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“Senderos Culturales” abre espaços de debate, escuta e reflexão

Projeto coordenado pela professora Bedati Finokiet aborda, por meio da cultura, temáticas necessárias

Diretoria de Comunicação Social — 30 de Junho de 2025 — Atualizado em 30/06/2025

“Senderos Culturales” abre espaços de debate, escuta e reflexão

Roda de conversa sobre temática LGBTQIAPN+ marcou o primeiro evento promovido pelo projeto "Senderos Culturales", no dia 26 de junho

“Eu acredito muito na cultura como libertadora, como um espaço de resistência, que consegue promover transformações e profundas reflexões”. A frase, dita por Bedati Finokiet, professora da UFFS – Campus Cerro Largo, traduz a essência do trabalho que ela tem desenvolvido na Universidade ao longo dos últimos anos e que, em 2025, ganha novos contornos por meio do projeto “Senderos Culturales: artes e identidades em movimento nos territórios das diversidades fronteiriças”.

A professora Bedati explica que o nome do projeto, que traduzido do espanhol significa “caminhos culturais”, indica tanto as diferentes expressões e manifestações culturais possíveis, como a forma com que as próprias culturas nos mostram caminhos diversos. A proposta do projeto é mensalmente realizar eventos relacionados a temáticas como memória, história, racismo, homofobia, preconceito, capacitismo, identidade, gênero, juventude e direitos, promovendo estudos, debates e reflexões por meio de diferentes linguagens artísticas.  

“O projeto justifica-se pelo contexto no qual a universidade está inserida, reunindo uma pluralidade étnica e cultural, advinda da imigração, da presença de comunidades indígenas e quilombolas, na sua área de abrangência, bem como pelo acesso de um número significativo de estudantes indígenas, oriundos dos mais diferentes lugares do Brasil. Além disso, existe toda uma demanda no que tange a realização de projetos que englobem a comunidade LGBTQIAPN+ e as pessoas com deficiência”, pontua a professora.

O primeiro evento do projeto foi realizado na noite da última quinta-feira, dia 26 de junho, intitulado “Vozes da resistência celebrando o orgulho LGBTQIAPN+”, no auditório do Bloco A da UFFS – Campus Cerro Largo. Pessoas de toda a região, incluindo grupos dos municípios de Santa Rosa e Santo Ângelo, compareceram ao evento, que foi alusivo ao mês do orgulho LGBTQIAPN+.  

Durante o evento, foi realizada uma roda de conversa, com a presença de Natalli Rachel Freire, transformista, professora de Educação Infantil e Séries Iniciais, vice Miss Diversidade Rio Grande do Sul 2024 e atual Miss Diversidade Três de Maio 2025; de Lins Robalo, uma mulher negra e trans, assistente social, considerada uma referência nacional e internacional na temática LGBTQIAPN+; e de Letta Vargas, artista transformista, Miss Rio Grande do Sul Gay 2024 e Miss Dragqueen RS 2023/2024.

Na roda de conversa, cada participante falou um pouco sobre si e sua trajetória e respondeu aos questionamentos feitos pelo público presente, que lotou o auditório, e também por pessoas que participaram remotamente. O evento foi transmitido on-line, pelo canal de Youtube do Campus Cerro Largo, onde a gravação está disponível.

Nesta segunda-feira, dia 30, será realizado mais um evento, desta vez alusivo ao tema das migrações e a questão dos refugiados. Será no auditório do Bloco A da UFFS – Campus Cerro Largo, a partir das 19h30. Haverá a participação de imigrantes de diferentes nacionalidades, como haitianos, árabes palestinos, venezuelanos e argentinos, que falarão um pouco sobre suas experiências pessoais e poderão interagir com o público presente. O evento também contará com transmissão ao vivo no canal da UFFS - Campus Cerro Largo.  

“A ideia também é constituir esse espaço de reflexão, de escuta, de análise dos contextos atuais, de acolhimento. Para as pessoas fazerem perguntas, para terem esclarecimentos sobre esses processos de migrações, que fazem parte da história não só da universidade, mas da nossa região, que acolhe imigrantes de diferentes nacionalidades”, afirma Bedati. A professora destaca que todos os eventos promovidos pelo projeto são abertos a comunidade.  

Público de toda a região lotou o auditório do Campus Cerro Largo no evento alusivo ao mês do orgulho LGBTQIAPN+

Experiência

Ao ser questionada sobre a origem da proposta do projeto, Bedati afirma que ele é resultado da sua própria caminhada profissional, que na UFFS começou em 2011. Quando chegou na Universidade, ela logo iniciou um projeto chamado “Diversidade Cultural”. “Era um projeto em que a gente promovia palestras e oficinas, enfocando diversos temas. A gente trazia questões da Lei n° 10.539/2003, ou seja, sobre o ensino da história e da cultura africana e afrobrasileira, da Lei n° 11.645/2008, que também determina que seja ensinada a história e a cultura dos povos indígenas nas escolas. Além do tema LGBTQIAPN+, das discussões sobre inclusão não só na perspectiva das pessoas com deficiência, mas da inclusão de toda essa diversidade que nós temos no mundo”, conta.

