A busca por informações sobre a população imigrante na região oeste de Santa Catarina foi a razão de um contato feito, em 2023, entre a UFFS e o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Chapecó. O que poderia ter sido uma simples troca de dados, acabou por tornar-se o início de uma produtiva parceria entre as instituições. Desde então, diversas foram as conquistas resultantes deste trabalho conjunto.
Rosenei Cella, servidora da Diretoria de Políticas de Graduação (DPGRAD) da UFFS, conta que no contato com o MPT, o setor foi informado sobre a possibilidade de cadastrar a Universidade junto à instituição, para a apresentação de projetos e o estabelecimento de parcerias no atendimento de iniciativas voltadas aos imigrantes. O cadastro foi feito e, desde então, diversos foram os projetos enviados ao MPT e que receberam equipamentos e materiais.
“Empreendedorismo e inserção no mercado de trabalho para mulheres imigrantes” está entre os projetos contemplados. Trata-se de um curso de empreendedorismo feminino, que recebeu equipamentos para dar apoio às atividades. O curso já atendeu a cerca de 120 alunas e deve retomar as suas atividades no início deste ano.
Outro curso ofertado aos imigrantes faz parte do projeto “Ensino de português como língua estrangeira: a importância da linguagem na inclusão laboral e sociocultural da população imigrante”. Ministrado pelo Centro de Línguas da UFFS – Campus Chapecó, o curso recebeu equipamentos e materiais de apoio para as aulas de português, que já foram ministradas a mais de 2.000 imigrantes.
O projeto “Brinquedoteca: um espaço de brincar, conviver e criar” recebeu mobiliários e equipamentos para o Laboratório de Experiências Lúdicas e Brincadeiras (Ludobrinc), que fica na sala 109 do Bloco 2 de Laboratórios do Campus Chapecó. Os itens já foram recebidos e o ambiente está sendo totalmente reformulado. A professora Kátia Seganfredo, coordenadora do projeto, afirma que tudo o que foi recebido será de grande ajuda para o desenvolvimento das atividades junto aos imigrantes e também para o curso de Pedagogia.
Kátia conta que a ideia do projeto surgiu de uma demanda apresentada pela professora Kelly Tosta, do curso de Administração. Ela buscava uma alternativa para auxiliar as mulheres imigrantes interessadas em participar do curso de empreendedorismo feminino, mas que não tinham onde deixar os filhos durante as aulas. Então, pensou-se em utilizar o Ludobric para acolher as crianças e prestar este apoio às mães. Assim, formou-se uma parceria, que resultou no uso do espaço e dos recursos já existentes e na elaboração do projeto para melhorar a estrutura.
Após o recebimento dos itens, o espaço do Ludobric está sendo transformado. O mobiliário (mesa sensorial, estante infantil, nichos, rack, baú, sofá de leitura, kit de cozinha infantil) e materiais de apoio (caixas organizadoras, barraca toca) deram uma nova cara ao espaço. Agora há também geladeira, chaleira e cafeteira elétricas para o lanche para as crianças. Os itens recebidos incluem, ainda, tela de projeção, computador, impressora, HD externo, caixa de som, plastificadora refiladora de documentos, câmera fotográfica, caixa com luz LED, microscópios, telescópios e uma cama elástica.
Entre os projetos contemplados está, ainda, o “Diagnóstico – Imigrantes e mercado de trabalho em Chapecó – SC”. Ele envolve um levantamento de dados que será executado ao longo de 2025, a pedido do MPT. A proposta é conhecer a realidade das pessoas imigrantes na região oeste de Santa Catarina, que deverá resultar na publicação de dados que possam subsidiar ações no MPT, da UFFS e de demais entidades. Para este projeto foram destinados equipamentos e materiais de apoio.
Para a professora Kelly Tosta, que coordena o projeto, "o trabalho interdisciplinar que tem sido desenvolvido na UFFS é importantíssimo. Hoje temos uma dificuldade enorme em obter dados sobre os imigrantes na nossa região, o que pretendemos aportar com este diagnóstico. Assim, teremos a possibilidade de desenvolver ações mais assertivas para essa população”.