O desafio feito por um colega de faculdade, no encontro de 30 anos de formatura da turma de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco, despertou em Luiz Alberto Barcellos Marinho, docente do curso de Medicina da UFFS – Campus Chapecó, o gosto por uma nova atividade: a de escritor. Instigado pelo colega a escrever sobre o período da faculdade e ao constatar que não havia nada registrado sobre esta época, decidiu aceitar a tarefa.
“No período de 1971 a 1976 vivíamos a ditadura militar. O livro aborda este aspecto, de como era ser universitário em um momento onde a liberdade de expressão não era uma tarefa fácil”, comenta. Ele recorda que depois desta primeira obra, intitulada “Memórias de um estudante de Medicina”, tomou gosto pela escrita e “como dizia o professor Lucas Viana Machado, da UFMG: ‘depois que você prova o sabor de escrever, torna-se dependente’”, diz.
Após esta primeira obra, as seguintes foram: “Contos & Encontros”, “Histórias guardadas”, “Olhe quem chegou!” e, a mais recentemente, “Zoinho”, lançada em julho de 2023. É a história de uma adolescente que passa pela experiência do estupro e, para não continuar sofrendo a violência, foge para outra cidade, onde convive com outras jovens com dramas semelhantes. O cenário é a cidade de Cajazeiras, na Paraíba.
Marinho conta que “Zoinho” tem uma particularidade. “Ao final da maioria dos capítulos eu anexei um trecho de música popular brasileira, que está ligado ao capítulo lido, e homenageio dois médicos que se dedicaram à música: Aldir Blanc e Paulo Vanzolin”, comenta. Um exemplo é a música “Ronda”, de Paulo Vanzolin, que finaliza o capítulo que fala da obsessão de um personagem pelo médico da história. Ao todo, a obra conta com 34 capítulos.