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UFFS Conecta Mulheres

UFFS Conecta Mulheres: trajetórias femininas na UFFS

Série de matérias vai apresentar perspectivas de diferentes mulheres que constroem a Universidade diariamente

Diretoria de Comunicação Social — 07 de Março de 2025 — Atualizado em 07/03/2025

UFFS Conecta Mulheres: trajetórias femininas na UFFS

Adriana Luzardo foi eleita Diretora do Campus Chapecó em 2023

No mês que celebra o Dia da Mulher, a UFFS inicia uma série de matérias que examinam os desafios e avanços na participação feminina nos diversos espaços da Educação Superior no Brasil, a partir do prisma da nossa universidade. A série faz parte do projeto UFFS Conecta Mulheres, uma ação iniciada em 2024 pelo gabinete da vice-reitora, Sandra Pierozan, e vai trazer contribuições de mulheres que atuam na gestão, na ciência e pesquisa, na sala de aula, como estudantes, e de técnicas e terceirizadas da UFFS, que contribuem diariamente para o crescimento e desenvolvimento da Instituição.

Nesta primeira entrevista, a diretora do Campus Chapecó, Adriana Remião Luzardo, ressalta o papel histórico das mulheres na construção da universidade, marcando sua importância tanto nos movimentos sociais que levaram à criação da UFFS quanto na atuação cotidiana dentro da instituição. Ao abordar os desafios de gestão, ela também evidencia a necessidade de ampliar a presença feminina para que suas contribuições, muitas vezes pouco visíveis, sejam reconhecidas e valorizadas. Além disso, discute como a diversidade na liderança pode gerar impactos significativos não só na própria universidade, mas também no ensino superior e no desenvolvimento regional. Confira a entrevista completa.

UFFS: Como você enxerga o papel das mulheres na construção da UFFS?  

Adriana: Eu vejo o papel das mulheres na construção da UFFS como algo fundamental, pois elas estavam presentes nas buscas dos movimentos sociais para que tivéssemos uma universidade pública federal numa região impensada para a época. Tivemos e temos a contribuição das mulheres em movimentos de mulheres do campo e da cidade, a exemplo do Movimentos das Mulheres Camponesas (MMC), do Movimento dos Trabalhadores(as) Rurais Sem-Terra (MST), bem como de vários outros segmentos da sociedade. 

Internamente, constatamos a contribuição das mulheres com a UFFS todos os dias, nas diversas posições em que ocupam e também na comunidade universitária por meio de nossas servidoras e estudantes. Nesse sentido, a UFFS tem papel importante na promoção de políticas e em discussões que problematizem os espaços ocupados pelas mulheres nas instituições e na própria sociedade. Devemos lembrar que essa região apresenta índices alarmantes de violência contra a mulher com vários casos de feminicídio e por isso a educação com a cultura, a arte presentes na universidade auxiliam no desenvolvimento humano e na promoção da saúde mental e qualidade de vida.

Com isso, atualmente, as mulheres seguem na luta por direitos e em muitos momentos na luta por simplesmente existir em espaços costumeiramente dominados por homens, digo dominados porque são socialmente aceitos e naturalizados como sendo um local costumeiramente ocupado por homens ou uma forma de comportamento e de ações permissivas e restritas ao homem. É importante lembrar que faz pouco tempo, em termos históricos, que a mulher conquistou o direito ao voto e a comemoração emblemática do dia 8 de março em cima de fatos de repressão das mulheres operárias das fábricas ao reivindicarem por melhores condições de trabalho.

O Campus Chapecó é coordenado, majoritariamente, por mulheres

UFFS: O que significa exercer o cargo de gestora do maior Campus da UFFS?  

Adriana: Acredito que exercer o cargo de gestão no Campus Chapecó significa, de fato, grande desafio, primeiramente, pelo fato de que é um campus que cresce e que atrai muitas expectativas pelo desenvolvimento da região, com solicitações de abertura de novos cursos, com a busca de soluções que auxiliem nos problemas das comunidades e da sociedade como um todo. 

Além disso, convivemos cotidianamente com o desafio de estar atuando em espaços acadêmicos em que a gestão da universidade tem sido ocupada majoritariamente por homens a ponto das mulheres não se reconhecerem por verem poucas representantes nesses locais que também representam espaço de liderança.   

Nessa perspectiva, existe também uma certa falta de visibilidade nas contribuições oriundas das mulheres na gestão, em que se percebe, algumas vezes, que quando é um homem que fala, fica a impressão de ser melhor aceito, talvez por estarem entre os seus pares em maior número e talvez pela força da cultura patriarcal socialmente aceita em determinadas organizações.

UFFS: De maneira geral, você sente que há uma expectativa diferente sobre a atuação de mulheres na gestão, seja em termos de cobrança, habilidades esperadas ou estilo de liderança?  

Adriana: Sim, creio que existe uma expectativa diferente em relação às mulheres na gestão, até porque a ausência delas em número, paritário ou maior do que os homens, faz com que haja necessidade de aceitação e inclusão desse grupo para que ela consiga desempenhar suas atividades de forma igualitária ao homem, fato que nem sempre ocorre, visto que o grupo naturalizou a participação masculina e da mulher ainda não.

UFFS: Que impacto ter mais mulheres em cargos de liderança pode trazer para a UFFS e para o ensino superior de forma geral?   

Adriana: Termos mais mulheres nos cargos de liderança e gestão da nossa UFFS teria impacto relevante no sentido em que não conhecemos ainda todas as contribuições que elas são capazes de dar, justamente porque elas não estão lá de forma visível e igualitária. Depois porque é preciso mostrar as experiências exitosas conduzidas por mulheres e também por parcerias respeitosas entre elas e colegas homens. Isso se dá nas instituições brasileiras e no mundo, guardadas as diferenças até entre países e continentes. 

Hoje temos mulheres concluindo cursos de graduação e pós-graduação em várias profissões, que no passado eram tidas como restrita a homens e vice-versa, bem como vemos o empreendedorismo feminino em alta, vemos grande parte das famílias chefiadas por mulheres, assim como outras posições de destaque social. 

Fato é que a mulher vem avançando nos espaços de gestão e liderança e isso abre caminho para outras minorias também reivindicarem “presença, respeito e valorização institucional-social”.

Adriana é doutora em Enfermagem e  professora associada da UFFS. Também é líder do Laboratório de Pesquisa em Gestão, Inovação e Tecnologias em Saúde (LABITECS da UFFS - Campus Chapecó.

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