Estudantes, famílias, professores, gestores e autoridades acadêmicas comemoraram os destaques da VIII edição da Olimpíada de Matemática do Oeste Catarinense (OMOC), no sábado (6), na UFFS – Campus Chapecó. A OMOC envolveu 79 escolas, 20 municípios e mais de 18 mil participantes na primeira fase. O evento marcou não apenas a entrega das medalhas, mas a consolidação da OMOC como um dos principais projetos de impacto educacional da região.
A tarde começou com a apresentação cultural do Grupo Vocal Unitas, da Escola de Artes de Chapecó, que emocionou o público. Em seguida, autoridades da universidade e representantes da Secretaria Municipal de Educação deram as boas-vindas às escolas participantes e, especialmente, aos medalhistas, destacando o caráter integrador da Olimpíada e seu papel no desenvolvimento científico e educacional do Oeste de Santa Catarina.
Coordenador geral da OMOC, Milton Kist, ressaltou a importância da Matemática para todas as áreas do conhecimento
O coordenador geral da OMOC, professor da UFFS – Campus Chapecó, Milton Kist, abriu os discursos. Falou sobre o histórico da Olimpíada, a importância da Matemática para todas as áreas do conhecimento e a respeito da dedicação dos professores das escolas para que a OMOC aconteça. O coordenador do curso de Matemática, Antonio Marcos Correa Neri, instigou os estudantes a conhecerem mais a graduação e, quem sabe, se tornarem professores, assim como ele, um dia, foi instigado por um professor, em sua época de escola. A coordenadora do Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat), Janice Teresinha Reichert, falou diretamente aos estudantes das escolas: “vocês são a razão de estarmos aqui”. Ela também convidou os professores das escolas para conhecerem o Profmat e se qualificarem no mestrado.
O professor Ivan Carlos Horbach, articulador da área de Matemática da Secretaria Municipal de Educação de Chapecó, representando a secretária de Educação do município, Astrit Tozzo, ressaltou o quão gratificante, enquanto professor de Matemática, foi ver o auditório cheio de jovens premiados. Ele é mestre em Matemática pela UFFS – Campus Chapecó.
Com agradecimentos aos coordenadores da OMOC, aos estudantes colaboradores, aos demais professores do curso e aos técnicos administrativos em Educação, a diretora da UFFS – Campus Chapecó, Adriana Remião Luzardo, exaltou o momento da premiação, com a presença de professores das escolas, famílias e medalhistas. Também elogiou os jovens talentos da Matemática que se dedicaram ao estudo, participaram da OMOC e conquistaram suas medalhas e menções honrosas.
O pró-reitor de Extensão e Cultura da UFFS, Willian Simões, ressaltou a importância da OMOC enquanto projeto de extensão para a Instituição e reforçou o papel fundamental da Matemática à ciência, tecnologia e inovação. Por fim, o Reitor da UFFS, João Alfredo Braida, deu as boas-vindas aos visitantes, especialmente aos medalhistas. Explicou o que é um projeto de extensão e mencionou que a universidade também faz ensino e pesquisa. Convidou os jovens a estudarem na UFFS futuramente, e mencionou todos os cursos de graduação do Campus Chapecó.
Membros da mesa de honra exaltaram a OMOC e parabenizaram os medalhistas
Enzo Bortoletti de Vargas, de 12 anos, veio de Concórdia com os pais para receber sua medalha de bronze logo na primeira participação na OMOC. Eles saíram cedo da cidade que fica a 80 quilômetros de Chapecó e, depois de almoçar, foram os primeiros a chegar na premiação.
Enzo conta que todos os seus colegas da Escola Básica Municipal Waldemar Pfeiffer participaram da Olimpíada, mas somente ele e uma colega foram medalhistas. Incentivado pela mãe, Ariana Bortoletti de Vargas, o estudante comenta que tem uma boa relação com a disciplina. “Na segunda fase só uma questão que eu não sabia responder”.
