A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) realiza a 2ª edição do Congresso Internacional de Políticas Públicas de Saúde: Práticas, Saberes e Sustentabilidade dos Sistemas de Saúde (II CIPPS), de 29 a 31 de outubro. Reunindo estudantes, pesquisadores, profissionais da saúde, gestores públicos e movimentos sociais, o congresso objetiva que os participantes contribuam com soluções aos desafios do SUS e da sociedade. As inscrições para participação como ouvintes estão abertas neste link.
Retomado após a primeira edição, realizada em 2017, o congresso ganha novo fôlego a partir da consolidação do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGEnf – Mestrado) da UFFS, que tem como foco a Enfermagem em Saúde Coletiva. “O II CIPPS, que ganha força com a criação do nosso programa de Pós-Graduação, é um espaço acadêmico privilegiado para reflexão e troca de saberes. Nosso objetivo é fortalecer justiça social, o direito universal à saúde e a sustentabilidade das políticas públicas em um cenário de profundas transformações”, explica a coordenadora geral, professora Daniela Savi Geremia.
Segundo a vice-coordenadora, professora Maria Eneida de Almeida, a programação foi pensada para articular ensino, pesquisa, extensão e formação com debates conectados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Todas as mesas foram desenhadas com foco nos ODS, para que o congresso contribua com reflexões e práticas capazes de transformar realidades”, pontua a professora.
A edição deste ano está organizada em cinco eixos: 1. Desinformação, informação e tradução do conhecimento em saúde; 2. Políticas, gestão em saúde, saúde digital e tecnologias na saúde; 3. Racionalidades médicas e práticas integrativas em saúde; 4. Formação e práticas de cuidado em saúde; e 5. Saúde, trabalho, ambiente e sustentabilidade.
Segundo as coordenadoras, a programação (confira abaixo) é bastante diversa, de qualidade e rica em relação aos assuntos. Por isso, ambas consideram difícil fazer destaques. Porém, apontam o assunto da conferência de abertura como atual e relevante para a saúde coletiva. Nela, as professoras Ana Valéria M. Mendonça (ECoS/Rede Brasil/UnB), Lise Renaud (UQAM/Canadá) e María del Carmen Rico Menge (UCU/Uruguay/UQAM/UNESCO) debaterão, a partir das 19h30 do dia 29, o tema “A Comunicação promotora de saúde e suas estratégias para o enfrentamento da desinformação em saúde no mundo”. “Precisamos aprender a comunicar e dialogar com a população para que a ciência e as instituições voltem a ser referência de confiança”, resume a professora Daniela.
Uma mesa de gestores discutirá arranjos de governança, financiamento e organização de redes; outra, sobre saúde do trabalhador e da trabalhadora abordará desafios, direitos e efeitos da privatização e terceirizações nos serviços públicos; a saúde indígena também terá espaço, assim como Inteligência Artificial e ética na pesquisa e nos serviços de saúde; sistemas de saúde no mundo; racionalidades médicas e PICs; e saúde coletiva, meio ambiente e mudanças climáticas. A programação prevê ainda lançamento de livros e momentos culturais ao longo dos dias.
Conforme as professoras Daniela e Maria Eneida, o II CIPPS é interdisciplinar e intercampi. O convite se estende à comunidade da UFFS como um todo (não apenas ao Campus Chapecó), a outras universidades, além de pesquisadores de áreas que dialogam com a Saúde Coletiva: Administração, Economia, História, Medicina Veterinária, entre outros. “A Saúde Coletiva é um eixo institucional da UFFS e precisa ser fortalecida na formação: formamos profissionais para o SUS, capazes de compreender políticas públicas e seus impactos sociais”, reforça Daniela.
Parcerias, organização e apoio
O congresso é organizado pela UFFS, por meio do PPGEnf, com participação de membros dos cursos de Enfermagem e Medicina (campi Chapecó e Passo Fundo); do ECOS/UnB (Laboratório de Educação, Informação e Comunicação em Saúde); da Rede Brasil: Gestão da Informação e Tradução do Conhecimento; e da Escuela de Enfermería da Universidad Nacional de Misiones (UnaM/Argentina). O evento conta com apoio financeiro da FAPESC e mantém parcerias nacionais e internacionais. “Sem organizadores e apoiadores, o congresso não acontece; agradecemos a todas as instituições parceiras”, destaca a professora Maria Eneida. “Ainda há inscrições para ouvintes. Queremos casa cheia, diálogo qualificado e impacto social”, comenta a professora.