 22 de agosto, durante evento do PPGICH (Foto: Dolisete Levandoski - ASCOM-ER)

Apresentação

Nesta sexta-feira, dia 22 de agosto, a família Schons reuniu-se pela primeira vez para uma apresentação acadêmica na UFFS – Campus Erechim. O trabalho conjunto “Educação ambiental e colonialidade: um olhar para pesquisas com livros didáticos”, foi apresentado no evento Ciências Humanas a Contrapelo: saberes, memórias e resistências em debate nos 10 anos do PPGICH, promovido pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas. 

De acordo com Fernanda, já foram diversas as oportunidades em que apresentou trabalhos junto com o filho, mas esta foi a primeira vez que trabalhou em conjunto com ele e o marido. Infelizmente não foi possível a participação de Gilmar durante a apresentação, por estar envolvido em outra atividade no evento, mas este, certamente, é mais um marco na história da família. 

Família

“A minha família é motivo de muita inspiração. Cresci vendo os meus pais professores preparando e produzindo aulas e materiais. Aprendi com eles que ensinar exige pesquisa e isso tem sido primordial na minha trajetória até a UFFS e já dentro desta universidade. Agora que estamos os três no mestrado, a nossa relação é também de parceria e apoio em nossas atividades, o que me orgulha muito. Para mim, tem sido muito bom contar com o apoio dos meus pais e da minha irmã Gabriela nesta trajetória, assim como de ser parceiro deles em um caminho de pesquisa e aprendizados”, diz Guilherme.

“A educação sempre foi um aspecto primordial em nossa vivência familiar. Somos uma família de educadores. Acredito que pelo fato de sermos, meu marido e eu, professores e nosso filho ter nascido nesse ambiente voltado à educação e à prática docente, nossos vínculos tanto com a profissionalidade docente, quanto com a trajetória acadêmica se fortaleceram. Destaco, nesse sentido, o quão agradável e proveitoso é poder contar com uma rede familiar que compõe coautoria em pesquisas, participação em seminários e simpósios, escrita em artigos acadêmicos e demais eventos que envolvem o percurso no Mestrado”, afirma Fernanda.

Ser mestranda e mãe de mestrando é, para Fernanda, uma experiência maravilhosa. “Porque significa, muito além de mãe e filho colegas no Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas. Trata-se de uma parceria, de mãos estendidas e de ombros sempre disponíveis. Nesse período, temos vivenciado alegrias imensuráveis, estando presentes em momentos de socialização do conhecimento que produzimos em espaços na UFFS e em diversas outras universidades brasileiras, temos publicado inúmeros trabalhos, apresentado resultados de nossas pesquisas, submetido e visto serem aprovados artigos em revistas científicas", diz.

"Além disso, com o ingresso do meu marido no Mestrado em Geografia da UFFS, esses laços em torno de vida acadêmica e familiar se fortaleceram, o que me deixa muito feliz. Todas essas dimensões me tornam confiante de que a nossa outra filha, Gabriela, que tem dois anos, poderá no futuro também ser muito bem recebida na UFFS”, comenta Fernanda. "A minha família representa um apoio essencial na minha trajetória acadêmica, seja do ponto de vista afetivo, seja na dimensão epistemológica. Somos parceiros, junto com a nossa filha Gabriela nessa experiência desafiadora e enriquecedora, que é o mestrado”, diz Gilmar.

Pesquisa

Guilherme conta que desde a graduação tem buscado atuar de forma interdisciplinar e em contato com diferentes temas. “Participei de projetos muito heterogêneos, abarcando temas como educação popular, ensino de história, história pública, divulgação histórica, educação de jovens e adultos, livro didático e ditadura em Erechim. Quando cheguei ao momento de definição do tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), toda essa bagagem me ajudou na construção da proposta que defendi em julho de 2024. O meu TCC analisou obras de literatura testemunhal das autoras Conceição Evaristo e Isabela Figueiredo, compreendendo que elas articulam, em suas particularidades, formas de se lidar com um passado mais amplo de colonialismo e colonialidade”, explica. 

“Atualmente, estou tendo a oportunidade de desdobrar essa investigação com o tema da literatura de testemunho como linguagem para a elaboração pública do trauma colonial no espaço do que foi o Império português. Assim, tenho como fontes documentais obras de Conceição, Isabela e, agora, também de Grada Kilomba, as quais enxergo como exercícios importantes para que lidemos com passados traumáticos e que impactam o presente. Com isso, percebo que esses testemunhos podem contribuir muito para que a História e a Literatura se aproximem daquilo que Walter Benjamin, que influencia a minha atuação como historiador, chamou de “escovar a história a contrapelo”, afirma Guilherme. 

“A minha pesquisa tem como tema as possibilidades de apropriação do livro didático de Matemática no Ensino Médio para a cidadania crítica e emancipadora por meio da Educação Financeira. Trata-se de uma pesquisa a qual tenho realizado com muito prazer, especialmente, porque me identifico como sujeito da investigação, considerando que sou professora de Matemática e também pesquisadora. Nesse sentido, com base na obra de Paulo Freire e das proposições da Educação Matemática Crítica de Ole Skovsmose, acredito que falar sobre educação é um ato a ser realizado com educadores e educandos, tal como me propus a fazer no trabalho de campo desenvolvido no âmbito de uma escola da rede estadual de Erechim. Acredito que esta pesquisa assume especial relevância, sobretudo neste período vivenciado pela escola pública e seus sujeitos em que o neoliberalismo tem marcado políticas públicas educacionais as quais enlaçam aspectos relacionados ao livro didático e à Educação Financeira em um contexto que, portanto, faz emergir a necessidade de que o campo educacional se reaproprie das compreensões de Educação Financeira e do livro didático como um recurso para interpelar as ideias neoliberais e, desse modo, contribuir para uma educação crítica e cidadã”, comenta Fernanda, que já tem planos para o doutorado. A defesa da tese dela já tem data, será no próximo dia 29 de agosto. 

“Meu tema de pesquisa será a Educação Ambiental nos livros didáticos de Geografia da Coleção Araribá Conecta para os Anos Finais do Ensino Fundamental. Desde o meu pré-projeto, dialoguei, entre outros autores, com Ailton Krenak para compreender a necessidade de ideias para adiar o fim do mundo e identificar a Educação Ambiental como uma dessas ideias. Certamente, desenvolverei a investigação impactado por esse entendimento”, informa Gilmar.

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