“Tudo começou na troca de escola, depois da pandemia. A turma que ele entrou estava mais avançada que ele, então fomos explicando e ensinando em casa, e ele pegou gosto. Hoje consegue resolver problemas de oitavo, nono ano e até de Ensino Médio. O objetivo é que ele siga estudando e nós seguiremos incentivando. Quem sabe não sai um engenheiro?”, relata a mãe de Enzo. Ela e o marido, Ademir, ainda não conheciam a UFFS – Campus Chapecó. Segundo Ariana, o Campus é muito bonito e grande. Mas mais do que isso, a instituição representa “uma oportunidade que eles têm de fazer uma faculdade sem custo, e perto de casa”, finaliza ela.
O medalhista Enzo e os pais, Ariana e Ademir, comemoraram a primeira participação e a primeira medalha do estudante
O momento da premiação
Para Kist, a cerimônia tem uma dimensão simbólica. “A premiação é o ponto alto da OMOC, o momento de celebrar, festejar e reconhecer o trabalho de um todo”, afirmou. Segundo ele, o evento consagra um esforço coletivo que mobilizou estudantes, famílias, professores e gestores escolares ao longo de 2025. “Para as escolas da região, esse momento festivo reafirma que o esforço e a dedicação valeram a pena”.
A VIII edição foi marcada por recordes. Somente na primeira fase, realizada nas escolas, 18.835 estudantes participaram das provas objetivas. Desses, 2.742 avançaram para a segunda fase, realizada no Campus da UFFS. A ida dos estudantes ao Campus já serviu também de reconhecimento do local, já que puderam conhecer salas de aula e espaços acadêmicos. Para Kist, esse é um dos impactos mais valiosos da Olimpíada: a aproximação entre universidade e comunidade escolar. “Todos os anos temos relatos de familiares e professores impressionados com a estrutura da UFFS. Perguntam sobre cursos, formas de ingresso, bolsas. Eles levam essas informações para seus círculos e isso faz com que a UFFS seja cada vez mais conhecida”, destaca.
190 estudantes foram premiados na oitava edição da OMOC
Impacto pedagógico da OMOC
Ao longo dos anos, a OMOC construiu uma dinâmica pedagógica incorporada à rotina de muitas escolas. As provas antigas, acompanhadas de resoluções comentadas, tornam-se instrumentos didáticos que professores utilizam em sala de aula para desenvolver raciocínio, argumentação e criatividade matemática. Além disso, listas de treinamento e vídeos explicativos disponibilizados no canal da OMOC ampliam o acesso a materiais de estudo.
Para Kist, esse é um dos maiores legados da iniciativa. “As provas e resoluções publicadas permitem que os professores discutam com os estudantes diferentes possibilidades de solução. Isso fortalece o pensamento matemático e transforma a OMOC em uma ferramenta de aprendizagem ao longo de todo o ano letivo”, explica. Ele reforça que a Olimpíada não é apenas uma competição, mas um programa contínuo de formação matemática, alinhado às práticas de ensino das escolas.
Outro aspecto relevante é o fortalecimento da autoestima dos estudantes. “Esperamos que essa conquista fortaleça a confiança de cada estudante e mostre que o esforço e a dedicação aos estudos valem a pena”, declarou Kist. Segundo ele, muitos medalhistas participam pela primeira vez e encontram na premiação um incentivo para continuar estudando e explorar novos desafios.
A participação ativa de professores e gestores é sempre destacada como um pilar do sucesso da Olimpíada. “Sem a parceria das escolas, a OMOC não aconteceria”, afirma o coordenador. “São os professores e gestores que mobilizam, orientam e dão condições para que os estudantes participem.”
Esse reconhecimento institucional reforça o papel da OMOC como uma ação de extensão que articula universidade, escola e comunidade. Um reflexo direto disso é o aumento da participação de famílias, que acompanharam seus filhos nas fases presenciais e celebraram os resultados na premiação.
Expectativas para 2026
O encerramento da VIII OMOC foi uma celebração. Conforme Kist, apeasr da estrutura enxuta e recursos limitados, esta edição alcançou o maior número de participantes desde sua criação. A coordenação já projeta 2026. “A OMOC hoje é um programa de extensão consolidado”, enfatiza Kist.
A UFFS reforçou o convite para a IX OMOC, que ocorrerá em 2026, mantendo o compromisso de promover o acesso democrático à educação matemática, incentivar talentos e aproximar ainda mais a universidade das comunidades do Oeste Catarinense.
