O Projeto de Extensão “Fortalecimento da Horticultura na Região da Cantuquiriguaçu”, desenvolvido no âmbito do Programa de Extensão em Sustentabilidade Territorial, uma parceria entre a Itaipu Parquetec e a Itaipu Binacional, realizou, no início de outubro, a apresentação dos resultados finais das ações executadas entre outubro de 2024 e outubro de 2025.
O principal objetivo do projeto foi promover o fortalecimento e o desenvolvimento da horticultura sustentável na região da Cantuquiriguaçu, por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão voltadas à formação técnica, valorização da agricultura familiar e promoção de práticas sustentáveis de produção e consumo.
Segundo a professora Cláudia Simone Madruga Lima, coordenadora do projeto, a iniciativa foi estruturada em cinco eixos de atuação, contemplando diferentes espaços e públicos:
Nas propriedades dos agricultores familiares: com visitas e acompanhamentos técnicos semanais, especialmente junto aos produtores da Associação Feira do Produtor de Laranjeiras do Sul (AFELAR) e para agricultores independentes;
Nas escolas: com atividades quinzenais nas escolas credenciadas e ações pontuais (oficinas e palestras) nas demais;
Na UFFS: com atividades abertas à comunidade, como oficinas, dias de campo e palestras;
Nas mídias sociais e aplicativos de conversa: com compartilhamento de vídeos, orientações técnicas e atendimentos semanais a dúvidas sobre horticultura;
Em ações externas na comunidade: como feiras, eventos e parcerias com instituições locais.
As atividades ocorreram principalmente em Laranjeiras do Sul, mas também em outros municípios da região Cantuquiriguaçu, abrangendo tanto o meio rural quanto o urbano. Durante o período de execução, foram realizadas mais de 160 ações integradas, entre as quais: 46 atividades técnicas em propriedades de agricultores familiares; 60 oficinas em escolas, com foco em hortas escolares, alimentação saudável e sustentabilidade; 4 palestras técnicas em colégios; 50 atividades abertas à comunidade na UFFS, como oficinas e dias de campo; 6 eventos externos, envolvendo toda a comunidade; Além de ações de comunicação e difusão nas mídias sociais e aplicativos de conversa, que alcançaram mais de mil pessoas, com atendimentos semanais sobre dúvidas técnicas relacionadas à horticultura.
“Os resultados práticos foram expressivos: houve fortalecimento das práticas sustentáveis entre agricultores familiares; ampliação do conhecimento técnico e da autonomia produtiva dos participantes; e integração entre universidade, escolas e comunidade rural, criando uma rede colaborativa de aprendizado e troca de saberes. Também observamos um crescimento do interesse regional pelas atividades de horticultura, evidenciado pelo aumento das demandas após a conclusão do projeto. Essas ações resultaram em impactos diretos na produção, na educação ambiental e na formação cidadã dos participantes”, destaca a professora Cláudia Lima.
A docente ressalta ainda que as ações dialogam diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável, ao incentivar práticas agroecológicas e seguras de produção de alimentos; ODS 4 – Educação de Qualidade, por meio da formação técnica e pedagógica nas escolas; ODS 12 – Consumo e Produção Sustentáveis, ao promover o uso racional dos recursos e o aproveitamento integral dos alimentos. “Dessa forma, o projeto contribuiu para o fortalecimento da agricultura familiar, a geração de renda e a educação ambiental — pilares essenciais do desenvolvimento territorial sustentável”, reforça a coordenadora.
Os resultados superaram as expectativas iniciais, registrando alta adesão e engajamento comunitário. De acordo com a professora Cláudia, há atualmente 18 escolas na fila de espera para receber atividades continuadas, 38 novos agricultores familiares interessados em participar de futuras ações, 17 solicitações de palestras e 10 pedidos de visitas técnicas após o encerramento das atividades formais. Esses números demonstram a relevância e o impacto positivo do projeto na região.
“Para a equipe executora, o principal aprendizado foi compreender a força das ações integradas de extensão e a importância da escuta ativa das comunidades. O projeto mostrou que o diálogo entre universidade, escolas e agricultores é essencial para transformar conhecimento técnico em práticas efetivas e sustentáveis”, afirma a docente.
Continuidade do projeto
Diante dos resultados obtidos e da alta demanda de solicitações, a equipe pretende dar continuidade às ações, mantendo as parcerias e o envolvimento com agricultores e escolas da região. No entanto, a nova etapa será planejada de forma mais pontual e estratégica, priorizando atividades de maior impacto e alcance comunitário, de modo a garantir a manutenção dos vínculos e dos resultados positivos conquistados.
Equipe e parcerias
A equipe executora foi composta pela professora Cláudia Simone Madruga Lima (coordenadora) e quatro bolsistas do curso de Agronomia da UFFS, de diferentes fases do curso. Essa diversidade de experiências entre os bolsistas contribuiu para o caráter formativo do projeto, permitindo uma abordagem técnica e pedagógica integrada.
Além da Itaipu Binacional e da UFFS, o projeto contou com o apoio de diversos parceiros locais, entre eles: Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Agronômica (CEAGRO); Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná); Secretarias Municipais de Agricultura; Instituições de ensino municipais e estaduais, como o Colégio Floriano Peixoto, a Escola José Bonifácio e o Centro de Meninos e Meninas Integrados à Comunidade (CEMMIC); Agricultores familiares da AFELAR e produtores independentes; E a imprensa local, que contribuiu amplamente com a divulgação das ações e dos resultados do projeto.