A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em breve, deverá lançar o primeiro edital de seleção de estudantes para o novo curso de Mestrado Profissional em Direitos Humanos. Nesta quarta-feira (2), foi realizado o Seminário de lançamento do programa de pós-graduação, que terá como polos de atuação os campis Realeza (PR), Chapecó (SC) e Erechim (RS). Com uma abordagem interdisciplinar, o mestrado terá formato presencial e tem como proposta qualificar profissionais para atuar na promoção, defesa e efetivação dos direitos humanos em contextos locais e transfronteiriços.
Durante a cerimônia, foram lembrados os aspectos regionais e históricos para a criação do programa que está ancorado nas características sociais, econômicas e culturais da Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul, área que abrange mais de 400 municípios nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para o coordenador do curso, professor Antonio Valmor de Campos, o mestrado é uma resposta há um conjunto de situações da região que é marcada pela violência no campo - entre latifúndios, pequenos agricultores e comunidades indígenas –, além de violência contra as mulheres, populações indígenas, de negros, LGBTQIAPN+ e migrantes.
O diretor do Campus Realeza, professor Marcos Antônio Beal, falou sobre o acumulado das produções acadêmicas ao longo de quatro edições (2016, 2018, 2020 e 2023) da Especialização em Direitos Humanos, o que também possibilitou a criação do novo mestrado. O curso atendeu estudantes dos 42 municípios do sudoeste do Paraná, além de ter participantes dos estados do Maranhão, São Paulo e Santa Catarina. Nesse período, o curso formou 104 especialistas, além de certificar 13 alunos em aperfeiçoamento e emitir 23 declarações de estudos, totalizando 140 participantes.
Entre as temáticas abordadas pelos trabalhos de conclusão estão agricultura familiar, direitos da mulher, infância e adolescência, imigração haitiana e impactos da Covid-19. Citando alguns exemplos, o diretor do Campus Realeza ressaltou algumas das pesquisas produzidas: “Tivemos bons trabalhos sobre a mulher e sua participação no processo político, como um que aborda o papel da mulher na Revolta dos Posseiros de 1957, que completa 68 anos hoje. Outros sobre direito fundiário, reforma agrária e conflitos no campo. Além disso, muitos trabalhos trouxeram para o próprio título essa reflexão sobre a dignidade humana”, destacou Marcos.