“Em 2012, 2013 e 2014, que foi quando a gente implementou essa proposta, nós conseguimos realizar muitas atividades, muitos eventos com a participação e a parceria de diferentes instituições, de diferentes universidades, como a FURG, a UFPel, a Unipampa e o Instituto Federal Farroupilha de Santo Ângelo e de Santa Rosa. Para além disso, com comunidades indígenas e quilombolas, com etnias africanas tanto de Santo Ângelo como de Santa Rosa e com grupos de capoeira”, recorda. O projeto iniciou no Campus Cerro Largo, mas depois passou a ser itinerante e houve eventos em outros espaços dos municípios de Cerro Largo, Santo Ângelo e Santa Rosa.  

Conforme Bedati, no “Senderos Culturales” a proposta é promover “ações culturais, com atividades interdisciplinares e interativas, tendo como o motivador as diferentes linguagens artísticas - o cinema, o teatro, a música, a dança, as artes plásticas - voltadas à valorização das diversidades culturais, das diversidades étnicas, das diversidades de gênero e das diversidades geracionais e territoriais”.  

“Então a ideia é a gente promover oficinas, rodas de conversas e apresentações de produções artísticas colaborativas. Nesse sentido, a gente quer fomentar o protagonismo social e a cidadania cultural, contribuindo para os objetivos do desenvolvimento sustentável e também para que venha ao encontro das diretrizes da extensão da Universidade Federal da Fronteira Sul, com ênfase na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”, destaca a professora.  

Bedati conta que, antes da UFFS, teve a oportunidade de atuar na área cultural, na Secretaria Municipal de Cultura de Santo Ângelo, assim como em espaços e lugares de memória, como o Memorial Coluna Prestes e o Museu Olavo Machado, em Santo Ângelo. “A minha atuação enquanto docente sempre foi muito pautada e muito ligada no âmbito cultural, da extensão e da cultura”, pontua.  

“Ao utilizar a arte, nas suas mais diversas expressões, ou seja, música, dança, teatro, audiovisual, fotografia e artes plásticas, entendemos ser possível promover espaços de diálogo intercultural, interétnico e intergeracional, de maneira lúdica e potente”, destaca Bedati. Aprovado no edital de 2025 da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), o projeto, que iniciou suas atividades em 1° de maio, tem previsão de término em 30 de abril de 2027. Porém, apesar de estar ainda nos primeiros passos, a professora Bedati já pensa em reeditá-lo no futuro. 

Professora Bedati (primeira à direita) junto a integrantes da roda de conversa e 

membros da equipe organizadora do evento do dia 26 de junho

Apoio

Para a realização das atividades do projeto a professora Bedati, que é a coordenadora geral, conta com o apoio de um bolsista do curso de Administração, o estudante e multiartista Rafael Cristiano Gräff. “Ele é professor de dança, dançarino e também atua nas artes plásticas e na fotografia”, informa Bedati. Há também a parceria voluntária da professora e atriz Fabíola Aparecida Marquete Dias, que tem uma vasta experiência na área do teatro, do circo e do cinema. Colaboram com o projeto, ainda, os técnicos administrativos Jerusa Valquiria Welter e Tadeu Junqueira, assim como a professora Geni Vanderleia Moura da Costa, que é a vice-coordenadora.  

A professora Bedati afirma que o projeto caminha lado a lado com o Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi) da UFFS – Campus Cerro Largo, do qual é coordenadora. Ela lembra que entre os apoios voluntários do projeto está também a estudante Carla Paulo Oliveira, do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFFS – Campus Cerro Largo, que integra a equipe do Neabi. O Neabi do Instituto Federal Farroupilha do Campus de Santa Rosa também é parceiro de longa data das ações coordenadas por Bedati.   

A professora ressalta que se alguém deseja colaborar com o projeto, tanto pessoas físicas como instituições, seja no apoio às atividades, seja na oferta de alguma atividade, é muito bem-vindo. “Essa é a ideia mesmo, que a gente possa tanto trazer para o espaço da universidade essas expressões artísticas que existem na nossa região de abrangência, como também poder circular por esses espaços, por essas comunidades, por essas cidades”, destaca. Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail bedati.finokiet@uffs.edu.br.  

Link para a transmissão do evento do dia 26/06: https://www.youtube.com/live/CfTbW80O4cI

Link para o canal da UFFS - Campus Cerro Largo, onde será feita a transmissão do evento desta segunda-feira, dia 30/06: https://www.youtube.com/@tvuffs-campuscerrolargo4366

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