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Agricultura orgânica é tema de destaque em ações e projetos institucionais

No fim de junho, a UFFS será novamente representada no Fórum Orgânico Mundial, na Alemanha, pelo professor Antônio Inácio Andrioli

Diretoria de Comunicação Social — 13 de Junho de 2025 — Atualizado em 13/06/2025

Agricultura orgânica é tema de destaque em ações e projetos institucionais

Professor Andrioli fará neste ano sua quarta participação no Fórum Orgânico Mundial

A agricultura orgânica tem sido o foco de diversas ações e projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos pela UFFS. O envolvimento da universidade com esta temática tem sido levado, inclusive, para eventos no exterior. No fim de junho, o professor Antônio Inácio Andrioli participará, pela quarta vez, do Fórum Orgânico Mundial, que realizará sua oitava edição na cidade de Kirchberg an der Jagst, na Alemanha.

Neste ano, o Fórum tratará sobre os direitos dos camponeses. O título desta edição será “Da revolta aos direitos: A luta por justiça para os camponeses de antes e de agora. A Declaração da ONU sobre os Direitos dos Camponeses (UNDROP) - uma avaliação de sua relevância e sobre como localizá-la”. Conforme Andrioli, o contexto são os 500 anos da Guerra Camponesa Alemã, que ocorreu de 1524 a 1525, e a Declaração dos Direitos dos Camponeses e das Camponesas (UNDROP), aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 17 de dezembro de 2018.

Serão dois dias de evento: 30 de junho e 1° de julho. Andrioli ministrará, na manhã do dia 1°, a conferência "Como fortalecer a declaração dos direitos dos camponeses no Brasil?”. O professor conta que em sua participação em 2021 apresentou a contribuição da UFFS na implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS); em 2023 fez parte do painel “Soberania alimentar para a proteção da diversidade cultural e biológica com alimentos produzidos localmente - um olhar sobre a resiliência das comunidades no Sul global”; e no ano passado participou do painel “Parcerias e paisagens locais: Como as relações de trabalho local, incluindo os agricultores, podem restaurar ecossistemas e criar economias alimentares locais prósperas?”.

Para Andrioli, “a UFFS precisa estar presente em todos os espaços onde se discute o futuro da agricultura, os direitos dos agricultores e os problemas das comunidades rurais. Principalmente porque ela foi criada a partir das lutas de movimentos sociais do campo e está presente em uma região de economia predominantemente agrícola. Mas, diante dos desafios das mudanças climáticas, esse debate também precisa adquirir uma dimensão mais global. E, nos últimos anos, a internacionalização passou a ser um dos grandes eixos de atuação das universidades”.

“A UFFS precisa se internacionalizar cada vez mais, participar de temas mundialmente impactantes e ligados à sustentabilidade da vida humana no planeta. Estar representado em eventos dessa envergadura, consolida a importância da produção científica local e a conecta com questões de relevância planetária, o que também fortalece a nossa pós-graduação, a publicação conjunta e novas perspectivas de intercâmbio para estudantes e pesquisadores entre instituições que atuam nessa mesma perspectiva”, ressalta.

Ações

Andrioli afirma que o Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável (PPGADR), do Campus Laranjeiras do Sul, tem trabalhado intensamente nos últimos anos para a oferta de um doutorado multidisciplinar nesta área e esta inserção internacional é muito importante neste contexto. Segundo ele, o PPGADR já registra 126 dissertações defendidas e tem diversos projetos relevantes em desenvolvimento sustentável.

O professor lembra que em maio de 2025 foi realizado o Encontro Técnico da Cultura do Morangueiro, que ocorre a cada dois anos, reunindo agricultores, estudantes, pesquisadores e representantes de instituições voltadas ao desenvolvimento rural e sustentável. E neste mês de junho houve a III Jornada da Natureza, na qual foram apresentados estudos e iniciativas desenvolvidos por universidades e instituições públicas voltados ao cultivo e beneficiamento da palmeira Juçara, espécie nativa da Mata Atlântica, atualmente ameaçada de extinção.

Entre as ações em andamento, está a participação em um edital do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para a criação do Núcleo de Estudos em Agroecologia no Campus Chapecó, que já existe no Campus Erechim, congregando pesquisas e dialogando com agricultores orgânicos. Participam desta ação integrantes do Observatório Social e Ambiental da Soja – Soyacene. Além disso, após o circuito de eventos realizados em 2024 na UFFS pela Articulação Oeste de Agroecologia, está sendo proposta uma rota de turismo agroecológico na região do oeste catarinense.

