A noite da última quinta-feira, dia 3 de julho, marcou o início das atividades do Curso de Aperfeiçoamento para Gestores Escolares na Perspectiva da Educação Integral em Tempo Integral: Adolescências em Diálogo, promovido pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em parceria com o Ministério da Educação (MEC). Na oportunidade, foi realizada a aula inaugural do curso, ofertado na modalidade a distância, que terá duração de seis meses e envolverá 1.000 cursistas de todos os estados do Brasil.
A mesa oficial de abertura do curso contou com a presença do reitor da UFFS, João Alfredo Braida, de Victor Both Eyng, da Coordenação Geral do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica do MEC, de Alexandre Falcão de Araújo, coordenador de Projetos na Coordenação Geral de Educação Integral e Tempo Integral do MEC, e de Érika Botelho Guimarães, coordenadora de Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica do MEC.
Em sua fala, Victor Both Eyng abordou os desafios dos gestores escolares, que são o público para o qual é destinado este curso de aperfeiçoamento. Ele ressaltou que nos Anos Finais do Ensino Fundamental os estudantes estão em uma fase de transição em diversos sentidos e que, neste contexto, é importante que estes profissionais tenham o papel não apenas operacional/administrativo, mas de liderança pedagógica nas escolas. Para que este trabalho tenha sucesso, considera fundamental o planejamento, para definir o que é prioritário e onde os esforços devem ser concentrados.
Em relação ao ensino em tempo integral, Eyng disse que “o tempo ampliado deve ser um tempo com propósito, com intencionalidade, de modo que não se esteja reproduzindo mais do mesmo. E, sim, que a gente consiga proporcionar aos nossos estudantes uma escola que sabe ouvir, que sabe acolher, não discursivamente, mas com espaços e mecanismos estruturados para que isso aconteça. Uma escola que saiba oferecer oportunidades de protagonismo e apoiar o desenvolvimento integral dos estudantes e das estudantes. E aqui a liderança escolar, a liderança pedagógica, estratégica, com mecanismos estruturados de gestão, exerce um papel fundamental de conduzir a equipe rumo a essa escola”, destaca.
Alexandre Falcão de Araújo afirmou que os programas Escola das Adolescências e Escola em Tempo Integral não estão dissociados, pois fazem parte de uma única política pública do governo federal, voltada para a Educação Básica. Ele ressaltou que a escola em tempo integral não tem como objetivo repetir o que já se faz tradicionalmente, mas, sim, trabalhar a recomposição de aprendizagens com mais arte, cultura, esporte, letramento científico, lazer e mais atividades em que os estudantes estejam envolvidos e mobilizados.
Segundo Falcão, um relatório divulgado recentemente pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) indica que o aprendizado de arte e cultura na escola, por exemplo, contribui para melhores resultados acadêmicos e para melhorias na saúde, inclusive emocional, dos estudantes. Ele informou que recentemente foram aprovadas no Conselho Nacional de Educação as diretrizes operacionais da educação integral, que vão aprofundar as várias temáticas envolvidas na prática escolar. “Em breve isso vai estar divulgado e novos esforços de formação serão feitos para aprofundar cada um desses temas da operacionalização da educação em tempo integral”, disse.
O reitor da UFFS fez um agradecimento especial a toda a equipe responsável pela oferta do curso de aperfeiçoamento e ressaltou que estes profissionais, juntamente com o MEC, “estão nos ajudando efetivamente a realizar a missão desta universidade, que é ofertar educação pública de qualidade e, assim, ajudar a transformar a realidade social do nosso país”. Conforme Braida, “para esperançar um país mais justo, mais igual, mais fraterno e quiçá um mundo em que os produtos da ciência, da arte e da cultura estejam de fato disponíveis e acessíveis a todos e todas, precisamos começar pela Educação Básica e, em especial, nesta fase da adolescência”.