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Pesquisas e difusão de conhecimentos sobre bioinsumos ganham impulso com a criação de startup

AgroMets nasceu na UFFS – Campus Chapecó e está pré-incubada na INNE

Assessoria de Imprensa - Campus Chapecó — 06 de Junho de 2025 — Atualizado em 06/06/2025

Pesquisas e difusão de conhecimentos sobre bioinsumos ganham impulso com a criação de startup

Professores Raduzn (e), Tironi (c) e o sócio, Lima (d) unem pesquisa, inovação e empreendedorismo na AgroMets

Inovação, sustentabilidade em sistemas produtivos agrícolas, associado a tecnologia, pesquisa e difusão de conhecimento técnico de qualidade. Tudo isso estará na AgroMets, startup pré-incubada recentemente na Incubadora de Negócios da UFFS (INNE). A empresa surge a partir da iniciativa de dois professores da Instituição, André Luiz Radunz e Siumar Pedro Tironi, com o propósito de promover soluções tecnológicas e que contribuam com a sustentabilidade a partir da inserção dos bioinsumos no manejo dos agroecossistemas agrícolas, com o intuito de melhorar os processos produtivos tornando-os mais competitivos.

Os dois professores pesquisam os bioinsumos há bastante tempo: as primeiras publicações científicas já têm mais de dez anos. Nesse contexto, a startup surge como um desdobramento natural dos conhecimentos técnicos e científicos, com a missão de levá-los diretamente para o campo. “A startup nasceu de um anseio nosso, somado a provocações importantes sobre o papel da universidade no desenvolvimento local e regional. Vimos nos bioinsumos uma oportunidade concreta de aliar ciência, inovação e impacto socioeconômico”, destaca o professor Siumar.

Com uma legislação recente aprovada – em dezembro de 2024 – e um mercado em plena expansão – com previsão de dobrar de tamanho até 2030 – os bioinsumos já representam, de acordo com os professores, uma alternativa tecnológica na agricultura nacional e internacional. Esses produtos incluem microrganismos e metabólitos naturais que contribuem para a promoção do crescimento de plantas, fixação de nutrientes, manejo de pragas e doenças e aumentam a tolerância a estresses hídricos, entre outras funções.

"A utilização dos bioinsumos no manejo dos agroecossistemas produtivos deve ser vista como mais uma importante ferramenta a serviço do produtor, não se trata de substituir o manejo químico, mas sim de somar as estratégias na obtenção de retornos produtivos. Os resultados que encontramos nas pesquisas desenvolvidas demonstram que os bioinsumos entregam ganhos reais de produtividade e qualidade, além de responderem à demanda da sociedade por práticas mais sustentáveis. É uma tecnologia que serve tanto para a agricultura familiar quanto para as grandes propriedades”, explica o professor Radunz. 

Da universidade para o mundo real

Com a pré-incubação na INNE, a AgroMets já iniciou o processo de estruturação como empresa, com apoio técnico da incubadora, orientação e mentoria. O gestor administrativo da empresa será o Engenheiro Agrônomo e mestre em Desenvolvimento Rural Sustentável e Agroecologia pela UFFS, Juliano Antunes de Lima que possui experiência no manejo agrícola com bioinsumos, trabalhos relacionados ao desenvolvimento e gestão de resíduos agro industriais na sua transformação em fertilizantes e biocompostos. “Aqui na região temos grandes agroindústrias que acabam gerando resíduos orgânicos, em alguns casos classificados como passivos ambientais, mas que, quando devidamente compostados, tornam-se bioinsumos riquíssimos em carbono orgânico e nutrientes, elementos essenciais para o solo e para a produção agrícola” destaca Juliano.

Para além da prospecção de bioinsumos, a AgroMets pretende atuar como ponte entre a pesquisa e o setor produtivo, com foco em validação, difusão e desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Os professores apontam que desejam, a partir da empresa, promover dias de campo, capacitações, assessorias, parcerias com empresas e cooperativas, além de estágios, bolsas e projetos de extensão que envolvam os estudantes da universidade.


“A ideia é fazer da AgroMets uma iniciativa integrada à UFFS em todas as suas dimensões: ensino, pesquisa e extensão. É uma oportunidade concreta de oferecer formação mais prática aos nossos alunos, desenvolver ciência aplicada e também gerar impacto direto na agricultura regional”, resume o professor Siumar.

A criação da strartup, segundo os professores, pode contribuir na mudança da forma como os docentes se relacionam com a inovação. Para eles, o envolvimento com o empreendedorismo tem sido um desafio estimulante e transformador. “Sair da zona de conforto, aprender uma nova linguagem, lidar com termos de negócios e com o mercado nos faz olhar para o ensino e para a formação dos nossos estudantes com outros olhos. É um aprendizado que agrega muito à nossa prática docente e com certeza na formação dos nossos acadêmicos para a inserção no mercado de trabalho”, ressalta Radunz.

O Reitor da UFFS e professor do curso de Agronomia, João Alfredo Braida, frisa a importância da inovação na área de atuação da startup. “A inovação na agricultura é um dos pilares fundamentais da missão da UFFS, reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento regional e com a valorização da agricultura familiar. Iniciativas como a AgroMets demonstram como o conhecimento gerado na universidade pode se transformar em soluções práticas para o setor produtivo, fortalecendo nosso papel como universidade pública conectada à realidade regional”.

