Programa de Extensão é voltado à promoção do cuidado integral em saúde

A Universidade Federal da Fronteira Sul desenvolve, na região de abrangência do Campus Chapecó, um programa de extensão dedicado à promoção do cuidado integral à saúde, com foco na humanização das práticas assistenciais e na valorização da vida em todas as suas etapas.

Denominado Programa Luzes: cuidados paliativos, espiritualidade, práticas integrativas e complementares (PICs): caminhos com abordagem humanizada para o cuidado integral, é fundamentado nas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs). O Programa tem transformado a forma de cuidar especialmente nos contextos de cuidados paliativos, onde o acolhimento, o afeto e a escuta são tão essenciais quanto o tratamento clínico para o bem-estar.

Conforme a coordenadora do Programa, Leoni Terezinha Zenevicz, “o Programa nasceu de um sonho pessoal, da experiência e vivência como enfermeira, movida pela sensibilidade, pela fé e pela profunda crença no poder transformador do cuidado humanizado. Durante minha vivência, junto a pacientes em situação de vulnerabilidade, percebi que o verdadeiro cuidado vai além da técnica, envolve escuta, presença e compaixão. Inspirada por esta visão, idealizei um espaço onde o corpo, a mente e o espírito pudessem ser acolhidos de forma integrada, dando origem ao Luzes, um programa que une a ciência, espiritualidade e amor ao próximo”. 

O que começou com um sonho de enfermeira acabou ganhando outra dimensão e transformou-se num movimento coletivo de luz e esperança, hoje reconhecido por diversas instituições de saúde. Atualmente, o programa desenvolve ações no Hospital Regional do Oeste (HRO), em Chapecó, no Hospital Regional São Paulo, em Xanxerê, na Secretaria Municipal de Saúde de Campoerê, na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), e na Fundação Hospitalar de São Lourenço do Oeste.

Desde a sua criação, em 2018, o Programa de Extensão Luzes já atendeu mais de 10.000 pessoas entre pacientes, familiares e profissionais da saúde, oferecendo momento de conforto, serenidade e fortalecimento emocional. As ações incluem reiki, aromaterapia, musicoterapia, auriculoterapia, meditação, massagens, rodas de conversas, jogos, práticas que contribuem para o alívio da dor, a redução da ansiedade e do estresse, melhora da dor, promovendo conforto, equilíbrio emocional e espiritual. Os atendimentos são realizados por voluntários capacitados em PIC’S, entre estudantes e docentes da UFFS.

Nos cuidados paliativos, o Programa atua de forma sensível e compassiva, promovendo um ambiente de paz, respeito e espiritualidade. As famílias são acolhidas como parte essencial do processo de cuidado, recebendo apoio para lidar com o sofrimento e o luto de maneira mais humana e amorosa.

Outro pilar essencial do Programa Luzes é o cuidado com os profissionais de saúde. Oficinas e atividades de autocuidado são realizadas regularmente, estimulando a reflexão, o equilíbrio e a empatia, pilares fundamentais para quem se dedica ao ato de cuidar.

"Mais do que um programa, o Luzes representa um movimento de transformação do cuidado em saúde, reafirmando que a luz do cuidado humano pode aliviar dores, inspirar esperança e iluminar caminhos. O Luzes é sobre acolher a vida em todas as suas formas-cuidar do corpo, aliviar a dor e também iluminar o espírito”, salienta Zenevicz.

Conforme a avaliação da coordenação, “o Programa Luzes tem se mostrado uma experiência exitosa na promoção do cuidado integral e humanizado em saúde, alcançando resultados significativos, tanto para os pacientes quanto para familiares e profissionais envolvidos. O atendimento a mais de 10.000 pessoas demonstra o alcance e a relevância social do projeto, especialmente nos contextos de cuidados paliativos, onde o acolhimento e a espiritualidade assumem papel central do processo de cura e despedida”.

Durante o desenvolvimento do Programa, os participantes relataram alguns pontos positivos, como aumento da satisfação dos pacientes em relação ao acolhimento e ao conforto espiritual e emocional durante o tratamento, redução relatada de sintomas físicos e emocionais, como a dor, ansiedade e estresse, após a utilização das PIC’S, especialmente do Reiki. Também foi constatado o fortalecimento de vínculos entre equipe, paciente e família, criando um ambiente de cuidado mais afetivo e colaborativo, maior integração multiprofissional, com envolvimento de diversas categorias de saúde no planejamento e na execução das práticas, e valorização do autocuidado dos profissionais, com relatos de melhoria do equilíbrio emocional, maior sensação de pertencimento e propósito.

“Os próximos passos do Programa são buscar novos voluntários para atuarem nos espaços e a capacitação em PICs. Também estamos estudando a possibilidade de uma formação Lato Sensu em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde - PIC’s. Sua atuação nos hospitais têm demonstrado que a integração entre a técnica e sensibilidade é capaz de transformar o ambiente de saúde em um espaço de luz, escuta e esperança”, informa Leoni.