Cerca de mil pessoas estiveram presentes no II Seminário Estadual Rio Grande do Sul, promovido pela UFFS. A grande maioria do público foi composta por cursistas da formação continuada do Programa Escola em Tempo Integral no RS. Foram dois dias de intensa programação, com exposição de banners e mesas de diálogo, que abordaram os desafios e os mecanismos para a implantação da Educação Integral, assim como as experiências de sucesso que servem de inspiração para novas práticas.
Entre os destaques da programação esteve uma homenagem aos 40 anos dos CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública), realizada na abertura do evento. Junto às autoridades convidadas para a mesa oficial, estiveram três convidados especiais: Lia Ciomar Macedo de Faria, coordenadora pedagógica dos CIEPs; Carlos Eduardo Viera da Cunha, ex-secretário de Educação do Rio Grande do Sul e ex-deputado estadual e federal; e Juliana Brizola, ex-deputada estadual e neta de Leonel Brizola. Ao lado deles esteve a professora Jaqueline Moll, que é formadora do curso e foi quem propôs a homenagem.
Os CIEPs foram uma das mais emblemáticas experiências de educação em tempo integral no Brasil. Idealizados nos anos 1980, durante o governo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro, e concebidos pedagogicamente por Darcy Ribeiro, eles foram pensados como uma resposta concreta às desigualdades sociais, unindo escola, saúde, alimentação, cultura e esporte em um só lugar. Foram construídas 500 unidades em todo o estado do Rio de Janeiro, com estruturas padronizadas, projetadas por Oscar Niemeyer, e com o propósito de funcionar durante todo o dia, acolhendo os estudantes com refeições, cuidados básicos e atividades pedagógicas, culturais e esportivas. Os CIEPs representam um marco histórico da luta por uma escola pública que vá além da sala de aula tradicional e que cuida, protege, ensina e transforma.
“Eu fico que feliz que hoje nós tenhamos uma lei federal que está abraçando esta causa e que está podendo disponibilizar para a comunidade escolar o tempo integral nas escolas. A gente sabe que ainda está engatinhando, mas só de ver esse plenário cheio de professoras e professores que querem dar continuidade a isso, que acreditam que o tempo que a criança fica na escola, com qualidade, faz a diferença, já valeu a luta do meu avô Leonel Brizola. Que não foi uma luta fácil, porque militar ao lado da educação não é uma luta fácil e vocês, educadores e educadoras, sabem bem disso”, disse Juliana Brizola.