“Vem com a gente! Vem brincar!”. Esse é o convite para quarta-feira (28), a partir das 19h30, no entre blocos e no bloco B do Campus Chapecó. A atividade é alusiva ao Dia Mundial do Brincar, e busca lembrar a importância do brincar, especialmente para as crianças – de todas as idades.
A ação é promovida pela professora Lisaura Beltrame, da disciplina de Brincadeiras, Interações e Linguagens na Educação Infantil, em parceria com os acadêmicos e demais professores da sexta fase do curso de Pedagogia (noturno), além do Ludobrinc e do Pibid. Vai ter algodão-doce, pipoca, pintura facial, cama elástica e muitas outras brincadeiras.
A proposta do evento, conforme a professora Lisaura, é simples, mas poderosa: incentivar adultos e crianças a deixarem de lado os celulares e se reconectarem com a ludicidade. “O brincar se torna essencial. Eu diria que ele não só é importante, como é uma necessidade para a criança. A criança necessita brincar, ela necessita participar desse mundo”, afirma ela.
Inspirado na perspectiva histórico-cultural de Vigotski e outros autores como Leontiev e Luria, o evento busca valorizar o brincar como forma de desenvolvimento e humanização da criança. “A criança, à medida que brinca, vai conhecendo o mundo à sua volta. É uma das poucas formas que a criança tem de vivenciar o mundo. No brincar, a criança pode tudo”, destaca a professora.
Durante a programação, o público será convidado a participar de brincadeiras coletivas, como as rodas cantadas, oficinas de brinquedos com materiais alternativos e jogos tradicionais. A ideia é resgatar memórias afetivas e despertar a importância da ludicidade também na vida adulta. “Nós, adultos, precisamos vivenciar esse brincar. Em todas as minhas aulas eu trabalho toda a questão teórica, com certeza, mas também a vivência do brincar”, relata.
Além disso, a ação propõe uma reflexão crítica sobre os impactos do uso excessivo de tecnologia na infância. “Com o uso da tecnologia e do celular, muitas coisas foram se perdendo. Até o processo criativo e imaginativo, às vezes, fica comprometido”, alerta Lisaura. “O brincar contribui muito para a aproximação, para o encontro, para a troca, para o diálogo, para o acolhimento”.
O evento, segundo a professora, nasceu dentro da própria disciplina, com o objetivo inicial de espalhar frases reflexivas pelo campus. Com o envolvimento dos estudantes, a proposta foi ganhando forma até se tornar uma vivência coletiva. “A gente também tem que brincar. Não podemos oferecer aquilo que a gente não tem.”
Para Lisaura, mais do que uma atividade simbólica, o evento é um chamado à valorização da infância como ela é. “A criança é. É importante que a gente respeite ela como ela é, a seu momento de infância, não antecipando, não trabalhando uma perspectiva ‘adultocêntrica’”.
E o convite se estende a todos. “Aqui fica um grande chamado a todas as famílias, a todas as escolas, os CEIMs, que oportunizem, que incentivem as crianças a brincar”, conclui.