Apoio institucional e visibilidade para a UFFS

A existência da INNE e o apoio institucional à AgroMets têm sido decisivos para a transformação da ideia em uma empresa. A intenção é que a startup formalize um acordo de cooperação técnica com a UFFS, fortalecendo os vínculos e abrindo novas possibilidades de atuação conjunta. Além disso, a equipe já planeja participar de programas estaduais, como o Startup SC, buscando visibilidade para a universidade e para o projeto. “Queremos que a UFFS seja reconhecida nacionalmente e internacionalmente pela sua atuação com bioinsumos e por sua capacidade de gerar inovação a partir do conhecimento técnico e científico gerado”, afirmam os professores. “A AgroMets é um exemplo de como a universidade pública pode e deve estar conectada com os desafios contemporâneos da sociedade”. Para os professores, a empresa é, também, uma provocação positiva à comunidade acadêmica: uma chamada para que mais ideias ganhem vida e se conectem com as atividades para além da universidade.

“Queremos que essa iniciativa, a partir do apoio institucional que estamos recebendo, possa servir de inspiração aos outros colegas. A universidade tem uma estrutura maravilhosa que dever ser utilizada em prol do desenvolvimento de estratégias que contribuam para a geração de informação de qualidade de forma a contribuir para a cadeia produtiva e para a formação de profissionais engajados no cenário produtivo. A INNE é uma grande aliada nesse processo”, reforça Radunz.

O Reitor traz mais um destaque: “a integração entre áreas amplia as possibilidades de inovação, pois permite olhar para um problema sob diferentes perspectivas, o que contribui para uma formação mais completa dos estudantes. Ao unir conhecimentos de Administração e Agronomia, por exemplo, criamos soluções mais eficazes e sustentáveis, com impacto direto na realidade local e na qualificação dos nossos egressos”, finaliza. 




Saiba mais sobre a INNE

O professor Humberto Tosta, à frente da INNE, comenta mais sobre a incubadora, os processos e sobre a própria AgroMets:

Como a INNE funciona e como é a seleção de startups?

A INNE existe para transformar ideias em negócios inovadores. Contamos com o apoio especializado de mentorias, que acompanham as startups ao longo da jornada, além de capacitações que ajudam a superar as dificuldades que vão surgindo. O edital de seleção está sempre aberto, com dois períodos de inscrição por ano. Neste momento, seguimos com inscrições abertas para o ingresso no segundo semestre de 2025. Recentemente, alteramos a dinâmica para concentrar as startups numa mesma etapa, o que qualifica ainda mais o nosso atendimento.


Qual a infraestrutura da INNE e quantas pessoas atuam atualmente?

Temos uma infraestrutura voltada para o desenvolvimento dos negócios: salas para capacitações, gravações de vídeos e podcasts, além de uma rede de networking ativa. Atualmente, contamos com oito mentores — que chamamos de padrinhos — que acompanham de perto os projetos desde o início, apoiando nas diferentes etapas da incubação.


O que a INNE já tem de experiências com outras startups?

Já tivemos diversas experiências com startups. Nosso foco vai além da consolidação de empresas: valorizamos também o desenvolvimento de competências empreendedoras em quem passa por aqui. Aceitamos ideias ainda em estágio inicial, muitas vezes não validadas, e inserimos essas propostas em nossa esteira de desenvolvimento. Um exemplo de sucesso é a Natércia, bastante reconhecida em nosso ecossistema. Também temos casos como o do Allan (Mafessoni), que começou incubado e hoje é sócio da Natércia. Nosso impacto vai muito além do CNPJ aberto — é sobre formar empreendedores preparados.


Quanto à AgroMets: quais os pontos positivos você enxerga nesta startup e na equipe que a forma?

Temos uma expectativa bastante positiva com a AgroMets. Ela representa o resultado do estímulo ao empreendedorismo que estamos promovendo dentro da universidade. A equipe é formada por professores e um egresso da Instituição, todos com experiência tanto em pesquisa quanto em mercado. Isso nos dá segurança de que o projeto tem potencial de se transformar em um case importante da INNE e da UFFS.


Como é a jornada das startups na INNE?

Nossa jornada é dividida em etapas, começando com a Iniciação Empresarial e seguindo para a Incubação. Cada fase tem processos específicos — desde a formação de equipe e validação do problema até o desenvolvimento da startup com vendas e escalabilidade. Além das mentorias, promovemos capacitações em parceria com o ecossistema e por meio de recursos que captamos para desenvolver conteúdos específicos que as startups precisam. O agro é bastante forte (e ao mesmo tempo ainda promissor) no Brasil.


Quais as vantagens de iniciar uma startup com pesquisadores e dentro de uma instituição de ensino?

Estamos numa região com agroindústria forte, movimento cooperativista consolidado e muitas pequenas propriedades que ainda precisam de apoio e tecnologia. O agro é um pilar da economia brasileira, e o potencial para startups na área é imenso. Pesquisadores conhecem profundamente os temas e podem desenvolver soluções tecnológicas com base científica. O desafio é transformar essa lógica de pesquisa em uma lógica de mercado — entender o que o mercado realmente demanda e alinhar as descobertas científicas a essas necessidades. Startups acadêmicas têm muito a crescer no Brasil, e universidades federais têm um papel estratégico nesse processo. Podemos formar empreendedores mais conscientes, preparados para transformar o país com inovação.

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