Na agrofloresta, melancia e cana em consórcio. Professor Geraldo Ceni Coelho mostra como pés de milho passam de 2,5 metros em 65 dias

Agrofloresta

Entre os projetos que tratam da temática da agricultura orgânica está o “Desenvolvimento de Agroflorestas”, coordenador pelo professor Geraldo Ceni Coelho, articulado com o projeto "Reconhecimento e valorização de hortos medicinais", coordenado pela professora Maria Eneida de Almeida, ambos desenvolvidos na UFFS – Campus Chapecó. Atuam nos projetos docentes, estudantes de graduação e também há parcerias com entidades da comunidade regional, como a Associação dos Pequenos Agricultores do Oeste Catarinense (Apaco).

Segundo Coelho, desde 2022 “a agrofloresta tem sido palco para atividade de formação dos estudantes universitários, incluindo ações de extensão no componente curricular obrigatório ‘Sistemas Agroflorestais’, do curso de Agronomia do Campus Chapecó. Estas atividades de extensão têm ocorrido na recepção de estudantes do ensino básico em visitas ao campus e também em experiências guiadas, tendo como público estudantes universitários de diversos cursos”. A agrofloresta é utilizada, ainda, em atividades didáticas dos cursos de Engenharia Ambiental e Sanitária e de Pedagogia.

O professor comenta que o projeto passa por uma nova fase, em que a agrofloresta está sendo gradativamente qualificada, buscando incluir novos públicos escolares e da comunidade. “Pretende-se ampliar as ações de formação (dias de campo, visitas guiadas, cursos) para grupos de agricultoras e agricultores da região, além de estudantes de diferentes níveis”, afirma.

Coelho destaca que uma das atividades do projeto “Desenvolvimento de Agroflorestas” ocorreu na Escola Lídia Remus, localizada no distrito de Alto da Serra, em Chapecó. Na escola foi constituída uma agrofloresta, que tem sido palco de diversas atividades de cunho formativo para os estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Para divulgar o trabalho do projeto foi criado um perfil no Instagram (@agrofloresta_uffs_chap).

Projeto de extensão realiza capacitação para a transição agroecológica, com foco em agricultores familiares de Santa Catarina 

Curso de extensão

Outro projeto de extensão voltado à agricultura orgânica trabalha com a capacitação de agricultores, intitulado “Capacitação e Transição Agroecológica: promovendo o desenvolvimento rural com o Método do Sistema de Plantio Direto em Hortaliças e Grãos, SPDH+, entre agricultores familiares em Santa Catarina”, coordenado pelo professor Paulo Roger Lopes Alves. O projeto tem financiamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em parceria com a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Santa Catarina (Fetraf-SC).

Conforme Alves, o projeto iniciou em julho de 2024 (com registro institucional em novembro de 2024) e será finalizado até novembro de 2025, no entanto, deve ser solicitada a prorrogação deste prazo. O projeto prevê a realização de 16 encontros de capacitação, envolvendo quatro regiões de Santa Catarina (Extremo-Oeste, Oeste, Alto Vale e Sul), com agricultores e técnicos, abrangendo aproximadamente 500 famílias. O foco é a implementação bem-sucedida do Sistema de Plantio Direto em Hortaliças e Grãos (SPDH+) e outras práticas agrícolas sustentáveis.

Estão previstos também quatro seminários regionais de disseminação de conhecimento, para compartilhar experiências e lições aprendidas, promovendo a troca de conhecimento entre os agricultores. “Diariamente, ao longo do ano, os agentes de capacitação acompanham famílias agricultoras para viabilizar a aplicação do método SPDH+ em suas propriedades em lavouras de estudo no local. O grupo dos envolvidos diretamente no projeto se reúne quinzenal/mensalmente para programar e planejar as ações”, comenta o professor.

Alves conta que também está prevista no projeto a realização de uma pesquisa aplicada (em nível de campo) sobre o aprimoramento contínuo de práticas agrícolas sustentáveis a partir de famílias da agricultura familiar que estão vivenciando a transição agroecológica em Santa Catarina. Um experimento está sendo feito na área experimental do Campus Chapecó e “estão sendo coletadas amostras de solo em propriedades de todas as regiões atendidas para medir a fertilidade biológica desses solos, de modo que possamos relacionar os resultados com as práticas promovidas pelo projeto. Ao todo serão realizadas 250 análises de solo em todo o estado”, informa.

Participam do projeto o coordenador pedagógico, um coordenador administrativo, dois estudantes do curso de Agronomia, quatro agentes de formação, contratados pelo projeto (um em cada região), além de diversas outras pessoas, sem vínculo formal com o projeto.

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