O processo de criação da nova estrutura será conduzido um Grupo de Trabalho (GT) específico. “A composição do GT ainda está em definição, mas será pensada de forma a garantir representatividade e conhecimento técnico sobre os temas envolvidos. O grupo terá como missão estruturar as atribuições da nova pró-reitoria, propor seu modelo organizacional e avaliar como ela poderá se articular com outras áreas da universidade. Das 69 universidades federais do país, cerca de 14 possuem pró-reitorias com foco nos sujeitos de direito das ações afirmativas. Esse dado, bem como os trabalhos já desenvolvidos por essas instituições, poderá servir de referência importante para o GT”, diz Sandra.
Nos últimos meses a UFFS realizou um levantamento interno junto às pró-reitorias para mapear ações já existentes relacionadas à pauta da equidade. Segundo Sandra, o objetivo foi identificar as práticas consolidadas, lacunas e as necessidades de aprimoramento das políticas e programas internos. A partir desse diagnóstico, está em fase de conclusão um relatório que servirá como base para as discussões sobre a nova estrutura, detalhando diretrizes e justificativas para sua constituição.
Embora ainda em construção, a proposta prevê que essa nova pró-reitoria absorva e articule ações atualmente distribuídas entre diversos setores como de graduação, de assistência estudantil, que já atuam com foco em políticas de inclusão, equidade e valorização da diversidade. A ideia é que a unidade atue desde o ingresso de estudantes e servidores, contribuindo para a efetivação de direitos e para a construção de uma universidade mais plural e acolhedora. “O trabalho do GT será essencial para delimitar com clareza e sensibilidade as atribuições da nova pró-reitoria, considerando a diversidade de demandas envolvidas — muitas delas não materiais, de caráter relacional, simbólico e institucional. A estrutura organizacional e os recursos necessários para sua implementação também serão objeto de análise, respeitando a natureza transversal e integradora da proposta. Para isso, o GT poderá realizar consultas à comunidade universitária, ampliando o diálogo e incorporando diferentes perspectivas ao processo de construção”, destaca Sandra.
A expectativa é que essa nova pró-reitoria represente um avanço institucional na promoção de direitos e no fortalecimento das políticas afirmativas. A Reitoria reconhece que essa proposta exige apoio e colaboração de toda a comunidade universitária para que possa avançar. Conforme estabelece o regimento da UFFS, alterações dessa natureza devem obrigatoriamente passar pela apreciação do Conselho Universitário, que será responsável por avaliar o processo de construção da nova estrutura.
A Vice-Reitora enfatiza que a nova pró-reitoria contribuirá diretamente para garantir o ingresso, a permanência e a diplomação de estudantes que acessam a universidade por meio de políticas afirmativas e de inclusão. “Também se espera que o órgão fortaleça o compromisso institucional com o preenchimento integral das vagas reservadas a diferentes segmentos com direito às cotas, tanto no acesso estudantil quanto nos concursos para servidores técnicos e docentes, promovendo equidade no acesso e na trajetória acadêmica e profissional dentro da universidade”, finaliza.