Está em andamento na Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Erechim o projeto de pesquisa Biorremediação de solo contaminado com herbicidas inibidores de Fotossistema II (FS II) e Protoporfirinogênio oxidase (PROTOX). Com inicio em 2023, tem como objetivo avaliar o potencial fitorremediador de espécies vegetais em solos contaminados com herbicidas que apresentam residual.
O projeto de pesquisa tem como professor orientador Leandro Galon, e estudantes do Grupo Manejo Sustentável dos Sistemas Agrícolas, dentre eles a bolsista PIBIC/FAPERGS Eduarda Batistelli Giacomolli.
O experimento foi conduzido a campo na área experimental da UFFS - Campus Erechim. A seguir algumas questões são apresentadas pela equipe a frente do projeto:
De forma prática, como os experimentos/resultados podem ser aproveitados pelos produtores?
Os resultados podem ser aproveitados com a semeadura das espécies fitorremediadoras (mucuna-preta - Stizolobium aterrimum, feijão-de-porco - Canavalia ensiformis, crotalária - Crotalaria juncea, aveia de verão - Sorghum sudanense, brachiaria – Urochloa decumbens, milheto - Pennisetum glaucum, as misturas de crotalária, aveia de verão, brachiaria e milheto) que, além de despoluírem o solo, podem ser usadas na produção de pastagens, cobertura de solo para o sistema de plantio direto ou mesmo produção de grãos. Isso, além de despoluir o solo, gera renda ao produtor ou mesmo podem ser usadas na alimentação animal.
Considerando os resultados da pesquisa, o projeto tem relevância social?
Sim, consideramos que o o projeto apresenta relevância social, pois com o uso dessa técnica o produtor esta descontaminando seu solo e, assim, evita que esse fique sem cultivo até os herbicidas desaparecerem por processos de degradação física, biológica ou química, que pode levar muito tempo. Assim, o produtor ganha em tempo, podendo cultivar outras culturas gerando mais renda e a possibilidade de usar a própria espécie fitorremediadora para alimentar animais (pastagem), produzir grãos ou mesmo cobertura do solo para semear no sistema de plantio direto na palhada.
Existem outros ganhos, além dos sociais e ambientais?
Além desses ganhos, o estudo trás um ganho cientifico e de ensino muito grande ao estudante, pois ao desenvolver, coletar dados, escrever e apresentar o trabalho a estudante bolsista Eduarda Batistelli Giacomolli precisou estudar sobre planejamento experimental, bem como o manejo e tratos culturais com as plantas cultivadas, ou mesmo dedicar-se a análise de dados e ao estudo de experimentação agrícola, além da necessidade de leitura de artigos relacionados ao tema.
De que forma as áreas experimentais da UFFS contribuem para essas modalidades de pesquisa?
As áreas experimentais da UFFS são fundamentais para desenvolver não só essas pesquisas, mas outras, pois na área experimental temos o controle do que foi aplicado, quando foi aplicado, quem aplicou, ou seja, a equipe sabe tudo o que ocorreu no desenvolver da pesquisa. Algo que, fora da área experimental, é difícil de Sr alcançado. Sem falar de toda a estrutura de equipamentos em laboratórios e a campo que a UFFS proporciona aos pesquisadores. E ainda, quando o estudante e o professor tem algum tempo livre das atividades de ensino, podem avaliar os experimentos, já que a área experimental fica próximo dos prédios que tem as atividades diárias do Curso de Agronomia.